Malala comemora 25 anos com lista de 25 ações pela educação de meninas

A Nobel da Paz completa 25 anos nesta terça (12/07) com o mesmo desejo que inspirou a sua luta ainda quando criança: que todas as meninas completem 12 anos de educação formal e possam aprender e liderar.

Gênero e Educação - Malala comemora 25 anos com lista de 25 ações pela educação de meninas. Imagem da Malala e sentada em uma sala de aula. Créditos da Imagem: Divulgação/Fundo Malala

A Nobel da Paz Malala Yousafzai completa 25 anos nesta terça-feira (12/07) com um pedido de presente especial: doações para apoiar o trabalho do Fundo Malala e de Ativistas pela Educação em dez países, incluindo o Brasil. Malala ainda preparou uma lista de 25 ações que qualquer pessoa pode tomar para avançar o direito à educação de todas as meninas. 

Além do Brasil, o Fundo Malala atua no Afeganistão, Bangladesh, Etiópia, Índia, Líbano, Nigéria, Paquistão, Tanzânia e Turquia por meio de diversos programas, incluindo a Rede de Ativistas pela Educação. No Brasil, a Rede é formada por 11 ativistas e suas organizações que trabalham a nível local, nacional e global em defesa de mais recursos e mudanças políticas necessárias para garantir educação pública de qualidade a todas as meninas. Mais informações no Instagram da @RedeMalala

Confira a lista de 25 ações pelo direito à educação das meninas elaborada por Malala: 

Hoje, eu completo 25 anos! Eu sei, também não consigo acreditar. Parece que foi ontem que me formei no ensino médio, ansiosa por tudo o que o mundo tinha a oferecer. Mas, no meu aniversário de 25 anos, ainda quero o que eu desejava naquela época: que as meninas de todos os lugares tenham a oportunidade de frequentar a escola, aprender e liderar.

Em homenagem aos meus 25 anos, aqui estão 25 ações que você pode tomar agora para apoiar a educação de meninas:

1. Faça uma doação para o Fundo Malala e ajude-nos a apoiar jovens mulheres e Ativistas pela Educação em todo o mundo

2. Peça aos líderes dos seus países que defendam as meninas fora da escola no Afeganistão

3. Você administra uma empresa? Contrate jovens mulheres

4. Invista no futuro das meninas e doe uma porcentagem de seus lucros para colocar as meninas na escola

5. Se você é uma jovem mulher, ocupe espaços e levante sua voz na sua comunidade ou trabalho

6. Comece um clube do livro e leia histórias centradas nas experiências das meninas

7. Pesquise um país onde as meninas estão fora da escola e ensine a um familiar ou amigo o que você aprendeu

8. Conheça os líderes locais de educação em sua comunidade

9. Leia sobre as ligações entre a educação das meninas e as mudanças climáticas

10. Celebre as conquistas de meninas e mulheres

11. Siga ativistas feministas nas redes sociais

12. Use suas redes sociais para cobrar governantes

13. Conte a crianças histórias de mulheres poderosas ao longo da história

14. Organize uma exibição de filme ou documentário sobre educação de meninas e equidade de gênero

15. Organize um evento de perguntas e respostas em seu trabalho ou escola centrado na educação de meninas – e garanta que elas estejam no painel para falar sobre suas experiência

16. Fale com sua/seu professor favorito, compartilhando como contribuiu positivamente para sua vida. E marque @malala na postagem

17. Amplifique as vozes das garotas encaminhando um artigo do blog @on.assembly para alguém

18. Participe de palestras ou assista a vídeos  de fontes confiáveis ​​sobre a história da discriminação, desigualdade de gênero e econômica ou colonialismo em seu país e em nosso mundo

19. Crie uma história do Instagram ou um vídeo do TikTok dedicado a aumentar a conscientização sobre a educação das meninas

