Entidades e movimentos sociais assinam nota pública contra a segregação por gênero em escolas

Medida adotada em escolas para o retorno presencial significa um enorme retrocesso, intensificando a exclusão e estereótipos de gênero.

Entidades e movimentos sociais assinam nota pública contra a segregação por gênero em escolas

Ao fim de agosto, foi noticiado que duas escolas públicas do Distrito Federal haviam organizado o retorno hibrido às aulas separando os estudantes de acordo com o sexo/gênero, com “moças” frequentando a escola em uma semana e “rapazes” em outra. De acordo com o Sindicato dos Professores no Distrito Federal, uma das escolas já havia revogado a medida e a outra estaria em vias de revogar.

Como justificativa, a medida adotada por uma das escolas de Brasília argumentava que a segregação iria facilitar, visto que as famílias precisavam das filhas em casa por algumas semanas, para cuidar dos seus irmãos menores, uma forma de responsabilização das meninas nos trabalhos domésticos e que envolvem cuidados.

Movimentos sociais, redes e entidades assinam nota pública contra a segregação em escolas por significar um retrocesso, aprofundar a exclusão de estudantes trans e não-binários e intensificar estereótipos de gênero.

Seguindo a nota, esse tipo de situação, infelizmente, não é isolada, pois politicas de segregação por sexo/gênero foram adotadas  para  restringir mobilidade e aglomeracões no Panamá, Peru e na cidade de Bogotá no ano passado como respostas à pandemia de COVID19. E, em 2021, algumas cidades brasileiras, inclusive o Rio de Janeiro, também adotaram regras de segregação por sexo/gênero para organizar as filas da vacinação.

ACESSE O DOCUMENTO COMPLETO AQUI

Assinaram a nota:

  • Ação Educativa
  • Artigo 19
  • Associação Brasileira de Alfabetização (ABALF)
  • Associação Brasileira de Ensino de Biologia (SBEnBio)
  • Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR)
  • Associação Nacional de Juristas pelos Direitos Humanos LGBTI (ANAJUDH-LGBTI)
  • Associação Nacional de Pós-graduação e pesquisa em Educação  (ANPEd)
  • Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA)
  • Campanha Nacional pelo Direito à Educação
  • Cidade Escola Aprendiz
  • Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres (CLADEM Brasil)
  • Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)
  • Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de ensino (CONTEE)
  • Evangélicas pela Igualdade de Gênero (EIG)
  • Geledès Instituto da Mulher Negra
  • Grupo de Estudos e Pesquisas Subjetividades e Instituições em Dobras (GEPSID)
  • Grupo de Estudos em Diversidade, Educação e Controvérsias (Diversias/PUC-Rio)
  • Grupo de Estudos em Educação e Relações de Gênero do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (GEERGE / PPGEDU / UFRGS)
  • Grupo de Trabalho Gênero Sexualidade e Educação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (GT 23 ANPED)
  • Grupo Experimentações: Grupo de estudos e pesquisas em currículo, subjetividade e sexualidade na Educação Básica
  • Núcleo de Estudos em Educação Democrática Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (NEED FEUFF)
  • Núcleo de Pesquisas e Estudos em Diversidade Sexual (NUDISEX)
  • Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre Mulher e Relações de Sexo e Gênero, Centro de Educação, Universidade Federal da Paraíba (NIPAM/CE/UFPB)
  • Observatório da Laicidade na Educação (OLÉ-UFF)
  • Observatório de Sexualidade e Política (SPW-ABIA)
  • Professores contra o Escola sem Partido (PCESP)
  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Edital Igualdade de Gênero: confira a segunda lista de propostas aprovadas

Segunda lista do edital conta com 37 sequências didáticas, planos de aula e projetos interdisciplinares abordando a promoção da igualdade de gênero.

Recorte de foto em preto e branco de garota de mochila sorrindo está sobreposto a fundo quadriculado. Imagem acompanha notícia sobre a segunda lista de propostas do Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica

Nesta sexta-feira (24/09), o projeto Gênero e Educação disponibiliza a segunda lista de propostas aprovadas no Edital Público Igualdade de Gênero na Educação Básica: prevenindo violências, enfrentando desigualdades e promovendo direitos. Promovido em 2020 por mais de 50 entidades, o edital recebeu propostas de sequências didáticas, planos de aula, planos de atividade por campo de experiência e projetos interdisciplinares voltados à promoção da igualdade de gênero nas escolas. Em março de 2021, 87 propostas pedagógicas aprovadas na primeira lista foram publicadas e disponibilizadas para leitura e download gratuito no banco de planos de aula do site Gênero e Educação. Agora, mais 37 propostas estão disponíveis.

