Divisão igualitária do trabalho doméstico

Estado: Rio Grande do Sul (RS)

Etapa de Ensino: Educação Infantil - Pré-Escola

Modalidade: Educação Regular

Disciplina:

Formato: Presencial

Doutoranda e Mestra em Educação pela UFRGS, na linha de pesquisa Educação, Sexualidade e Relações de Gênero. Professora da Educação Infantil da Rede Pública de Novo Hamburgo/RS e de São Leopoldo/RS. Integra o GEERGE - Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero (UFRGS) e o GEIN - Grupo de Estudos em Educação Infantil e Infâncias (UFRGS). Ganhou o 5° Prêmio RBS de Educação na categoria gênero no ano de 2017. Atualmente, foca sua prática docente e como pesquisadora nas discussões e problematizações sobre gênero, sexualidade, infâncias, violências e participação infantil.

Objetivos


  • Compreender que as tarefas domésticas devem ser divididas de maneira justa e igualitária pelas pessoas que moram numa mesma casa, não sendo uma tarefa essencialmente feminina;

  • Expor suas ideias, pensamentos e imaginações a partir de rodas de conversas;

  • Experimentar, por meio da brincadeira, situações práticas que demonstram como as tarefas domésticas podem ser divididas de maneira igualitária;

  • Explorar diferentes materialidades e objetos, interagindo com os/as colegas.

Conteúdo

Campos de Experiência (BNCC):

  • O eu, o outro e o nós;

  • Escuta, fala, pensamento e imaginação;

  • Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

Metodologia

Passo 1:

Reúna-se com as crianças em roda e, no centro, coloque a caixa decorada que contém as imagens de homens e mulheres executando tarefas domésticas (cuidando de crianças, varrendo a casa, pondo a roupa para lavar, lavando a louça etc).

O/a professor/a deve cuidar para que as imagens sejam diversas, não reforçando estereótipos e desigualdades de gênero e raça em relação ao trabalho doméstico.

Converse com a turma, explicando que há imagens na caixa e que algumas crianças serão sorteadas para retirar uma delas e apresentar aos/às colegas. Repita o processo até todas as imagens serem tiradas da caixa.

Conforme as imagens forem sendo retiradas, vá conversando com as crianças a partir de questões norteadoras, como:

a) O que está acontecendo na imagem?

b) Lá na casa de vocês, quem realiza esta tarefa? Por que?

c) Como você acha que poderia ser uma divisão justa dessas tarefas na sua casa?

Conforme as crianças forem contando quem limpa, lava, cozinha e cuida das crianças em sua casa, cabe ao/à professor/a mediar e gerar a discussão sobre a importância da divisão igualitária do trabalho doméstico.

Passo 2:

Convide as crianças a experimentar, por meio da brincadeira, como seria uma divisão igualitária das tarefas da casa. Para isso, é necessário que sejam preparados, no pátio da escola, um contexto com três possibilidades de exploração para que as crianças possam circular livremente e explorar de acordo com as suas vontades.

  • Possibilidade 1: canto arrumado com bacias com água, sabão, roupinhas de boneca, um varal estendido na altura das crianças e prendedores de roupa. Assim, elas poderão brincar de lavar roupas, tanto os meninos quanto as meninas. Enquanto elas brincam, vá mediando e orientando como realizar os processos de lavagem de roupa.

  • Possibilidade 2: brincadeira de cuidar de um bebê.
    Organize um canto com banheiras, água, sabonetes, toalhas pequenas, bonecas de diferentes etnias e tecidos grandes e proponha que as crianças cuidem dos bebês (bonecas), dando banho, secando e depois as cuidando, podendo segurá-las com a ajuda dos tecidos, como se fossem sling. Você pode propor da forma que quiser, no entanto, o importante é que você dê significado para este momento, que prepare o ambiente o mais próximo possível com a realidade, que esteja junto com as crianças e mediando a interação delas com as bonecas, mostrando a importância do cuidado com o outro.

  • Possibilidade 3: Você pode propor que as crianças brinquem de limpar a casinha onde brincam, que normalmente há nos pátios das escolas de Educação Infantil, com vassouras e pás de brinquedo.


Observações:

Fica a critério do/a professor/a e da realidade da turma/escola se as possibilidades serão proporcionadas simultaneamente ou se acontecerão de maneira isolada, em dias subsequentes. Montá-las no mesmo momento possibilita que as crianças transitem em cada uma em grupos menores voluntariamente. Caso opte por organizá-los em dias diferentes, talvez seja necessário que o/a professor/a divida a turma em pequenos grupos, pois, dependendo do número de crianças, é interessante que elas estejam reunidas me grupos menores em cada possibilidade a fim de que explorem com mais calma as materialidades e experiências.

Passo 3:

Reúna-se com a turma em roda novamente e converse com as crianças, perguntando sobre suas impressões e como elas se sentiram com essa experiência.

Você pode registrar as falas das crianças para dar sequência à discussão, elaborando um cartaz coletivo com a turma a partir de suas falas sobre a divisão igualitária do trabalho doméstico e expô-lo pelos corredores da escola.

Recursos Necessários


  • Imagens de homens e mulheres executando tarefas domésticas (cuidando de crianças, varrendo a casa, pondo a roupa para lavar, lavando a louca etc);

  • Caixa decorada para colocar as imagens dentro;

  • Bonecas de borracha de diferentes etnias;

  • Roupas de bonecas;

  • Toalhas pequenas;

  • Sabonetes;

  • Sabão;

  • Banheiras;

  • Bacias;

  • Água;

  • Fio (para servir de varal de roupas);

  • Prendedores de roupa;

  • Vassouras de brinquedo;

  • Pás de brinquedo.

Duração Prevista

Há duas opções:

  • Duração de um dia, ao longo de todo o período que as crianças permanecerem na escola;

  • Durante 5 dias, optando por realizar cada possibilidade da proposta em um dia da semana, com duração de 1 hora cada dia.

Processo Avaliativo

O processo avaliativo se dará por meio da documentação pedagógica: registros das falas das crianças, registros fotográficos ou em vídeo delas no momento das propostas, para, posteriormente, analisar e avaliar como foi o envolvimento de cada criança, bem como quais aprendizagens e experiências foram significativas para ela.

Referências Bibliográficas

PLAN Internacional. Por ser menina no Brasil: crescendo entre direitos e violências, 2014.

IBGE. Mulheres dedicam mais horas aos afazeres domésticos e cuidado de pessoas, mesmo em situações ocupacionais iguais a dos homens. Agência de notícias IBGE, 2019. Disponível em . Acesso em 27 nov. 2020.

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