20. Compartilhe sua própria história com a educação e o que a escola fez por você

21. Entre em contato com sua escola ou conselho local de educação e peça que os currículos escolares em sua comunidade sejam inclusivos e favoráveis ​​ao clima

22. Procure informações sobre práticas de advocacy

23. Não se silencie diante de injustiças!

24. Seja um consumidor consciente. Compre de marcas e empresas que trabalham para acelerar o progresso de meninas e mulheres

25. Fale com as garotas, não sobre elas. Eles entendem muito sobre os desafios que nosso mundo enfrenta. Todos nós podemos aprender com suas ideias e experiências

Malala comanda editoria de opinião da The Economist no Mês da Mulher

Nobel da Paz é a primeira especialista já convidada a comandar a seção de opinião da revista. No Dia Internacional da Mulher, Malala publica artigo com críticas a líderes globais e abre espaço para jovens mulheres ativistas analisarem a situação de emergência da educação de meninas no mundo.

Imagem de Malala, Nobel da Paz, de Agnès Ricart

FUNDO MALALA, 8 de março de 2022 – O artigo de Malala Yousafzai publicado nesta terça-feira (08/03) na seção de opinião “By-Invitation”, da revista britânica The Economist, elogia a determinação de meninas ativistas no Brasil e critica a forma como governantes ignoram o direito à educação.

“Todas as meninas sabem muito bem como o mundo falha com elas. De escolas na Nigéria a campos de refugiados no Iraque ou oficinas de arte no Brasil, as meninas que eu encontro ao redor do mundo sempre compartilham histórias pessoais inspiradoras e críticas inteligentes sobre o poder, que informam e influenciam minha campanha pela educação de meninas por meio do Fundo Malala”, escreve.

O Fundo Malala, co-fundado em 2013 por Malala e seu pai, Ziauddin Yousafzai, inspirados na trajetória de ambos como ativistas locais no Paquistão, apoia programas, educadores e organizações que atuam nos países com os piores índices educacionais para garantir educação pública de qualidade a crianças e adolescentes e o retorno à sala de aula de cerca de 130 milhões de meninas no mundo que estão fora da escola.

Como editora convidada da The Economist, a Nobel da Paz abriu espaço para quatro jovens ativistas – amigas e também conselheiras do Fundo Malala –, para analisar temas profundamente conectados com a educação de meninas no mundo: conflito, clima, inclusão digital e discriminação.

Educação de meninas

Kiara Nirghin, inventora e cientista da África do Sul, é colaboradora frequente do blog Assembly, publicação digital do Fundo Malala feita por meninas e para meninas com base na experiência de Malala, aos 11 anos no Paquistão, quando escrevia um blog para a BBC sobre as ameaças do talibã. A ativista pelos direitos das mulheres Freshta Karim escreve sobre a experiência de fugir do Afeganistão. TK Saccoh, de Serra Leoa, reflete sobre como o racismo e a discriminação baseada em gênero afetam o aprendizado das meninas e como professores podem ajudar. Vanessa Nakate, ativista pelo clima no Uganda, pede uma abordagem inclusiva nos debates e leis sobre questões ambientais globais.

“Acredito que o mundo deveria ouvir mais as meninas e jovens mulheres e dar a elas plataformas mais amplas para falarem”, complementa Malala no artigo. “Espero que eles [os artigos das ativistas convidadas] lembrem vocês sobre como as meninas e mulheres podem contribuir quando recebem ferramentas para terem sucesso – e por que devemos encontrar uma maneira de garantir que todas as meninas possam completar 12 anos de educação gratuita, segura e de qualidade.”A Nobel da Paz ainda aponta dados alarmantes. Desde o início da pandemia de Covid-19, dois terços dos países de baixa e média renda cortaram os gastos com educação. Em 2020, o Fundo Malala estimou que a pandemia poderia forçar quase 20 milhões de meninas com idades entre 11 e 18 a abandonarem a escola. “A pandemia, as mudanças climáticas, o racismo e as desigualdades têm exacerbado os problemas que as meninas enfrentam”, destaca a co-fundadora do Fundo Malala.