+ Conheça o Banco de Planos de Aula do projeto Gênero e Educação

Resultado do Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica, o Banco de Planos de Aula é uma construção coletiva, que tem contribuições de docentes, pesquisadoras/es e coletivos de vários lugares do Brasil. Nele, é possível encontrar propostas pedagógicas para todas as etapas da Educação Básica. Todo o conteúdo pode ser baixado gratuitamente e é livre para ser usado e reinventado nos mais diversos contextos.

Ainda este ano, o projeto Gênero e Educação deve lançar a segunda edição do edital.

Saiba quais são as novas propostas selecionadas:

Perguntas e Respostas

Está com dúvidas sobre o edital? Respondemos algumas delas aqui ou pelo generoeeducacao@acaoeducativa.org.br

Cadê a 1ª lista com o resultado?

A 1ª lista de propostas aprovadas do Edital segue disponível no site Gênero e Educação. Para acessá-la clique aqui. As propostas selecionadas podem ser encontradas no Banco de Planos de Aula - Igualdade de Gênero na Educação Básica

Estão faltando os nomes de algumas pessoas na autoria da minha proposta.

Nesse caso, você pode enviar um e-mail para generoeeducacao@acaoeducativa.org.br. A equipe irá analisar sua questão. No campo ‘Assunto’ do e-mail, coloque da seguinte maneira: “Inclusão de autoria - Seu nome: Título da sua proposta” (Exemplo: Inclusão de autoria - Ana Carolina: Igualdade de Gênero na Sala de Aula).

Vai haver uma 3ª lista de propostas aprovadas?

Infelizmente, não. Fique de olho no site da Ação Educativa e do projeto Gênero e Educação para saber de outros editais e ficar por dentro de todas as novidades.

Vai haver outra edição do Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica?

Sim! Em breve, lançaremos mais novidades sobre o Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica 2022! Fique de olho no site e na página do Facebook

Plataforma Dhesca lança edital de coleta de relatos para a Memória Popular da Pandemia

Inscrições ocorrem via formulário online até 22 de setembro. Podem participar organizações sem fins lucrativos, coletivos e movimentos sociais nacionais ou das regiões norte, centro-oeste e/ou sul.

Imagem de Destaque: Plataforma Dhesca lança edital de coleta de relatos para a Memória Popular da Pandemia. Imagem produzida por técnica de colagem, utilizando fotografias de Mídia Ninja e Pexels. Na imagem há ativistas, uma menina lendo um livro e uma mulher colocando máscara facial em uma criança

Fortalecimento das resistências, narrativas, experiências e estratégias no contexto da Pandemia. A Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil torna pública a chamada para recebimento de recurso de fomento para coleta de relatos para a iniciativa Memória Popular da Pandemia e convida pessoas interessadas a se inscreverem nos termos aqui estabelecidos.

1. Objetos do edital

A Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil é uma rede formada por 47 organizações e articulações da sociedade civil, que tem como objetivos desenvolver ações de promoção e defesa dos direitos humanos e incidir em prol da reparação de violações. Constituída em 2002, a Plataforma Dhesca Brasil tem como princípio a afirmação de que todas as pessoas são sujeitas de direitos e, como tal, devem ter todos os direitos assegurados para garantir as condições de vida com dignidade.

Promovida pela Plataforma Dhesca Brasil, a Memória Popular da Pandemia é um projeto de registro e divulgação de relatos e histórias coletivas, referentes ao contexto da pandemia. As narrativas, experiências e estratégias populares coletadas pela Memória Popular da Pandemia são registradas e disponibilizadas no portal, de forma a construirmos uma memória coletiva única desse momento.

O projeto recebe de forma contínua relatos de qualquer pessoa interessada em compartilhar sua vivência por meio do formulário eletrônico disponível no site. Para estímulo de ativistas e militantes, a Plataforma Dhesca lança a chamada para recebimento de recurso fomento a organizações e movimentos sociais. Esta chamada tem como objetivo estimular o compartilhamento de vivências em contexto pandêmico, envolvendo temas como vacinação, auxílio emergencial, mercado de trabalho, ações de solidariedade em todas as regiões do país, em respeito a particularidades territoriais e valorizando vozes plurais.

