Projetos de lei tentam proibir “linguagem neutra” em espaços educacionais. Entenda o que está em jogo

As línguas são fruto das práticas, trocas, conflitos sociais e da diversidade humana, incluindo as de gênero.

Imagem com seis mãos erguidas em punho. Cada mão é colorida por uma cor. Da esquerda para direita, as cores de cada mão são: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul escuro e lilás. A sequência de cores representam o simbolo LGBTQI+. Acima das mãos a uma série de letras e símbolos como u, e, x, @. A imagem é destaque de matéria sobre linguagem inclusiva, língua e binarismo

Olá todos, todas e todes, vcs tão lendo no cel ou no note? Esta frase interrogativa não segue as normas da língua portuguesa, mesmo assim você a compreendeu. Por quê? Porque aprendemos a decodificar mensagens transmitidas por meio de diferentes formas de comunicação, seja seguindo regras ou incorporando gírias surgidas em determinados contextos ou grupos sociais.

O todes contido na frase inicial, com a vogal temática e, tem sido adotado recentemente, especialmente por jovens, ativistas e integrantes de movimentos sociais engajadas na defesa dos direitos das mulheres e da população LGBTQIA+. Estes grupos têm questionado o binarismo presente na língua portuguesa e criado novas linguagens que incluam mulheres e pessoas não-binárias.

Variações linguísticas não são um fenômeno novo porque constituem todas as línguas, dado que historicamente as sociedades e suas práticas linguísticas, sejam elas formais ou informais, se implicam mutuamente.

O português que conhecemos hoje nasceu da combinação entre línguas e práticas indígenas e africanas com o português europeu, vindo das línguas latinas. Para a Doutoranda em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP), Monique Amaral de Freitas, “a mudança é inerente à lingua e sua mutabilidade vai acontecer, as pessoas queiram ou não. O discurso de que a língua é imutável é uma ficção absoluta, o português falado hoje não é igual ao dos nossos avós, muito menos dos bisavós e assim por diante”.

Essas mudanças podem ou não alterar regras, se consolidar socialmente, ficarem obsoletas – o chamado arcaísmo -, serem adotadas somente na oralidade ou ainda em um contexto social específico. Algumas dessas mudanças geram críticas e outras não. As variações consequentes de hábitos criados pela internet – presentes na abertura deste texto – aparentemente não mobilizam a criação de projetos de leis para sua proibição. Já o surgimento das linguagens neutra, não-binária e inclusiva têm incomodado bastante certos setores da sociedade. Por que?

Proibições são projeto político excludente

Desde 2020, têm surgido projetos de lei nas câmaras federal e estaduais que associam a linguagem neutra à “militância ideológica” de uma “minoria” e pretendem controlar o modo como se fala o português, além de proibir o uso de variações linguísticas nas escolas das redes pública e privada, assim como em materiais didáticos, concursos, atividades culturais e esportivas.

Ao pesquisarmos pelo termo linguagem neutra nos sites das casas legislativas, é possível localizar estes PLs e seus autores, em sua maioria homens que, em geral, se apresentam nas redes sociais como conservadores, religiosos, bolsonaristas, armamentistas etc. Curiosamente, a pesquisa evidencia a ausência de experiência deles no campo da educação.

Para a linguista Monique Amaral de Freitas, tais projetos seriam “filhos do movimento Escola Sem Partido e geram debates que não são muito diferentes do absurdo kit gay. São pretextos para perseguir e eliminar valores que eles condenam, ou seja, são projetos contrários à inclusão e à diversidade”.

Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou como inconstitucionais projetos de leis inspirados no Escola Sem Partido (ESP), ratificando que educadoras e educadores têm seu direito à liberdade de expressão assegurada pela Constituição, e que os debates sobre gênero e sexualidade em sala de aula são deveres da gestão pública da educação. Apesar desta derrota, conservadores com cadeiras políticas “estão procurando outros caminhos para implantar esse pânico moral”, afirma Fernanda Moura, Doutoranda em Educação (PUC-RJ) e integrante do coletivo Professores Contra o Escola Sem Partido.

Para a especialista, os PLs contra linguagem neutra seguem as mesmas lógicas de outros que defendem a militarização e a educação domiciliar (homeschooling), pois “apresentam a escola e os professores como inimigos”.

“Para eles, escola é um lugar de violência, de doutrinação, de sexualização. Mas, na verdade, a escola é um local onde as crianças estão seguras, aprendendo o que são situações de violência, a se proteger e a pedir ajuda. São pessoas alheias à escola que querem mudar a opinião da população sobre a educação como um direito.”

Fernanda afirma ainda que esses projetos “tiram o foco da má gestão e fazem com o que o presidente apareça, pois quando Bolsonaro diz que tirou a ‘ideologia de gênero’ e Paulo Freire da escola, quando um ministro diz que uma criança de 9 anos não está alfabetizada, mas sabe usar camisinha, eles estão acenando para sua base eleitoral de direita e fundamentalista”.

O que quer e o que pode esta língua?

“Quando você não tem o pronome você não tem voz”. Este é um dos sentimentos da população LGBTQIA+ em relação ao binarismo presente na língua segundo o Doutorando em Letras pela Universidade Federal do Paraná, Heliton Diego Lau, que, em suas pesquisas, entrevistou pessoas não-binárias que não se identificam com uma linguagem que divide o mundo entre masculino e feminino, excluindo pessoas com outras expressões de gênero. Desde o mestrado, Heliton adotou e se tornou fluente na linguagem não-binária para “mexer com o ‘cistema’ e mostrar que pessoas não-binárias existem e resistem”.

Além do binarismo, a banalização do masculino como genérico mesmo em situações em que as mulheres são maioria é um dos fatores que motiva estas mudanças linguísticas conforme explica Monique Amaral: “falamos os enfermeiros que estão trabalhando na pandemia, mesmo sendo uma profissão em que 87,4% são mulheres. É um efeito discursivo de apagamento delas. A linguagem inclusiva é um passo importante para discutir a relação entre língua, binarismo, androcentrismo e sexismo”.

Para ambos pesquisadores, no campo da linguística, “nada é neutro”, por este motivo evitam a expressão linguagem neutra e defendem o uso de linguagem não-binária e linguagem inclusiva para se referir a essas novas práticas presentes no Brasil e no mundo. Lau afirma que, independentemente das críticas e debates, estas mudanças vão se atualizar a cada tempo e “se hoje falamos todes e elus, não sabemos como será daqui a alguns anos, pois podem surgir outras formas de se representar as pessoas”.

Lau descata que, apesar de recente, a própria a linguagem inclusiva vem sofrendo variações. Anteriormente, para se opor ao binarismo, as pessoas substituíam as vogais o e a pelo x ou @, mas, segundo o pesquisador, esta prática tem sido abandonada, pois dificulta a fala da população em geral e a leitura das pessoas com deficiência visual, dado que os softwares leitores de tela não compreendem estas grafias. Esta transformação denota que esses grupos estão preocupados com as necessidades e os direitos de todas as pessoas, não só com as questões de gênero ou das ditas minorias.