Projeto Mandacaru Malala promove seminário com foco na educação de meninas e saberes ancestrais

Lançamento ao vivo acontece nesta quinta-feira (11) e contará com a presença da educadora e Rainha da ciranda Lia de Itamaracá

Em celebração ao lançamento do Projeto Mandacaru Malala, nesta quinta-feira (11) acontecerá o seminário “Flores do Mandacaru na Ciranda de Saberes”, uma ação do projeto Mandacaru Malala, coordenado por Benilda Brito, Ativista pela Educação da Rede Fundo Malala, Pedagoga, Mestre em Gestão Social/UFBA e militante do Movimento de Mulheres Negras e Diretos Humanos.

O evento será transmitido ao vivo pelo Youtube e Facebook as 10h e conta com a parceria da Ação Educativa. O encontro irá reunir educadoras/es, famílias, estudantes, quilombolas, indígenas, ativistas e tem como propósito abordar valores afrodispóricos, pretagogias, afrocentrismo e denunciar o epistemicídio. Certificados também serão disponibilizados.

Além disso, o primeiro seminário contará com a presença da compositora e cirandeira Lia de Itamaracá, fazendo as honras da abertura junto com a idealizadora e coordenadora do projeto Benilda Brito. A seguir, O seminário é dividido em duas rodas. Confira a programação completa:

1ª roda – Saberes Afro/Indígena, com:

  • Eduarda Moreira Estudante, integrante da associação as Karolinas e fundadora do Coletivo Jovem localizado em Exú/PE.
  • Mazer Souza – Quilombola da comunidade Feijão, professora especializada em Neuropsicopedagogia e líder comunitária.
  • Melrilly Gonçalves – Indígena da comunidade Kaimbé, estudante do ensino médio e integrante do Projeto Cunhataí Ikhã.
  • Joaninha Dias Professora, poeta, escritora, candomblecista e juremeira.
  • Ayanny Diniz – Quilombola da comunidade Serra do Talhado, estudante do ensino médio.
  • Cirila Kaimbé – Indígena da comunidade Kaimbé é professora e coordenadora Estadual de Educação Escolar Indígena NTE 17 Ribeira do Pombal e apoiadora do Projeto Cunhataí Ikhã.

2ª roda – Pretagogias, Afrocentrismo. Basta de Epistemicídio, com:

  • Iyalorixá Denise Botelho – Drª em Educação e Relações Étnico-Raciais, com ênfase em interseccionalidades de raça e gênero, Docente Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Culturas e Identidades (PPGECI-UFRPE/FUNDAJ). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Raça, Gênero e Sexualidades “Audre Lorde” e Membro do Coletivo de Acadêmicas Negras Luiza Bairros.
  • Maria Aparecida de Matos – Doutora em Educação Literária, Docente da UFT, desenvolve projetos de letramento afro literário em comunidades quilombolas no Sudeste do Tocantins, em especial no Território Kalunga.
  • Pablo Soares – Mestre em Cultura e Sociedade/UFBA, cordelista, performance e pesquisador. Recentemente criou o selo FolkQueer de cordéis.

Sobre o Projeto Mandacaru Malala

Coordenado pela ativista Benilda Brito e patrocinado pelo Fundo Malala, o projeto tem como foco visibilizar as violências, desigualdades e ausências de políticas públicas focalizadas na educação das meninas do ensino fundamental das escolas públicas do nordeste brasileiro. Em seminário de lançamento (11), a iniciativa irá ligar saberes afro/indígenas e apontar resistências das comunidades tradicionais diante da pandemia do Covid-19. O evento também propõe elaborar um conjunto de ações que contribuam para o enfrentamento aos racismos e para a efetivação dos direitos educacionais das meninas, como garantem as Convenções Internacionais de Beijim e Durban, das quais o Brasil é signatário.