Esta chamada visa financiar até 6 (seis) organizações para coletarem, no mínimo, 15 (quinze) relatos sobre experiências cotidianas durante a pandemia de Covid19 em 3 (três) regiões do Brasil: norte, centro-oeste e sul.

Cada organização selecionada irá receber recursos no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais). Essa iniciativa também visa diversificar as manifestações presentes na plataforma Memória Popular da Pandemia, conectando percepções que podem estar associadas a uma realidade, a sentimentos e direitos coletivos.

2. Descrição dos objetos do edital

2.1. Fomento: o edital busca fomentar recursos para 6 (seis) organizações. Cada organização selecionada receberá o valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) a título de doação pela Plataforma Dhesca Brasil.

2.1.1. O valor repassado à organização poderá ser administrado da forma que melhor responder às necessidades da organização e/ou do território em que atua, por exemplo, repassando o valor para as pessoas participantes, adquirindo cestas básicas para comunidades, entre outras possibilidades.
2.2. Coleta de relatos: cada organização selecionada deverá indicar um/a representante responsável pela coleta e envio de, no mínimo, 15 (quinze) relatos de experiências no contexto pandêmico.

2.2.1. A/o representante da organização selecionada pode enviar relatos pessoais e/ou da organização e/ou de terceiros que autorizem o uso da história e imagem.

2.2.2. Os relatos poderão ser coletados em formato de texto e/ou vídeo e complementados pelo envio obrigatório de fotos.

2.3. Rodas de conversas: o edital irá selecionar até 6 (seis) organizações atuantes nas regiões norte, centro-oeste e sul interessadas em realizar metodologias diversas, como rodas de conversa, na região onde se localiza para coleta de, no mínimo, 15 (quinze) relatos diversos e com contextos plurais. O objetivo é documentar experiências na pandemia de Covid-19.

2.4. Organizações: toda e qualquer organização sem fins lucrativos, coletivo, movimento social, com compromisso à promoção dos direitos humanos, econômicos, culturais, sociais e ambientais, atuando com respeito às ações antidiscriminatórias e de proteção dos direitos humanos e da dignidade humana.

2.5. Os relatos coletados serão incluídos na plataforma Memória Popular da Pandemia.

3. Critérios de Elegibilidade

Os critérios de elegibilidade indicados abaixo são obrigatórios e sua ausência resultará no indeferimento da candidatura.

3.1. A/o proponente, responsável pela coleta e apresentação dos relatos de experiência, deve atender, obrigatoriamente, aos itens abaixo:

a) indicar obrigatoriamente os/as idealizadores/as ou realizadores/as da experiência relatada;

b) ser organização sem fins lucrativos, coletivo ou movimento social sediado e atuante na região norte, centro-oeste e/ou sul ou ter caráter nacional.

4. Critérios de seleção das organizações

4.1. As organizações proponentes serão selecionadas com base em critérios objetivos de localização, atuação e capacidade de diversificar as experiências no contexto da plataforma Memória Popular da Pandemia.

4.1.1. A seleção priorizará organizações localizadas nas regiões norte, sul e centro-oeste ou com caráter nacional.

4.1.2. A atuação das organizações terá como critério de seleção a proximidade com experiências em territórios de marginalização e precarização por violência do Estado e políticas públicas de acesso a serviços básicos. Além disso, também serão priorizadas organizações voltadas aos direitos violados de mulheres negras, populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas, comunidade LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, populações periféricas, pessoas vivendo com HIV, pessoas encarceradas e população em situação de rua.

4.1.3. A iniciativa Memória Popular da Pandemia foi lançada em 2020 e já possui relatos sobre percepções do contexto pandêmico, assim, como critério a diversidade proporcionada por novas experiências junto ao acervo da plataforma também será observado.

5. Responsabilidades da/o responsável pela coleta dos relatos:

5.1. Adequação aos critérios de elegibilidade para o recebimento dos recursos.

5.2. Assinatura de termos de consentimento, responsabilidade e outros documentos de cessão de texto, imagem e/ou voz.

5.3. Certificação de que os relatos são autênticos.

5.4. Documentação e registro dos relatos coletados e inserção adequada via formulário eletrônico (a ser compartilhado com as selecionadas ao final do processo deste edital) na plataforma Memória Popular da Pandemia dentro do prazo a ser definido.

5.5. Compromisso em manter atualizado os canais de contato com a equipe da Plataforma Dhesca Brasil para encaminhamentos necessários e formais da parceria.