Glossário

Androcentrismo

Ainda predominante mundialmente, é a noção de que os homens e as referências masculinas são ideais e norteadoras da vida social, excluindo as especificidades das experiências das mulheres.

Sexismo

É a discriminação baseada no sexo biológico ou no gênero. Dada a dimensão do machismo nas sociedades, comumente aplica-se o termo para designar especificamente o preconceito e a desvalorização das mulheres, e não contra os homens.

Conheça o Comitê de Seleção do Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica

Composto por profissionais da educação e especialistas sobre os estudos de gênero, raça e sexualidade, o grupo analisou mais de 270 propostas recebidas pelo Edital.

Em foto monocromática com filtro roxo aplicado, é possível ver duas meninas lendo

E finalmente saiu o resultado do Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica! A equipe do projeto Gênero e Educação anunciou a 1ª lista de propostas aprovadas e as dez mais criativas e engajadoras. Essas e mais iniciativas, que serão divulgadas na 2ª lista, vão compor um banco de planos de aulas online e constarão em um e-book, que poderá ser baixado gratuitamente. Todo conteúdo estará disponível aqui, no site Gênero e Educação. 

Entre dezembro e fevereiro, o Comitê de Seleção do Edital analisou mais de 270 propostas enviadas para o projeto. Conheça quem compôs esse time:

Amélia Artes

Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). É pesquisadora do DPE (Departamento de Pesquisas Educacionais) da Fundação Carlos Chagas. Integra o Grupo de Gênero, Raça, e Direitos Humanos.

“A escola é um espaço de apredizagens. E é lá que trabalhar gênero deve estar: que meninos podem brincar de bonecas e usar rosa; que meninas podem mandar nos jogos; que nosso corpo tem que ser sempre respeitado, que a gentileza e o respeito ao diferente é o que nos faz humanos!”

Amélia Artes

Anatalina Lourenço

Cientista social formada pela UNESP (Universidade Estadual Paulista), professora da rede pública estadual e Municipal de São Paulo. Ativista do movimento de mulheres negras. Secretária Nacional de Políticas de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT-BRASIL).

“É impossível pensar em educação libertadora sem debater quem somos, nos conhecer e conhecer o outro é a melhor ideia de respeito, nossas diferenças, nossas singularidades. A construção da identidade étnica e de gênero passa pela escola, estrutura lugar diverso.”

Anatalina Lourenço

Antonia Oliveira

Educadora e defensora de Direitos Humanos. Historiadora e mestra em Linguagem e Identidade pela Universidade Federal do Acre (UFAC).

“Trabalhar gênero na educação básica é fundamental para enfrentamento das desigualdades que envolvem as relações sociais e construirmos uma sociedade com  equidade e justiça social.”

Antonia Oliveira

Benilda Brito

Pedagoga e Mestre em Gestão Social. Ativista pela Educação na Rede MALALA FUND.  Integrante do Nzinga – Coletivo de Mulheres Negras de BH. Integrante da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras e do Fórum Permanente de Igualdade Racial.

“Meninos têm que crescer respeitando as meninas, e meninas têm que crescer sabendo que tem direito de serem meninas e  merecem respeito.”

Benilda Brito

Cássia Jane de Souza

Coordenação pedagógica no Centro das Mulheres do Cabo. Especialização na Área de estudo de Gênero, desenvolvimento e Políticas Públicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“É importante trabalhar gênero na Educação Básica para desconstruir as relações desiguais de gênero, e dar  enfrentamento a violência contra a mulher desde cedo construindo relações de igualdade entre meninas e meninos”

Cássia Jane de Souza

Denise Carreira

Jornalista e doutora em educação. Professora da Universidade de São Paulo, coordenadora institucional da Ação Educativa e ativista da Rede Internacional Gulmakai, fundada por Malala Yousafzai (Prêmio Nobel da Paz).

“Precisamos promover a igualdade de gênero nas escolas como parte do direito à educação de qualidade, do direito ao acesso ao conhecimento científico e combater toda a desinformação, preconceito e pânico moral”

Denise Carreira

Eliane Maio

Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá; Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual (NUDISEX/CNPq/UEM).

“É importante trabalhar gênero na Educação Básica para  dialogar sobre questões de igualdade, justiça, equidade, ética e respeito.”

Eliane Maio

Fernanda Moura

Professora da Educação Básica. Autora da dissertação Escola Sem Partido: Relações entre Estado, Educação e Religião e os impactos no Ensino de História, com a qual obteve o título de mestre em 2016.

“É preciso trabalhar gênero na Educação Básica para que nenhuma criança ou adolescente sofra bullying e se veja obrigado a deixar a escola, para impedir a violência sexual contra crianças e adolescentes, para que adolescentes não sejammães e pais sem querer e para construirmos um  mundo menos desigual.”

Fernanda Moura

Fernando Seffner

Coordenador do GT23 da ANPEd – Gênero, Sexualidade e Educação. Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente e orientador junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação na linha de pesquisa Educação, Sexualidade e Relações de Gênero.

“Escola é espaço público, de alfabetização científica, exercícios de sociabilidade com os pares e de socialização com as regras.  Gênero é elemento estruturante da vida em sociedade. Nada mais natural do que  seja tema da cultura escolar.”

Fernando Seffner

Flávia Carolina da Silva

Mestre em Políticas Educacionais (2016) pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). As áreas de pesquisa que atua estão em torno da infância, práticas culturais, cidade, educação e relações étnico-raciais.

“Discutir gênero, desde a Educação infantil, é um meio de garantir uma educação de qualidade e de equidade a todas as crianças.”

Flávia Carolina da Silva

Francisca Jocineide da Costa

Doutora em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (2019) atuando principalmente nos seguintes temas: gênero, educação infantil, educação de jovens e adultos e diversidade na escola. Professora da rede pública municipal de Cabedelo/PB

“É importante trabalhar gênero na Educação Básica para nossos estudantes aprenderem que são sujeites singulares e que devem ser respeitades em  sua diversidade.”

Francisca Jocineide da Costa

Gilmar Soares Ferreira

Secretário de Assuntos Educacionais da CNTE. Possui graduação em Licenciatura em Filosofia pela Universidade São Francisco e especialização em Psicopedagogia pela Faculdades Integradas Mato-Grossense de Ciências Sociais e Humanas (1999).

“A escola é o espaço de convivência das diferenças. Local propício para ensinar o conceito de equidade para meninos e meninas e que ambos aprendam a respeitar as diferenças no âmbito da formação individual de seus corpos, para aprender a prevenir atos de abuso e violência.”

Gilmar Soares Ferreira

Ingrid Leão

Doutora em Direitos Humanos (2016), pela Faculdade de Direito da USP, Universidade. Atua na pesquisa e prática de Direitos Humanos, direitos das mulheres, segurança pública e monitoramento. Integrante do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM).

