Uma profissão para uma princesa
Estado: Rio de Janeiro (RJ)
Etapa de Ensino: Educação Infantil - Pré-Escola
Modalidade:
Disciplina:
Formato: Presencial
Professora de Educação Infantil na rede pública de Petrópolis, RJ. Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pós-graduanda em Alfabetização e letramento pela Universidade Cruzeiro do Sul.
Objetivos
Objetivo Geral:
Objetivos específicos:
- Refletir sobre divisão social do trabalho
Objetivos específicos:
- Identificar situações de desigualdade de gênero nas profissões;
- Relacionar observações do dia a dia com questões sociais;
- Encontrar soluções para problemas que se coloquem;
- Refletir sobre estereótipos.
Conteúdo
Com a atividade proposta, são trabalhados os seguintes campos de experiência da BNCC:
- O eu, o outro e o nós;
- Escuta, fala, pensamento e imaginação;
- Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Metodologia
1º Momento: Leitura do livro “A pior princesa do mundo” de Anna Kemp; ou apresentação do vídeo com a contação de história feita no Canal “Fafá conta histórias”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7xgx3HxFS9U
2º Momento: Em uma roda, conversar sobre as diferenças que as crianças notam entre as princesas de contos de fadas clássicos como Branca de Neve – que inclusive passa parte de sua história limpando e cozinhando para os sete anões –, e a princesa Soninha da história apresentada. Chamar atenção das crianças para o fato de que as princesas geralmente passam por problemas que se resolvem com o casamento e ir registrando em duas colunas as diferenças mencionadas.
Questione as crianças a respeito do casamento de Soninha, se lhe trouxe felicidade e também o porquê isso não ocorreu. Espera-se que concluam que a personagem tinha outros objetivos para a sua vida, como viajar e conhecer o mundo depois de ter ficado tanto tempo sozinha. Questione também o que elas prefeririam se estivessem no lugar de Soninha.
Pergunte ainda sobre a atitude do príncipe da história que não apoiou a princesa, perguntar se resgatá-la e levá-la para o seu castelo era tão diferente do que ela já vivia antes de ser “salva”. Espera-se que as crianças percebam que a situação da princesa era a mesma, só tendo sido trocada de lugar. Por fim, questione a respeito da atitude da princesa para mudar sua situação e realizar seus objetivos. Espera-se que percebam que a princesa por si só conseguiu resolver seu problema e não precisava da ajuda do príncipe, portanto ela sempre pôde fazer o que quisesse.
3º Momento: Sugerir que a princesa poderia querer ter uma profissão, porém presa em seu castelo isso não aconteceria. Portanto, ter a liberdade de fazer o que quiser é um elemento importante para a escolha de uma profissão. Pergunte para as crianças quais profissões eles acreditam que a princesa poderia ter. A partir do que for dito, faça uma lista de possíveis profissões para a princesa.
Com base nesta lista, perguntar quais dessas profissões elas mais costumam ver mulheres trabalhando e com o que não costumam ver homens trabalhando. Com base nesta discussão, monte uma lista de profissões mais comuns dividida em duas colunas separadas por gênero (homens x mulheres) que podemos colocar como título “O que observamos”, utilizando observações prévias que elas já tenham a respeito do assunto para constatar que algumas profissões aparecem exclusivamente em alguma das colunas, e explicar que desde que nascemos temos estímulo para acabar seguindo um caminho na vida. Disponibilizar material como livros, revistas, jornais ou outro tipo de material impresso e desafiar que as crianças encontrem ilustrações das profissões mencionadas.
Com base no que conseguirem encontrar, questione as crianças sobre quais das profissões, mencionadas na lista, elas acreditam que a princesa Soninha teria mais facilidade para exercer e por qual motivo. Espera-se que as crianças concluam que as profissões que tiveram dificuldade para encontrar seja também mais difícil de encontrar uma mulher exercendo.
4º Momento: Preparar envelopes rosas e envelopes azuis. Coloque duas balas nos envelopes azuis e apenas uma nos envelopes rosa. Pedir que as crianças façam uma roda, disponibilizar os envelopes no centro da roda. A escolha dos envelopes deve acontecer livremente, observar qual a incidência de vezes que meninas escolherão o rosa e meninos o azul. Acredita-se que meninas se direcionem automaticamente para o rosa e os meninos para o azul, caso isso ocorra, perguntar o motivo de terem escolhido esta cor. É possível que já tenham o estereótipo de cores internalizado e se justifiquem por gostarem mais daquela cor ou ser a cor que acreditam ser “para menino” e para “menina”. Esse também é um momento de verificação do direcionamento social que as crianças já trazem desde muito cedo.