5.6. Informar às/aos participantes envolvidas/os na coleta de relatos o objeto do edital; apresentar a plataforma onde serão incluídos os relatos; certificar-se de que as pessoas participantes estão de acordo e autorizam a publicação dos relatos e dos nomes no site da Memória.

5.7. Utilização comunitária dos valores recebidos como contrapartida deste edital.

5.7.1. A cada pessoa física participante em atividades coletivas promovidas pelas organizações selecionadas, sugerimos o repasse de um auxílio equivalente a R$300,00 (trezentos reais).

6. Recursos Financeiros

6.1. Às organizações selecionadas para coleta dos relatos serão destinados R$5.000,00 (quinhentos reais) para cada organização selecionada.

6.2. O pagamento será dividido em 2 (duas) parcelas no valor de R$2.500,00, sendo a primeira efetuada após a assinatura dos documentos de formalização da doação e a segunda parcela após a entrega adequada dos relatos e quando realizados dentro do prazo a ser estipulado.

6.3. Os recursos serão transferidos em caráter de doação, sendo responsabilidade da organização beneficiada qualquer encargo financeiro ou tributo.

7. Submissão da Candidatura ao edital

7.1. As organizações interessadas deverão responder ao formulário eletrônico (cláusula 7.2.) com informações de contato e perguntas norteadoras referentes à atuação da organização, previsão metodológica e cronograma para realização do objeto do presente edital.

7.2. As propostas deverão ser submetidas exclusivamente pelo link: https://forms.gle/t4AxBSnoSPCYC4GH9

7.2.1. Em caso de envio de mais de uma resposta pela mesma organização será considerado o último registro recebido pela Plataforma Dhesca Brasil.

7.3. A data limite para submissão das propostas será dia 22 de setembro de 2021 até às 23h59 (vinte e três horas e cinquenta e nove minutos), horário de Brasília, não sendo aceitas propostas submetidas após este horário.

8. Avaliação

8.1. A Plataforma Dhesca Brasil irá organizar um Comitê Julgador, composto por 2 (duas) pessoas relatoras da Plataforma Dhesca, 1 (uma) pessoa representante da coordenação executiva da Plataforma Dhesca e 1 (uma) pessoa externa convidada, que deverá analisar as candidaturas, após a pré-seleção pela equipe da Plataforma que excluirá do processo proponentes que não cumprirem com os critérios previstos na cláusula 3.

8.2. Dúvidas devem ser exclusivamente direcionadas para o e-mail: secretaria@plataformadh.org.br

8.3. Após a divulgação final da lista de selecionadas, não caberá qualquer recurso às decisões do presente processo de seleção.

9. Resultado do edital

9.1. A lista final de organizações selecionadas será divulgada no site e nas redes sociais da Plataforma Dhesca Brasil e para o e-mail indicado no formulário de inscrição no dia 30 de setembro de 2021.

9.2. Após a seleção, as organizações terão até o dia 01 de novembro de 2021 para enviarem os relatos adequadamente à Plataforma Dhesca Brasil.

10. Cronograma do edital

  • Lançamento do Edital e início das inscrições
    09 de Setembro 2021
  • Data limite para submissão das candidaturas
    22 de Setembro 2021 até 23h59
  • Divulgação dos resultados
    30 de Setembro 2021
  • Prazo para envio dos relatos pelas selecionadas
    01 de Novembro de 2021

BAIXE O EDITAL AQUI

PEC 13: entenda as ameaças para a Educação pública brasileira

Entidades lançam manifestação contra a PEC 13/2021, que desresponsabiliza o Estado de repassar valores para manutenção e desenvolvimento da educação.

Imagem de destaque na matéria PEC 13: entenda as ameaças para a Educação pública brasileira. Imagem produzida por técnica de colagem, com a figura Congresso Nacional (Roque de Sá/Agência Senado), menino com lupa e dois punhos para cima

Está previsto para ser votado hoje (15/9) no Senado Federal a Proposta de Emenda à Constituição n° 13, de 2021, que desobriga a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios da aplicação de percentuais mínimos da receita na manutenção e desenvolvimento do ensino, em razão do desequilíbrio fiscal ocasionado pela pandemia de Covid-19 em 2020.

Ou seja, se aprovada, a proposta faz com que os gestores que não investiram o mínimo obrigatório em educação em 2020 não sejam responsabilizados pela não aplicação. Assim, trata-se de mais uma proposta de desfinanciamento da educação. Por isso, a PEC 13/2021 é considerada um “calote à educação premiado”. Nessa tarde, entidades e redes ligadas ao direito à educação denunciam a PEC 13/2021 e se mobilizam, para impedir sua aprovação.