“É importante trabalhar gênero na Educação Básica porque é uma ferramenta de promoção de igualdade, não discriminação e vida livre de violência.”

Ingrid Leão

Izandra Falcão

Professora do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Doutora em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (2019) atuando nos seguintes temas: gênero, educação infantil, educação de jovens e adultos e diversidade na escola. 

“Trabalhar gênero na educação básica é libertar meninos e meninas das amarras cruéis do sexismo, é construir um futuro baseado em relações sociais menos opressoras e mais comprometidas com a justiça social e a vida planetária.”

Izandra Falcão

Ligia Freitas

Mestre e Doutora em Educação, também pela UFPB (2003/2014). Atua no ensino básico e  superior. Tem experiência com formação de professores/as na educação básica e de jovens no Projovem Urbano. Trabalha temas do currículo que fazem interface com gênero, questões étnico-raciais e corpo, cultura corporal do movimento, juventude e políticas para mulheres.

“É importante trabalhar gênero na Educação Básica porque a escola é uma das instituições que depois da família passamos mais tempo.  É no chão da escola que podemos aprender sobre respeito e direitos, refletir sobre as desigualdades que vivenciamos, pensando em como mudar essa realidade juntos.”

Ligia Freitas

Luana Tolentino

Mestra em Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e autora do livro Outra educação é possível: feminismo, antirracismo e inclusão em sala de aula, lançado em 2018 pela Mazza Edições.

“Promover a igualdade de gênero é essencial para a construção de uma sociedade justa e democrática. A escola é parte fundamental desse processo. Empreender práticas pedagógicas comprometidas com o fim de preconceitos, violências e discriminações é um compromisso que deve ser assumido por todos nós.”

Luana Tolentino

Nazaré Mota de Lima

Doutorado em Letras e Lingüística pela Universidade Federal da Bahia (2007) e pós-doutorado em Estudos Literários pela UFMG. Professora adjunta da Universidade do Estado da Bahia (UNEVB) e pesquisadora associada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é colaboradora do ICEAFRO: Educação para a Igualdade Racial e de Gênero.

“É importante trabalhar gênero na Educação Básica porque é na escola que se aprende a  respeitar as pessoas como elas são.”

Nazaré Mota de Lima

Patrícia Santana

Escritora, professora da Educação Básica Atua também na  formação de professores e pesquisadora das relações raciais e educação.

“É importante trabalhar gênero na Educação Básica porque precisamos de um mundo mais justo, porque as relações de gênero precisam estar embasadas em valores éticos. A escola tem  responsabilidade social na garantia do direito de todas as pessoas.”

Patrícia Santana

Paula Beatriz

Pós-graduada em Gestão Educacional e é diretora de uma escola estadual em São Paulo. Em 2019, recebeu o Prêmio Ruth de Souza, oferecido pelo Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo (CPDCN), da Secretaria da Justiça e Cidadania.

“É primordial que estejamos atentos a tudo. Podemos não atingir a todos, mas um que seja transformado fará grande diferença neste mundo. O ser diferente é muitas vezes fazer a diferença nesta sociedade tão complexa e rodeada de paradigmas.”

Paula Beatriz

Rogério Junqueira

Pesquisador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Doutor em Sociologia (Universidade de Milão e Macerata). Atuou na implementação do Programa Brasil Sem Homofobia.

“Gênero é um conceito indispensável para entendermos a sociedade, a escola, e  transformá-las.  Escola que permite ou cultiva sexismo, heterossexismo, transfobia, racismo, capacitismo não oferece educação de qualidade, que requer contínua disposição cidadã, inclusiva e antidiscriminatória.”

Rogério Junqueira

Sara Wagner York

Professora, pai, avó, travesti e doutoranda em Educação. Premiada com a Medalha ALUMNI da Universidade Estácio de Sá (2017) pelos trabalhos científicos desenvolvidos na instituição e atuação junto à comunidade.

“A partir de 2018, conceitos como mulher e homem no Brasil passam a contemplar com acuidade gente como eu, esquecida na história! Atualizemos-nos para uma  educação emancipatória  e que abrace a todas/es/xs/os!”

Sara Wagner York

Suelaine Carneiro

Socióloga, feminista, mestre em Educação e Coordenadora de educação e vice-presidente de Geledés Instutito da Mulher Negra. 

“Trabalhar gênero e raça na Educação Básica é fortalecer a cidadania!”

Suelaine Carneiro

Sueli Santos

Formada em Ciências Sociais e História pela Universidade de São Paulo (USP). Especialização latu sensu em Cultura, Educação e Relações Étnico-Raciais (CELACC-USP- 2019) Professora da rede municipal de educação de São Paulo desde 2010.

“É de fundamental importância a abordagem pedagógica da questão de gênero desde a educação básica para que possamos fazer com que o aprendizado e a defesa de valores como  respeito e liberdade sejam o alicerce de uma sociedade civilizada e justa para todos nós!”

Sueli Santos

Thais Gava

Mestra em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (2013). Doutoranda na faculdade de Educação na Universidade de São Paulo (USP). Participa do Grupo de Pesquisa em Gênero, Raça/Etnia: educação, trabalho e direitos humanos da FCC.

“É importante trabalhar gênero na Educação Básica porque a escola pode ter um significado emancipatório ao propiciar que crianças e jovens tenham experiências compartilhadas de um  mundo mais amplo e diverso.”

Thais Gava

Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica: confira a primeira lista das propostas aprovadas

O Edital recebeu mais de 270 inscrições. As propostas aprovadas vão compor um banco de aulas online e constarão em um e-book que ficará disponível no site Gênero e Educação.

Em imagem de fundo bege, é possível ver mulher com megafone, de onde saem ícones do feminismo.

O Edital recebeu mais de 270  inscrições. As propostas aprovadas vão compor um banco de aulas online e constarão em um e-book que ficará disponível no site Gênero e Educação. Uma segunda lista de propostas será anunciada em breve.

Durante o mês de novembro de 2020, o Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica recebia sequências didáticas, planos de aula, planos de atividade por campo de experiência e projetos interdisciplinares que valorizassem a abordagem de gênero nas escolas. Profissionais de educação, organizações da sociedade civil, coletivos juvenis e movimentos sociais de todo o Brasil apresentaram propostas.

+ Conheça o Comitê de Avaliação do Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica

Após analisar todas as inscrições, o Comitê de Avaliação selecionou dez propostas como as mais criativas e engajadoras. Elas receberão uma declaração de reconhecimento público em cerimônia virtual com representante do Fundo Malala, um leitor digital e uma bolsa de estudos para um curso à escolha no Centro de Formação da Ação Educativa.

