Julho das Pretas: conheça cinco propostas para trabalhar a valorização da mulher negra e a história e cultura afro-brasileira na escola

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, separamos cinco planos que abordam a valorização da mulher negra e a história e cultura afro-brasileira na escola.

Imagem de destaque tem fundo salmão e foto de mulher negra segurando um megafone. Foto acompanha matéria em celebração ao Julho das Pretas.

Um dos maiores desafios da educação brasileira é a implementação da LDB alterada pelas leis 10.639/03 e 11.645/08. Em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, separamos cinco planos que abordam a valorização da mulher negra e a história e cultura afro-brasileira na escola.

Neste 25 de julho, celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza De Benguela. Marco importante na agenda do movimento negro, a data celebra a vida e história de mulheres negras que assim como Tereza de Benguela – mulher negra quilombola que chefiou o Quilombo do Quariterê durante período da escravização – viraram grandes símbolos da luta antirracista no país.

No contexto do Julho das Pretas, o Gênero e Educação reuniu cinco planos de aula para que docentes e escolas trabalhem o enfrentamento do racismo e sexismo no campo educacional e na construção de práticas pedagógicas comprometidas com o ensino da cultura e história africana e indígena em sala de aula (Lei de Diretrizes e Bases Nacionais/LDB alterada pelas leis 10.639/03 e 11.645/08), conheça:

As filosofias de minha avó: redescobertas de um legado ancestral

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. Na imagem, é possível ver porta-retratos fotos de famílias. Ilustradora: Barbara Quintino.

A sequência didática de Maria Isabel Gonçalves para Ensino Médio promove vivência prática de filosofia decolonial repensando conhecimento e memória pelas histórias da comunidade. Através da coleta de histórias dos avós, estudantes conectam a memória ancestral às grandes questões da filosofia; como a felicidade, a poética, o amor, o tempo, a sabedoria e o sentido da vida.

Escritoras negras: minha história; nossas histórias

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. Na imagem, é possível ver várias mãos escrevendo e desenhando em folhas de papel. Ilustradora: Barbara Quintino.

Projeto interdisciplinar de Jamile Menezes para Ensino Médio propõe o contato com a obra de escritoras negras, através da pesquisa e da contação de histórias. A proposta permite que estudantes reflitam sobre a sabedoria griot e a importância da oralidade em tradições africanas. Além disso, sugere-se também que desenvolvam atividades escritas e artísticas a partir de escrevivências.

Crie uma princesa que pareça com você

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. No centro da imagem há uma menina negra sentada em uma cadeira lendo um livro. Na capa do livro, há uma flor e está grafado 'futuro'. Ao fundo, há dois quadros na parede: um com um punho cerrado e outro com o espelho de vênus. Ilustradora: Barbara Quintino.

A sequência didática de Deborah Monteiro para Ensino Fundamental II analisa materiais em diferentes linguagens para refletir sobre os ideários da princesa e do herói. Na proposta, estudantes podem desconstruir estereótipos de meninas princesas através do contato com a mitologia iorubá.

E eu, eu não sou uma cientista?

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. Na centro da imagem, há duas mulheres. Uma dela usa um jaleco e outra está com uma camiseta com o globo terrestre representaodo. Ao fundo, há fórmulas, moléculas, um DNA, representações de bactérias e uma vacina. Ilustradora: Barbara Quintino.

Mesclando atividades presenciais e remotas, a sequência didática de Caliane Costa para o Ensino Médio e Técnico visa dar visibilidade à trajetória e à atuação de cientistas negras. A proposta tem detalhamento minucioso de sugestões para docentes que têm ministrado aulas à distância; incluindo o uso de ferramentas virtuais para a realização de atividades participativas, como tempestades de ideias e construção de um glossário coletivo.

Empodere Suas Crianças

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. Na imagem, há três mulheres negras super heroínas. Ilustradora: Barbara Quintino.

A sequência didática de Marília Farias Xavier para Educação Infantil e Ensino Fundamental trabalha elementos da ancestralidade afro-brasileira fazendo uma abordagem que valoriza a cultura negra para as crianças. A proposta tem um detalhamento metodológico minucioso que trabalha corpo, identidade, ancestralidade, linguagem e história.

Um ano do novo portal Gênero e Educação

O Julho das Pretas marca também o aniversário de um ano de relançamento do portal Gênero e Educação. O portal reúne conteúdos noticiosos, teóricos, informativos e pedagógicos em prol da igualdade de gênero na educação, sempre abordada em uma perspectiva interseccional articulada às desigualdades de raça, sexualidade e renda. Ao longo de 2019, o site foi atualizado para ganhar mais dinamicidade e melhor usabilidade.

O portal é resultado de um amplo trabalho de articulação política da Ação Educativa em parceria com Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), Ecos – Comunicação e Sexualidade, Geledés – Instituto da Mulher Negra e Fundação Carlos Chagas. 

O lançamento da nova versão do portal aconteceu em julho de 2020 e contou com a realização do webinário “Educadoras negras em luta por uma escola antirracista”, que teve a participação de Benilda Brito, GIvânia Silva, Luana Tolentino e mediação de Luisa Alves.

Julho das Pretas 2020: reveja o webinário