#FiqueDeOlho

No último episódio da 1ª temporada da série de podcasts #FiqueDeOlho, da iniciativa De Olho Nos Planos, José Marcelino de Rezende Pinto, membro da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca), avaliou que a proposta agrava o quadro de investimentos na educação no Brasil. Além disso, ela tem recebido emendas que tornam o texto ainda mais preocupante.

Uma das ameaças da proposta é que a não penalização pelo descumprimento do investimento em educação em 2020 abre precedentes para que o mesmo ocorra em 2021. Isto é, fica aberta uma margem para que cada vez menos se cumpra o minímo constitucional de investimento em educação.

Além disso, outra obrigação constitucional relativa ao financiamento educacional é a aplicação obrigatória de 70% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) em pagamento de profissionais da educação. Desvalorizando a área, a PEC também isenta de responsabilidade os gestores que não cumpriram essa obrigação.

“E, para culminar, a tragédia das tragédias: entre as emendas propostas, uma muito criticada propõe juntar a vinculação da educação da saúde com a educação no mesmo subtotal”, analisa o professor.

Segundo José Marcelino, na prática, a PEC 13/2021 unifica os pisos da saúde (15%) e educação (25%). Dessa forma, os entes subnacionais somente se sujeitam à meta de 40% na saúde em conjunto com a educação.

Depois da destruição da Amazônia, agora querem acabar com a Educação

Assinada por entidades e movimentos em defesa do direito à educação, a manifestação chamada “Depois da destruição da Amazônia, agora querem acabar com a Educação – A PEC 13/2021 do Senado e o calote à educação premiado” mostra que, em 2020, dos 5.120 municípios que entregaram suas declarações ao Sistema de Informações sobre Orçamento Públicos em Educação (Siope), 4.803 municípios, 94% do total, cumpriram a Constituição Federal no que se refere à vinculação mínima de impostos em educação.

“Mesmo com esse exemplo de compromisso dos estados e municípios, os poucos inadimplentes (concentrados principalmente no Estado do Rio Grande do Sul), se articularam para não serem penalizados pelo descumprimento da Constituição e foi formulada a EC 13/2021, com origem no Senado Federal, a mesma casa que teve papel crucial na aprovação da EC 24/1983. Essa proposta prevê anistiar os entes federativos e agentes públicos pelo descumprimento dos mínimos de vinculação constitucional no ano de 2021. A alegação é a queda de receita de muitos entes e a redução de muitos gastos em função do atendimento remoto. Ora, como já se disse, se a receita cai, a tendência é o índice de vinculação subir.”, dizem as entidades no texto. 

Manifesto foi assinado pelas seguintes entidades:

Ação Educativa
Anfope – Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação
Anpae – Associação Nacional de Política e Administração da Educação
Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Cedes – Centro de Estudos Educação e Sociedade
CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
Fineduca – Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação
Mieib – Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

LEIA A MANIFESTAÇÃO AQUI

#PEC13Não: materiais de mobilização!

Quer saber por que a PEC 13/2021 que está HOJE na pauta do Senado deve ser rejeitada? O #FiqueDeOlho explica! Em 8 min mostramos porque ela representa uma ameaça à Educação pública brasileira! Ouça e compartilhe! https://bit.ly/PEC13NAO
No Spotify: https://spoti.fi/2YXRHNp
#PEC13Não


#PEC13Não Entidades denunciam “calote à educação premiado” em proposta do senado Campanha assina manifestação com organizações contra a PEC 13/2021 que desresponsabiliza o Estado d repassar valores para manutenção e desenvolvimento da educação. Leia manifestação: https://bit.ly/3z81BZe


Nessa flexibilização, também está incluído o não cumprimento dos 70% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), destinados ao pagamento dos profissionais da educação. Saiba mais: https://bit.ly/2XuzQNJ

#PEC13não


A PEC 13 também permite que o investimento mínimo em saúde seja computado junto ao da educação, o que pode reduzir ainda mais a verba do ensino, já que houve muito mais demanda de recursos na saúde em meio à pandemia de Covid-19. Saiba mais: https://bit.ly/2XuzQNJ

#PEC13Não


Com a justificativa de que a pandemia reduziu a arrecadação de impostos, o autor da proposta, senador Marcos Rogério (DEM-RO), pretende anistiar governadores e prefeitos que deixarem de fazer o investimento mínimo em educação. Saiba mais: https://bit.ly/2XuzQNJ
#PEC13Não