Banco de Planos de Aula e Live de Cerimônia

Dia 23/03 (terça-feira), às 17h, as dez propostas mais criativas receberão uma declaração de reconhecimento público em cerimônia virtual com representante do Fundo Malala. A transmissão será na página do Facebook do projeto Gênero e Educação e na página e canal de Youtube da Ação Educativa

Além das 10 mais criativas e engajadoras, todas as propostas aprovadas pelo comitê de seleção vão compor o banco Planos de Aula – Igualdade de Gênero na Educação Básica, que ficará disponível no site Gênero e Educação e constarão em um e-book, que poderá ser baixado gratuitamente. 

Após a live  de cerimônia, uma o banco de planos com a 1ª lista de propostas aprovadas já estará acessível online. Segundo as recomendações do Comitê de Seleção e da Ação Educativa, as propostas poderão sofrer adequações.

Em breve lançaremos uma 2ª lista de propostas aprovadas para o banco de planos de aula. O site será constantemente atualizado para a publicação periódica das demais propostas selecionadas.

A equipe do projeto Gênero e Educação entrará em contato com as participantes. O projeto Gênero e Educação agradece a participação de todas as pessoas que enviaram seus trabalhos!

Saiba quais são as 10 propostas selecionadas pelo comitê como mais criativas e engajadoras:

As pessoas serão contempladas com a publicação no banco de planos, um leitor digital e uma bolsa de estudos em curso da Ação Educativa à escolha.

  • Jamile Menezes da Silva
    Escritoras negras: minha história; nossas histórias
  • Maria Isabel dos Santos Gonçalves
    As filosofias de minha avó: Redescobertas de um legado ancestral
  • Yonier Alexander Orozco Marín
    Como seria o mundo se os homens cisgêneros também menstruassem?  Outras abordagens sobre a menstruação no ensino de ciências e biologia
  • Aldenora Conceição de Macedo e Jaqueline Aparecida Barbosa
    “Juntes: relações saudáveis na adolescência”: Projeto sobre gênero e equidade na escola
  • Lenilda Damasceno Perpétuo
    Espelho, Espelho Meu: Reflexões e inflexões acerca do debate de gênero na escola periférica, plural e inclusiva do Ensino Fundamental
  • Gabriela Martins Silva
    Virando Homem: masculinidades e adolescência
  • Brunna Sordi Stock
    Representatividade de mulheres na política utilizando razão e porcentagem
  • Márcie Vieira
    Dramaqueer
  • Anderson Severiano Gomes
    Mulheres Negras Na Escola-quilombo Feminina.
  • Maria Edilene Araújo Silva
    Reconstruindo a percepção de Gênero a partir das Práticas Corporais de Lutas

Conheça a lista de aprovadas

As pessoas serão contempladas com a publicação das propostas no banco de planos de em e-book.

  • Camila Silveira da Silva
    Igualdade de gênero nas escolas: prevenindo violências, enfrentando desigualdades e promovendo direitos
  • Tânia Maria Lima e Mila Nayane da Silva
    Desenhando a diversidade e igualdade na educação infantil: construindo pensamentos e práticas conscientes desde a base.
  • José Edson Cândido Alves
    “Bruta-Flor”
  • Deborah Monteiro
    “Crie uma princesa que pareça com você”
  • Renato Henrique Teixeira
    História dos corpos na arte: disputas de narrativa e a experiência curatorial
  • Cicera Glaudiane Holanda Costa
    Muitas cores formam uma família
  • Cristiane Pereira Cerdera
    Herstory: Mulheres que fazem a História
  • Lucidalva de Azevedo Ribeiro Gonçalves
    CFE – Consciência Feminina na Escola e as mulheres de luta do Grajaú
  • Mari Costa de Chirico
    VideoClipe: nossa história na rede
  • Gabriela Barbosa Dias de Lima
    XXT-LAB Percurso auto-investigativo em saúde sexual e reprodutiva.
  • Andreia Candido da Silva
    Projeto: Liberdade é Uma Luta Constante
  • Elizangila Sousa de Jesus
    Projeto Calendario Negro
  • Marcelle Marques de Andrade
    CENA – Coletivo Estudantil Neuza Avelino
  • Rutemara Florêncio
    Construindo uma história local a partir da visão e ação das mulheres locais
  • Marina Venâncio Grandolpho
    Viajando na “máquina” da humanidade: o corpo e seus “deslimites”
  • Isadora Cunha Pimentel
    Diferentes formas de ser
  • Juliana de Souza Ramos
    Novos lugares de fala na História brasileira
  • Flávio Barreto de Matos
    Gênero, Sexualidades e Interseccionalidade na Educação de Jovens e Adultos
  • Elio Roberto Pinto Santiago Filho
    Rainhas e Deusas: herança africana e resistência da mulher negra no Brasil
  • Yaci Maria Marcondes Farias
    “Uma Canção Pra Você” A Música Em Uma Proposta De Sequência Didática Voltada Para Um Ensino De Biologia Não Sexista
  • [sem identificação nominal]
    A temática “gênero e direitos das mulheres” no ensino de Sociologia: uma proposta de abordagem a partir da metodologia Tela Crítica
  • Fábio da Silva Gomes
    Verificando a origem das discriminações
  • Nathalia Servadio
    Visibilidade para as mulheres no esporte
  • Natália Braga de Oliveira
    Corpo e fala: resistências à violência de gênero
  • Jéssica Carolina Paschoal de Macedo
    As temáticas de gênero no ensino de Química
  • Nathalia de Oliveira
    Injúrias, Corpos e Diversidade
  • Aparecido Renan Vicente
    Educação, Direitos, Raça, Sexualidade, Identidade De Gênero, Violência Sexual E LGBTQIA+: Desmistificando Mitos.
  • Izabela de Faria Miranda
    Homens que Transformam
  • Fernanda Brandão da Silva
    Vida sem Violência é direito
  • Thiago Luis Cavalcanti Calabria
    O que podemos aprender com os movimentos sociais
  • Lyra da Matta Machado Lana
    Diversidade sexual e de gênero
  • Márcie Vieira
    Os Temas (Trans)versais e seus (Cis)temas
  • Priscila Artte Rosa Nascimento
    Caderno das Mulheres: Uma alternativa ao sexismo nos materiais didáticos
  • Fleuriane Dantas Lira
    RPG educacional de autoria própria: Mais um nada comum dia na escola
  • Yasmine Braga Theodoro
    De mulheres para meninas: tecendo redes e projetando carreiras na ciência e tecnologia
  • Cristiane Batista da Silva Santos
    Storytelling Na Formação De Professores/As: Estratégias De Ensino Contra O Racismo Estrutural Sobre Mulheres Negras
  • Vera Regina Meinhard
    Equilíbrio de Gênero: Democratizando (Auto)conhecimento
  • Eliaquim de Sousa Lima
    Desconstrução de estigmas de gênero na dança de salão, forró.
  • Sylvia de Nazaré Ferreira Castro
    Projeto “Um Olhar Diverso”
  • Ediêr Luiz Sabino
    “Você tem Medo de Quê?”
  • Dalva De Araujo
    “Respeita As Mina” – Dia De Mulher É Todo O Dia”
  • Marília Farias Xavier
    Empodere Suas Crianças
  • Camyla Roberta Gonzaga Silva
    O jogo da vida real
  • João Eudes Alexandre de Sousa Júnior
    LGBTQIA+: uma sigla que inclui a todos.
  • Jocy Meneses dos Santos Junior e Jarlisse Nina Beserra da Silva
    Reflexões sobre gênero e violência a partir da arte
  • Martha Julia Martins de Souza
    Clube de Leitura Jovem Adulto
  • Lucas Súllivam Marques Leite
    Filosofia Africana: performance, feminino e matrizes afro-ameríndias
  • Vanessa dos Santos Araujo
    Identidades e desigualdades: uma pesquisa censitária na escola
  • Bruno Godoi Barroso
    Vozearia no Silêncio
  • Silvana Cockles Crisanto Do Nascimento
    Empodcast
  • Caroline Feitosa de Sousa
    Projeto interdisciplinar revista cultural apagadas da história
  • Samanta do Carmo Zangari Corrêa
    Projeto diversidade – ser diferente é legal, eu respeito!
  • Mayana Marques Vieira
    Direito à Cidade Afro-Periférico em uma Perspectiva de Gênero e Raça
  • Larissa de Pinho Cavalcanti
    Dixie Chicks na Luta contra Violência Doméstica na Aula de Inglês
  • Larissa de Pinho Cavalcanti
    Maria da Penha Law: Violencia contra mulher na aula de ingles
  • Thiago de Souza Moura
    Oficinas da liberdade: ressignificando a gravidez na adolescência na escola através dos estudos de gênero
  • Lara Maria Bacelar Santos
    Desenho animado e Igualdade de gênero
  • Nayane Marques da SIlva
    Sarau Vozes que não calam
  • Samantha Schäfer
    Menina Super Preta Poderosa
  • Caliane Costa dos Santos da Conceição
    Cientistas Negras na Educação Profissional e Tecnológica: E eu, eu não sou uma cientista?
  • Renata Lewandowski Montagnoli
    Tempos de guerra, mulheres sem paz
  • Renata Lewandowski Montagnoli
    A “invisível” violência contra o ser mulher
  • Maria Eduarda Ososki Nicolau e Maria Cecilia Vieira Carvalho
    Feminicídio no Brasil – definição, causas e interseccionalidade
  • CELIANA MOTA RODRIGUES SOARES
    Dignidade e Respeito
  • Celiana Mota Rodrigues Soares
    Projeto Desiderata
  • Henrique Frey
    Homem não chora? Leituras sobre a construção da masculinidade e a noção de gênero
  • Rayra Santos de Souza
    Projeto Mulheres na História
  • Guilherme da Silva Fassina
    Desconstruindo a cultura do machismo no Futebol
  • Ana Elisa Cruz Corrêa
    Perceber, refletir e agir: mobilizando a comunidade escolar contra as opressões interseccionais do dia a dia
  • Luciane Fontes Polido de Almeida
    Projeto Interdisciplinar – Vidas Negras Importam
  • Analise de Jesus da Silva
    Educação  para cidadania e direitos humanos: educação para as mulheres e as pessoas LGBT  – uma questão de gênero.
  • Francisca de Lima Constantino
    A interdisciplinaridade como possibilidade de valorização da diversidade e respeito às diferenças
  • Rosa Maria Alves do Nascimento
    Narrativas Negras e Carolina de Jesus no fortalecimento da Igualdade de gênero
  • Débora Camargo
    Aprendendo a dizer não à violência de gênero: uma análise crítica sobre a fábula “A cigarra e a formiga”
  • Aline Antochiw Amaral
    Vozes Femininas não se calem!
  • Júlia Silveira Barbosa
    As resistências de movimentos sociais de mulheres, negros e LGBT’s às censuras do período ditatorial brasileiro (1964-1985).
  • Aldo Rezende
    Em Debate As Questões:  Gênero, Etnico-racial E Classe Social Na Sociedade Contemporânea.

