Cultura e educação se unem para promover direitos humanos: ONG Ação Educativa lança 4ª edição do Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica
Com foco em práticas pedagógicas inovadoras e interseccionais, a iniciativa busca fortalecer o enfrentamento às desigualdades de gênero, raça e diversidade sexual nas escolas brasileiras

A Ação Educativa, em parceria com uma ampla rede de organizações e com apoio do Fundo Malala, lança a quarta edição do edital “Igualdade de Gênero nas Escolas: Fortalecendo novas narrativas a partir da cultura”, com inscrições abertas a partir de 28 de abril de 2025. O objetivo é selecionar e valorizar relatos de experiências, planos de atividades, planos de aula e sequências didáticas que promovam a igualdade de gênero na educação básica, em instituições públicas e privadas de ensino.
A iniciativa busca responder aos crescentes desafios enfrentados por educadoras e educadores que atuam com temas de gênero, raça e diversidade sexual no ambiente escolar, especialmente diante de tentativas de censura, intimidação e disseminação de desinformação por parte de movimentos ultraconservadores.
“Queremos valorizar a atuação de educadoras, arte-educadoras, artistas e ativistas que têm buscado diferentes formas de promover reflexões sobre as desigualdades sociais, de gênero e de raça”, explica Bárbara Lopes, coordenadora do projeto Gênero e Educação da Ação Educativa. “Acreditamos que a cultura abre um olhar novo para a nossa realidade, ajuda a questionar aspectos que ficam invisibilizados e a imaginar possibilidades de vida em comum.”
A cultura como resposta à censura e à intolerância
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2023), o Brasil registrou mais de 2.000 feminicídios nos últimos dois anos, além de uma escalada alarmante de violência contra pessoas LGBTQIAPN+. No campo da educação, estudos do coletivo Professores contra o Escola Sem Partido (PCESP) e da Frente Nacional Escola Sem Mordaça apontam para o aumento de iniciativas legislativas que tentam restringir o debate de gênero nas escolas, em desrespeito à Constituição Federal e a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que reafirmam o direito à abordagem de gênero e sexualidade no ambiente escolar.
Nesse contexto, o edital representa uma forma concreta de resistência, mobilizando saberes e experiências que unem a arte, a cultura popular e a pedagogia como caminhos para o enfrentamento das desigualdades. Serão especialmente valorizadas propostas que adotem uma abordagem interseccional, articulando gênero, raça, diversidade sexual e questões como saúde mental, racismo ambiental, intolerância religiosa, entre outros temas.
O que será selecionado?
Educadoras(es), coletivos, movimentos sociais, arte-educadoras, universidades e demais interessadas(os) poderão inscrever até duas propostas, que podem ser implementadas em escolas, creches ou outros espaços educativos. As propostas aprovadas integrarão um Banco Público de Planos de Aula (disponível no site www.generoeeducacao.org.br) e as dez mais criativas e engajadoras receberão declaração de reconhecimento público, certificado e um vale-livros no valor de até R$ 600 da Livraria Africanidades.
“A consistência, diversidade e criatividade das propostas pedagógicas que compõem nosso banco mostram o quanto nossas comunidades educativas estão comprometidas com a justiça social”, pontua Bárbara Lopes. “As políticas educacionais precisam estar à altura dessas comunidades, com medidas de proteção à liberdade de ensinar e de aprender e de valorização docente.”
Cultura como ferramenta de transformação social
O edital também visa estimular o uso pedagógico da cultura como ferramenta de transformação social, conforme reforça Bárbara: “O trabalho com obras culturais, quando feito com intencionalidade pedagógica, é muito poderoso para o aprendizado e para a transformação social. Esperamos que o edital inspire novas práticas e crie redes entre quem atua na ponta, de forma criativa e comprometida.”
Além do fortalecimento do campo educacional, o projeto se propõe a combater estereótipos e promover uma educação inclusiva, diversa e plural, em consonância com os marcos legais e os princípios constitucionais da liberdade de cátedra, da pluralidade pedagógica e da promoção dos direitos humanos.
ACESSE O DOCUMENTO DO EDITAL COMPLETO
Inscrições: Entre os dias 28 de abril e 30 de maio
Mais informações e inscrições: https://bit.ly/edital-igualdade-genero2025
Reconhecimento: 10 propostas com maior destaque receberão certificado, vale-livros e reconhecimento público
Sobre a Ação Educativa
Fundada em 1994, a Ação Educativa é uma associação civil sem fins lucrativos que atua nos campos da educação, da cultura, da juventude, da tecnologia e do meio ambiente na perspectiva dos direitos humanos.
Para tanto, realiza atividades de formação e apoio a grupos de educadoras/es, jovens e agentes culturais. Integra campanhas e outras ações coletivas que visam à garantia desses direitos. Desenvolve pesquisas e metodologias participativas com foco na construção de políticas públicas sintonizadas com as necessidades e interesses da população.
É sua missão a defesa de direitos educativos, culturais e das juventudes, tendo em vista a promoção da democracia, da justiça social e da sustentabilidade socioambiental no Brasil.
Conheça mais em: https://acaoeducativa.org.br/.
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