Quando todos estiverem com seus envelopes, pedir que abram e observar suas reações ao perceber que os envelopes têm quantidades diferentes, questioná-los sobre esta diferença, sobre ser justo, motivos pelos quais eles acham que isso aconteceu. Espera-se que concluam que as meninas receberam menos simplesmente por terem ficado com o envelope rosa, ou seja, pelo fato de serem meninas. Relembrar as crianças que a escolha dos envelopes foi feita de acordo com cores e que desde muito pequenos somos levados a acreditar que existe uma cor para meninas e outra para os meninos, assim como diversas coisas na vida, inclusive as profissões. Por muito tempo acreditou-se que as mulheres deveriam ficar em casa, como a princesa Soninha da história, mas que as mulheres foram lutando para conquistar seu espaço na sociedade e poder exercer o papel que quisessem, novamente chamar a atenção s crianças para o momento em que a princesa da história resolve fazer o que ela desejava e não o que a sociedade esperava dela. Considerar ainda que eles escolheram essas cores por estarem sendo direcionados desde que nasceram para que se identifiquem com essas cores. Perguntar se haveria uma maneira de corrigir a injustiça, caso não cheguem a conclusão sozinhos, sugerir que todas as balas sejam reunidas e redistribuídas independente dos gêneros. Concluir explicando que da mesma forma que aconteceu com as balas, algumas vezes mulheres não são valorizadas e sofrem injustiças dentro da sua profissão simplesmente por serem mulheres e ainda enfrentarem resistência de que mulheres podem ocupar qualquer lugar e exercer qualquer profissão.
5º Momento: Propor a construção de um cartaz que substitui a lista de profissões separadas por gênero, mas que agora todas as profissões estejam sendo abordadas juntas – tanto por homens quanto por mulheres, pessoas negras, indígenas, trans, travestis e não-binárias, da seguinte forma: dar exemplos de profissões que são majoritariamente realizadas por homens cis (como motoristas, pilotos, policiais, bombeiros, mecânicos e outras que eles mesmos citem). Neste momento apresentar para as crianças que todas as pessoas também podem exercer essas profissões caso queiram, incentivando-os a se adaptarem a este cenário e até mesmo incentivando meninas a se imaginarem e tais posições. A partir disso, comece a confeccionar o cartaz com mulheres exercendo as profissões mencionadas, com as imagens encontradas no 3º momento, quando perceberam a dificuldade para encontrar, disponibilizar ainda imagens e ilustrações para que eles recortem. Com este exercício é possível explicar que tão difícil encontrar mulheres exercendo determinadas profissões quanto é difícil encontrar essa representação em revistas, isto porque não há muito incentivo para que mulheres as realizem. Mas assim como a princesa da história, algumas vezes pode ser preciso ir contra o que se espera delas e se desejarem podem fazer o que quiserem. Pode-se sugerir também que as crianças desenhem mulheres exercendo profissões que já tenham constatado ser majoritariamente exercida por homens. Pedir sugestões de um possível título para o cartaz (por exemplo IGUALDADE) e trabalhar a escrita espontânea da palavra de cada um no próprio cartaz
2º Momento: Em uma roda, conversar sobre as diferenças que as crianças notam entre as princesas de contos de fadas clássicos como Branca de Neve – que inclusive passa parte de sua história limpando e cozinhando para os sete anões –, e a princesa Soninha da história apresentada. Chamar atenção das crianças para o fato de que as princesas geralmente passam por problemas que se resolvem com o casamento e ir registrando em duas colunas as diferenças mencionadas.
Questione as crianças a respeito do casamento de Soninha, se lhe trouxe felicidade e também o porquê isso não ocorreu. Espera-se que concluam que a personagem tinha outros objetivos para a sua vida, como viajar e conhecer o mundo depois de ter ficado tanto tempo sozinha. Questione também o que elas prefeririam se estivessem no lugar de Soninha.
Pergunte ainda sobre a atitude do príncipe da história que não apoiou a princesa, perguntar se resgatá-la e levá-la para o seu castelo era tão diferente do que ela já vivia antes de ser “salva”. Espera-se que as crianças percebam que a situação da princesa era a mesma, só tendo sido trocada de lugar. Por fim, questione a respeito da atitude da princesa para mudar sua situação e realizar seus objetivos. Espera-se que percebam que a princesa por si só conseguiu resolver seu problema e não precisava da ajuda do príncipe, portanto ela sempre pôde fazer o que quisesse.
3º Momento: Sugerir que a princesa poderia querer ter uma profissão, porém presa em seu castelo isso não aconteceria. Portanto, ter a liberdade de fazer o que quiser é um elemento importante para a escolha de uma profissão. Pergunte para as crianças quais profissões eles acreditam que a princesa poderia ter. A partir do que for dito, faça uma lista de possíveis profissões para a princesa.