Uma segunda lista de propostas será publicada em breve. Aguardar o contato da equipe do projeto Gênero e Educação.

Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica: data do resultado adiada

Devido ao alto número de propostas recebidas, a divulgação do resultado foi adiada para fevereiro de 2021. A data será confirmada em breve!

Em colagem, é possível ver mulher negra observando atentamente um celular.

Mesmo em um contexto desafiador, docentes, ativistas, pesquisadoras/es mostraram que é possível continuar sonhando e buscando uma educação menos desigual. Ao longo do mês de novembro, o Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica recebeu mais de 250 inscrições e agora, irá selecionar propostas de planos de aula/planos de atividade por campo de experiência, projetos interdisciplinares e sequências didáticas comprometidas com o combate a desigualdade de gênero nas escolas. Serão valorizadas propostas que articulem gênero, raça e diversidade sexual em uma perspectiva interseccional.

Diante do grande número de propostas a serem analisadas, o lançamento do resultado do Edital foi adiado para fevereiro de 2021. A data exata da divulgação de classificação será publicada, em breve, no site Gênero e Educação.

Premiação

As propostas aprovadas vão compor um banco de aulas online que ficará disponível para todas as escolas do Brasil. Além disso, constarão em um e-book, que poderá ser baixado gratuitamente no site do projeto Gênero e Educação. As dez mais criativas e engajadoras receberão uma declaração de reconhecimento público em cerimônia virtual com representante do Fundo Malala, um leitor digital e uma bolsa de estudos para um curso à escolha no Centro de Formação da Ação Educativa.

Para mais informações: generoeeducacao@acaoeducativa.org.br

Mulheres de diferentes tradições religiosas e culturas manifestam apoio à igualdade de gênero nas escolas

Iniciativa integra ação que pede que o STF recoloque em pauta julgamento das últimas cinco ações que tratam de leis inspiradas no Movimento Escola sem Partido, reafirmando decisões da Corte contrárias à censura nas escolas.

Em colagem, é possível ver monumento A Justiça ao centro e fundo de papel pardo.

Enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (02) e lançado publicamente nesta quinta (03), um vídeo com a participação de mulheres de diferentes tradições religiosas e culturas manifesta apoio à Corte em suas decisões pela abordagem de gênero nas escolas e pela a inconstitucionalidade das leis inspiradas no movimento Escola Sem Partido. 

“Nós, mulheres de diferentes tradições religiosas e culturas, apoiamos o STF em suas decisões por uma escola de qualidade, que garanta o direito a todos ao conhecimento libertador: sem preconceito, sem intolerância e sem ódio”

– afirma a pastora luterana e secretária geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), Romi Márcia Bencke, na abertura do vídeo.

“Defendemos a laicidade do Estado. Isso significa que o Estado deve respeitar todas as tradições religiosas e não deve se orientar por doutrinas, dogmas e verdades religiosas”

– completa Eliad Dias dos Santos, pastora da Igreja Metodista da Luz.

