Lançamento do relatório “Ofensivas antigênero no Brasil: políticas de Estado, legislação, mobilização social”
O documento, elaborado em conjunto por diversas organizações da sociedade civil, faz um balanço das ofensivas antigênero no Brasil entre 2019 e 2021.
Nesta quarta-feira (20), aconteceu o debate de lançamento do relatório “Ofensivas antigênero no Brasil: políticas de Estado, legislação, mobilização social“, uma iniciativa da sociedade civil brasileira.
O evento contou com a participação de:
- Sonia Corrêa – Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA)/Observatório de Sexualidade e Política (SPW)
- Bruna Benevides – Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA)
- Paulo Mariante – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT)
- Denise Carreira – Ação Educativa
- Beatriz Galli – IPAS/CLADEM
- Marco Aurélio Prado – Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT+ da Universidade Federal de Minas Gerais (NUH/UFMG)
- Gustavo Huppes – CONECTAS
Assista aqui a live de lançamento do relatório
O documento foi elaborado pela Ação Educativa, Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Conectas, Conselho Latino Americano dos Direitos da Mulher – Brasil, Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT+ da Universidade Federal de Minas Gerais, IPAS e Observatório de Políticas de Sexualidade.
BAIXE O RELATÓRIO COMPLETO AQUI
O objetivo da pesquisa é identificar e analisar ataques à teoria e perspectiva de gênero e oferecer respostas a essas ofensivas a partir da lei internacional de direitos humanos. Foi realizado um balanço dos ataques no Brasil entre 2019 e 2021, especialmente referente às políticas de estado e iniciativas legislativas.
O relatório foi preparado a pedido de Victor Madrigal, Especialista Independente da ONU para Orientação Sexual, Identidade de Gênero e Direitos Humanos, que solicitou contribuições para um informe temático sobre Gênero.
Destruição de políticas e reconfigurações do ultraconservadorismo
Além de revelar desafios diversos, o relatório simboliza as ações da sociedade civil pela defesa dos direitos sociais e reúne atores de diferentes atuações a fim de estimular outras análises e mapeamentos.
O documento traz como ponto de análise a complexidade dos movimentos ultraconservadores na educação. Segundo Denise Carreira, coordenadora institucional da Ação Educativa, esses movimentos possuem uma determinada capacidade de se transformar, permitindo a reconfiguração da atuação desses grupos que, muitas vezes, são inspirados no movimento Escola Sem Partido e carregam como bandeira a “batalha” da chamada “ideologia de gênero”, incentivando a discriminação e a violência:
“O que está em jogo nesse momento não é somente a destruição das políticas educacionais, dos programas comprometidos com a igualdade de gênero, raça, sexualidade, mas também a reconfiguração da educação para um projeto em prol da obediência e de uma ordem cada vez mais desigual, perversa e hierárquica”, afirma Denise.