O vídeo foi enviado junto a uma carta, em que mais de trinta organizações e redes de sociedade civil com atuação de destaque na promoção dos direitos humanos solicitam que o Tribunal retome urgentemente o julgamento da ADI 5668 e das ADPFs  462, 522 e 578.

A ADI 5568 demanda que o Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014) seja interpretado conforme a Constituição Federal, reconhecendo o dever das escolas públicas e particulares de prevenir e coibir discriminações por gênero, identidade de gênero e orientação sexual, bem como de respeitar a identidade de crianças e adolescentes LGBT no ambiente escolar. Já as ADPFs 462, 552 e 578 tratam de legislações inspiradas no Escola Sem Partido nos municípios de Blumenau, Petrolina e Garanhuns e Santa Cruz de Monte Castelo, respectivamente.

O julgamento estava previsto para 11 de novembro e foi retirado de pauta pelo Presidente Ministro Luiz Fux, após críticas contra o STF por parte de grupos ultraconservadores disseminadas nas redes sociais no contexto da disputa eleitoral.

Abordar gênero na escola é um dever do Estado

Ao longo deste ano, uma série de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou legislações que proibiam a abordagem da temática de gênero e orientação sexual nas escolas. Até o momento, sete legislações municipais (ADPF 526 – Foz do Iguaçu, ADPF 467 – Ipatinga, ADPF 460 – Cascavel, ADPF 457 – Novo Gama, ADPF 461 – Paranaguá, ADPF 600 – Londrina, ADPF 465 – Palmas) e uma estadual (ADIs 5537, 5580, 6038 – Alagoas) foram analisadas.

Em todas as decisões, a Corte reafirmou princípios constitucionais como a liberdade de expressão e o combate às desigualdades e determinou que abordar gênero e sexualidade em escolas é um dever do Estado brasileiro como forma de proteger crianças, adolescentes, jovens e adultos da violência, como previsto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA/1990) e na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2016).

Essas decisões têm caráter vinculante, isto é, valem não apenas para os municípios em específico dos quais tratavam as ações, como também mostram o posicionamento da corte mais alta do país em relação a todas as leis similares inspiradas no movimento Escola Sem Partido.

Participam do vídeo as instituições religiosas:

Aliança de Batistas do Brasil
Bancada Evangélica Popular
Campanha Tire os Fundamentalismos do Caminho
Coletivo de Mulheres das Organizações Religiosas do Distrito Federal
Coletivo Vozes Maria
Coordenadoria Ecumênica de Serviço
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
EIG – Evangélica pela Igualdade de Gênero
Fórum Ecumênico ACT Brasil
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Koinonia Presença Ecumênica e Serviço
Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino no Distrito Federal
OSC Diaconia Act Alliance
Movimento Social de Mulheres Evangélicas do Brasil
Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde

Além delas, o vídeo tem apoio de:

Ação Educativa
Artigo 19
Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH)
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT)
Associação Mães pela Diversidade
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED)
Associação Nacional de Política e Administração de Educação
Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (ANCED)
Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB)
Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA)
Associação Nacional de Juristas pelos Direitos Humanos LGBTI (ANAJUDH)
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (CEDECA Ceará)
Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES)
Cidade Escola Aprendiz
Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres (CLADEM Brasil)
Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA)
Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (CEPIA)
Conectas Direitos Humanos, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)
Confederação Nacional dos Trabalhadores dos Estabelecimentos em Educação (CONTEE)
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs
Frente Nacional Escola Sem Mordaça
Geledés – Instituto da Mulher Negra
Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero (GADvS)
Instituto Alana, Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM)
Movimento Educação Democrática
Open Society Justice Initiative
Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil
Projeto Liberdade
Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (RENAFRO)
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (ANDES-SN)
THEMIS – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero
União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME)
Associação TAMO JUNTAS – Assessoria Jurídica Gratuita para Mulheres Vítimas de Violência

Igualdade de Gênero na Educação Básica: mais de 50 entidades lançam edital público

Edital Público Igualdade de Gênero na Educação Básica recebe propostas de planos de aula, projetos interdisciplinares e sequências didáticas até 29/11.

Ilustração de mulher negra com megafone, de onde saem ícones por igualdade de gênero.

Edital Público Igualdade de Gênero na Educação Básica recebe propostas de planos de aula/planos de atividade por campo de experiência, projetos interdisciplinares e sequências didáticas até 29/11. As dez mais criativas e engajadoras serão reconhecidas publicamente em cerimônia com o Fundo Malala.

Até o dia 29 de novembro estarão abertas as inscrições para o Edital Público Igualdade de Gênero na Educação Básica: prevenindo violências, enfrentando desigualdades e promovendo direitos. Escolas, universidades, organizações da sociedade civil, coletivos juvenis, movimentos sociais e profissionais de educação estão convidadas/os a apresentarem propostas de planos de aula, projetos interdisciplinares e sequências didáticas. Serão valorizadas propostas que articulem gênero, raça e diversidade sexual em uma perspectiva interseccional.

As propostas aprovadas serão reconhecidas publicamente em evento virtual e vão compor um banco de aulas público, disponível para todas as escolas do Brasil. As dez mais criativas e engajadoras receberão um leitor digital e uma bolsa de estudos para um curso à escolha no Centro de Formação Educação Popular, Cultura e Direitos Humanos da Ação Educativa.

ACESSE O EDITAL COMPLETO

Promovido por diversas instituições e redes comprometidas com a luta pelo direito humano à educação de qualidade, pela democracia e pelos direitos das crianças e dos adolescentes, das mulheres, da população negra e da população LGBTQI+, o Edital Público visa reconhecer as iniciativas e os acúmulos de educadoras, educadores e comunidades escolares; promover intercâmbios; inspirar novas experiências e reagir à imposição de censura e autocensura por parte de movimentos ultraconservadores que atuam em uma perspectiva anticiência e contra direitos conquistados pela sociedade brasileira nas últimas décadas.

Reafirmando os marcos legais que dão base à promoção da igualdade de gênero nas escolas, as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamentos históricos, ocorridos ao longo de 2020, definiram como inconstitucional a atuação autoritária desses movimentos que defendem a proibição do debate de gênero nas instituições de ensino. Além disso, o STF determinou como dever do Estado brasileiro a abordagem de gênero na escola como forma de prevenir a violência e o abuso sexuais sofridos por crianças, adolescentes, mulheres e a população LGBTQI+ em geral. Por meio de suas decisões, o STF reafirmou os princípios constitucionais da liberdade de cátedra do professorado, da pluralidade pedagógica, da liberdade de ensinar e aprender e o direito de estudantes acessarem conteúdos escolares e conhecimentos científicos ainda que estes contrariem as crenças e doutrinas de suas famílias.

Para Denise Carreira, coordenadora institucional da Ação Educativa e ativista da Rede Internacional Gulmakai, fundada por Malala Yousafzai (Prêmio Nobel da Paz), a abordagem da igualdade de gênero nas escolas é fundamental para a construção de uma cultura democrática no Brasil.

“Não tratar de gênero gera e alimenta diversos problemas sociais: o abuso sexual de crianças e adolescentes, a violência contra mulheres, a violência contra a população LGBT, o genocídio da juventude negra, a discriminação sofrida por mulheres negras e tanta outras desigualdades. Precisamos promover a igualdade de gênero nas escolas como parte do direito à educação de qualidade, do direito ao acesso ao conhecimento científico e combater toda a desinformação, preconceito e pânico moral”, afirma.

Com o apoio do Fundo Malala, a promoção do Edital conta com as seguintes organizações, redes e núcleos de pesquisa: Ação Educativa; ABEH – Associação Brasileira de Ensino de História; ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos; ABIA- Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS; ABLBTI – Associação Brasileira de Mulheres Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Intersexo; AMNB – Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras; Anaí – Associação Nacional de Ação Indigenista; ANAJUDH-LGBTI – Associação Nacional de Juristas pelos Direitos Humanos LGBT; ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior; Anis – Instituto de Bioética; ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação; ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais; Artigo 19; Campanha Nacional pelo Direito à Educação; Cedeca CE – Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará; CFemea – Centro Feminista de Estudos e Assessoria; Cidade Escola Aprendiz; CLADEM Brasil – Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher; CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação; CONAQ – Coletivo Nacional de Educação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas; CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil; CONTEE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino; De Olho nos Planos; Defensoria Pública do Estado de São Paulo – Núcleo de Defesa e Promoção dos Direitos das Mulheres; DIVERSIAS – Grupo de Estudos em Diversidade, Educação e Controvérsias da PUC-Rio; ECOS – Comunicação e Sexualidade; EdGES – Gênero, Educação e Cultura Sexual da FEUSP-CNPq; FOPIR – Fórum Permanente de Igualdade Racial; GADvS – Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero; GEERGE Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero da Faculdade de Educação UFRGS; Geledés – Instituto da Mulher Negra; GEPCEB – Grupo de Estudos e Pesquisa: Conservadorismo e Educação Brasileira da UFF; GPTEC- Grupo de Pesquisa em Tecnologia Educação e Cultura da IFRJ; IDDH – Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos; Instituto Patrícia Galvão – Midia e Direitos; Justiça Global; LAEDH – Laboratório de Educação em Direitos Humanos do Colégio Pedro II; MMM-SP – Marcha Mundial de Mulheres; Movimento Educação Democrática; Nzinga – Coletivo de Mulheres Negras de Belo Horizonte; NOSSAS – Rede de Ativismos; NOSSAS – Rede de Ativismos; Odara – Instituto da Mulher Negra; OLÉ – Observatório da Laicidade na Educação; PCESP- Professores contra o Escola sem Partido; Plataforma Dhesca; Portal Catarinas; REPU – Rede Escola Pública e Universidade; SBEnBio – Associação Brasileira de Ensino de Biologia; SPW – Observatório de Sexualidade e Política; Terra de Direitos; UNCME – União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação.

Entenda como a Lei Maria da Penha assegura a abordagem de gênero nas escolas

Para ter um futuro livre da violência, crianças têm o direito de saber oque é gênero, assim como o significado das desigualdades e da violência de gênero.

Em colagem, é possível ver menina escrevendo. Ao fundo, há elementos decorativos.

O que a Lei Maria da Penha tem a ver com práticas pedagógicas? Tudo, visto que a educação em gênero como meio de prevenção à violência contra meninas e mulheres é assegurada por este marco legal.

O Art. 8º da Lei Maria da Penha sugere diversas diretrizes a serem tomadas pelo poder público e por entes não-governamentais. Entre elas a elaboração de campanhas educacionais, a capacitação permanente e o destaque nos currículos escolares de conteúdos sobre equidade de gênero, raça, etnia e sobre o enfrentamento à violência contra a mulher.

Além de ser dever do Estado de cumprir com a legislação e garantir o direito educação em gênero nas escolas, as diferentes formas de violência contra as mulheres têm tudo a ver com a vida escolar e práticas pedagógicas. Segundo Ingrid Leão, Pedagoga, Doutora em Direitos Humanos e Integrante do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) o gênero constitui uma importante dimensão da vida social, produzindo violências e desigualdade: “o gênero está na nossa vida desde que a gente nasce, é um aspecto da nossa vida, da sociedade, tudo à nossa volta é pensado sobre as relações de gênero a todo momento”.

Durante o primeiro semestre de 2020, foram julgadas no Supremo Tribunal Federal sete ações relativas a normas municipais que proibiam a abordagem de gênero e sexualidade nas escolas públicas. A Corte foi unânime em declarar a inconstitucionalidade das leis por desrespeito a valores como a liberdade de ensino e o pluralismo de ideias e o estímulo a desinformações e estigmas.

Para Ingrid Leão, a abordagem de gênero nas escolas seria um dever do Estado e de todas as escolas, e lembra ainda que o Plano Nacional de Educação, sancionado em 2014, também prevê a “superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação”. Deste modo, a ideia de que seria proibido falar de gênero nas escolas é uma “campanha de desinformação que confunde as pessoas e atrasa o enfrentamento da violência no nosso país”, diz Ingrid.

Escola como formação para a cidadania

A pedagoga destaca ainda que a “escola não é um lugar só de letramento, mas de formação para a cidadania. Quando se nega as relações de gênero, a existência da violência de gênero ou se proíbe falar sobre gênero na escola o que estamos fazendo? Estamos assumindo um viés ideológico que aceita essa violência. É uma escola que silencia sobre a violência. É preciso não só falar, mas colaborar para a formação da cidadania”.

A Defensora e Coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem) da Defensoria do Estado de São Paulo, Nalida Coelho Monte, compartilha da mesma visão e afirma que, além de ser inconstitucional, qualquer tentativa de proibir o debate sobre gênero nas escolas viola os direitos fundamentais das crianças e adolescentes, pois prejudica seu aprendizado para o exercício da cidadania como, aliás, prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB). “Meninos e meninas precisam saber diferenciar o que é uma violação de direitos, e quais são os estereótipos das nossas supostas obrigações de ser homem e ser mulher. Para reivindicar direitos, exercer a cidadania, é preciso conhecer e entender esses direitos e a escola é o espaço fundamental para isso. Tentar impedir o debate sobre gênero nas escolas seria impedir que crianças e adolescentes sejam capazes de identificar as próprias situações de violações de direitos”, afirma Nalida Coelho.

A pedagoga Ingrid Leão lembra que meninos também são afetados pelas desigualdades de gênero e destaca a importância de questionar o machismo e os modelos de masculinidade aos quais são submetidos: “como vamos exigir de um homem adulto que ele não seja violento, se isso nunca foi falado para ele em lugar nenhum? Se a escola não ensinou desde criança que ele não pode ser agressivo com as meninas e mulheres que ele encontrar pela vida? A gente é responsável por isso! A gente não pode querer falar sobre violência de gênero quando já aconteceu o dano. É preciso focar no desenvolvimento da pessoa”.

Além de ser um direito, o debate sobre gênero protege crianças

Diferentemente do que pensam aqueles que desconhecem o que é gênero, tratar de suas questões nas escolas não geraria conflitos ou prejudicaria crianças e adolescentes. Ao contrário, uma educação sobre gênero pode protegê-los de situações de violência, ensiná-los a respeito dos direitos das meninas e mulheres e evitar que vivam ou reproduzam situações de discriminação ou violência de gênero na vida adulta. As entrevistadas do Gênero e Educação afirmam que muitos casos de violência doméstica poderiam ser evitados caso meninos e meninas tivessem contato com uma educação de qualidade sobre as questões de gênero, obviamente, adequada para sua faixa etária: “como a gente previne esse tipo de situação, senão a partir do currículo? Senão a partir da educação? Senão a partir do debate formativo sobre as desigualdades de gênero no nosso país?”, exalta Ingrid Leão.

As especialistas concordam, no entanto, que tratar das questões de gênero nas escolas não é uma tarefa simples, pode ocasionar dúvidas dos docentes e até mesmo censuras. A Defensora Nalida Coelho lembra que o Nudem auxilia professores e gestores a desenvolver e estruturar debates sobre gênero dentro das escolas e com toda a comunidade escolar, além de apoiar e assessorar juridicamente os profissionais que eventualmente tenham sofrido algum tipo de censura. Sobre este tema, sugerimos a leitura do Manual de Defesa contra a Censura nas Escolas, elaborado pela Ação Educativa e outras dezenas de organizações que trabalham pelos direitos humanos e pela educação.

As entrevistadas destacam ainda que os docentes precisam de apoio para incorporar as questões de gênero em suas atividades: “quanto ao papel do professor e da professora é sempre bom dizer que eles estão dentro da rede de educação, portanto são uma das peças, que não fazem educação sozinhos, tem a direção, tem o livro didático, tem a estrutura, tem a política educacional, o currículo escolar”, lembra Ingrid Leão.

Educação como prevenção à violência contra meninas e mulheres é tema de webinário

Evento sobre violência contra meninas e mulheres acontecerá nesta quinta (03/09), às 19h e será transmitido pelo Facebook do Consórcio Lei Maria da Penha.

Foto de divulgação de evento que reúne as miniaturas de rosto das cinco participantes do webinário 'Educação como prevenção à violência contra meninas e mulheres'. São elas: Lídice da Mata, Maria Guaneci Marques de Ávila, Erika Kokay, Ingrid Leão e Regina Célia A. S. Barbosa.

Com o crescimento das notificações de casos envolvendo violência contra meninas e mulheres durante a pandemia, o debate sobre educação e gênero se torna cada vez mais necessário.

Por isso, o webinário Diálogos sobre a Lei Maria da Penha abordará a importância da educação em gênero na educação formal e informal como meio de prevenção à violência doméstica e sexual contra meninas e mulheres (Art. 8º).

O evento discutirá também o que entidades e movimentos feministas têm feito para desmentir falsas ideias que têm circulado no debate público, como a de que existe uma “ideologia de gênero” sendo ensinada nas escolas.

O Art. 8º da Lei Maria da Penha traz diversas diretrizes a serem tomadas pelo poder público e pelas ações não-governamentais, como elaboração de campanhas educacionais, capacitação permanente e destaque, nos currículos escolares, de conteúdos sobre equidade de gênero, raça, etnia e o problema da violência contra a mulher.

+ Saiba porque é importante debater gênero nas escolas

O evento acontece nesta quinta-feira (03) às 19h, pelo Facebook do Consórcio Lei Maria da Penha e pelo canal do Youtube da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto – FDRP/USP.

Sobre as participantes:

Regina Célia A. S. Barbosa – Professora de Direito, Advogada e Vice-Presidenta do Instituto Maria da Penha;

Ingrid Leão – Doutora em Direitos Humanos, integra o CLADEM Brasil e o Projeto Gênero e Educação;

Erika Kokay Deputada Federal (PT/DF), Frente Parlamentar Feminista Antirracista com Participação Popular;

Maria Guaneci Marques de Ávila – Assistente Social, Promotora Legal Popular em Porto Alegre, formada pela Themis;

Lídice da Mata – Deputada Federal (PSB/BA), Frente Parlamentar Feminista Antirracista com Participação Popular.

Live marca lançamento do site Gênero e Educação

Evento ocorre neste dia 30/07 às 17h e será transmitido pelo Facebook do projeto Gênero e Educação.

Hoje (30/07), às 17 horas, a inciativa Gênero e Educação  lança seu novo site como forma de reafirmar seu compromisso com a agenda de gênero, raça e sexualidade no debate público e nas escolas. O portal reunirá conteúdos noticiosos, teóricos, informativos e pedagógicos em prol da igualdade de gênero na educação, sempre abordada em uma perspectiva interseccional articulada às desigualdades de raça, sexualidade e renda. 

A data escolhida para o lançamento estabelece relação com o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza De Benguela, celebrados no 25 de Julho. Marco importante na agenda do movimento negro, a data celebra a vida e história de mulheres negras que assim como Tereza de Benguela, mulher negra quilombola chefiou o Quilombo do Quariterê durante período da escravidão, viraram grandes símbolos da luta antirracista no país.

Honrando a memória de Benguela e com o tema “Educadoras negras em luta por uma escola antirracista”, a live de lançamento da nova versão do site busca visibilizar a importância das mulheres negras no enfrentamento do racismo e sexismo no campo educacional e na construção de práticas pedagógicas comprometidas com o ensino da cultura e história africana e indígena em sala de aula (Leis 10.639/03 e 11.645/08).

O lançamento é resultado de um amplo trabalho de articulação política da Ação Educativa em parceria com Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), Ecos – Comunicação e Sexualidade, Geledés – Instituto da Mulher Negra e Fundação Carlos Chagas. O projeto conta com o apoio do Fundo Malala, criado pela ativista paquistanesa e Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai.

Sobre as participantes:

Benilda Brito – Coordenadora do programa de Direitos Humanos do Odara – Instituto da Mulher Negra, integrante da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras e do Fórum Permanente de Igualdade Racial.
Givânia Silva – Professora, quilombola, pesquisadora nas áreas de educação e gênero em quilombos. Membra fundadora da CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas.

Luana Tolentino – Mestra em Educação pela UFOP. Foi professora de História em escolas públicas e atualmente professora universitária. É autora do livro Outra educação é possível: feminismo, antirracismo e inclusão em sala de aula.

Luiza Alves – Educomunicadora em formação pela USP. Estagiária do projeto Gênero e Educação. Integrante das redes Friday’s For Future Brasil, Engajamundo e da 5ª edição do Programa Embaixadores da Juventude da UNODC.