Com base nesta lista, perguntar quais dessas profissões elas mais costumam ver mulheres trabalhando e com o que não costumam ver homens trabalhando. Com base nesta discussão, monte uma lista de profissões mais comuns dividida em duas colunas separadas por gênero (homens x mulheres) que podemos colocar como título “O que observamos”, utilizando observações prévias que elas já tenham a respeito do assunto para constatar que algumas profissões aparecem exclusivamente em alguma das colunas, e explicar que desde que nascemos temos estímulo para acabar seguindo um caminho na vida. Disponibilizar material como livros, revistas, jornais ou outro tipo de material impresso e desafiar que as crianças encontrem ilustrações das profissões mencionadas.
Com base no que conseguirem encontrar, questione as crianças sobre quais das profissões, mencionadas na lista, elas acreditam que a princesa Soninha teria mais facilidade para exercer e por qual motivo. Espera-se que as crianças concluam que as profissões que tiveram dificuldade para encontrar seja também mais difícil de encontrar uma mulher exercendo.
4º Momento: Preparar envelopes rosas e envelopes azuis. Coloque duas balas nos envelopes azuis e apenas uma nos envelopes rosa. Pedir que as crianças façam uma roda, disponibilizar os envelopes no centro da roda. A escolha dos envelopes deve acontecer livremente, observar qual a incidência de vezes que meninas escolherão o rosa e meninos o azul. Acredita-se que meninas se direcionem automaticamente para o rosa e os meninos para o azul, caso isso ocorra, perguntar o motivo de terem escolhido esta cor. É possível que já tenham o estereótipo de cores internalizado e se justifiquem por gostarem mais daquela cor ou ser a cor que acreditam ser “para menino” e para “menina”. Esse também é um momento de verificação do direcionamento social que as crianças já trazem desde muito cedo.
Quando todos estiverem com seus envelopes, pedir que abram e observar suas reações ao perceber que os envelopes têm quantidades diferentes, questioná-los sobre esta diferença, sobre ser justo, motivos pelos quais eles acham que isso aconteceu. Espera-se que concluam que as meninas receberam menos simplesmente por terem ficado com o envelope rosa, ou seja, pelo fato de serem meninas. Relembrar as crianças que a escolha dos envelopes foi feita de acordo com cores e que desde muito pequenos somos levados a acreditar que existe uma cor para meninas e outra para os meninos, assim como diversas coisas na vida, inclusive as profissões. Por muito tempo acreditou-se que as mulheres deveriam ficar em casa, como a princesa Soninha da história, mas que as mulheres foram lutando para conquistar seu espaço na sociedade e poder exercer o papel que quisessem, novamente chamar a atenção s crianças para o momento em que a princesa da história resolve fazer o que ela desejava e não o que a sociedade esperava dela. Considerar ainda que eles escolheram essas cores por estarem sendo direcionados desde que nasceram para que se identifiquem com essas cores. Perguntar se haveria uma maneira de corrigir a injustiça, caso não cheguem a conclusão sozinhos, sugerir que todas as balas sejam reunidas e redistribuídas independente dos gêneros. Concluir explicando que da mesma forma que aconteceu com as balas, algumas vezes mulheres não são valorizadas e sofrem injustiças dentro da sua profissão simplesmente por serem mulheres e ainda enfrentarem resistência de que mulheres podem ocupar qualquer lugar e exercer qualquer profissão.
5º Momento: Propor a construção de um cartaz que substitui a lista de profissões separadas por gênero, mas que agora todas as profissões estejam sendo abordadas juntas – tanto por homens quanto por mulheres, pessoas negras, indígenas, trans, travestis e não-binárias, da seguinte forma: dar exemplos de profissões que são majoritariamente realizadas por homens cis (como motoristas, pilotos, policiais, bombeiros, mecânicos e outras que eles mesmos citem). Neste momento apresentar para as crianças que todas as pessoas também podem exercer essas profissões caso queiram, incentivando-os a se adaptarem a este cenário e até mesmo incentivando meninas a se imaginarem e tais posições. A partir disso, comece a confeccionar o cartaz com mulheres exercendo as profissões mencionadas, com as imagens encontradas no 3º momento, quando perceberam a dificuldade para encontrar, disponibilizar ainda imagens e ilustrações para que eles recortem. Com este exercício é possível explicar que tão difícil encontrar mulheres exercendo determinadas profissões quanto é difícil encontrar essa representação em revistas, isto porque não há muito incentivo para que mulheres as realizem. Mas assim como a princesa da história, algumas vezes pode ser preciso ir contra o que se espera delas e se desejarem podem fazer o que quiserem. Pode-se sugerir também que as crianças desenhem mulheres exercendo profissões que já tenham constatado ser majoritariamente exercida por homens. Pedir sugestões de um possível título para o cartaz (por exemplo IGUALDADE) e trabalhar a escrita espontânea da palavra de cada um no próprio cartaz
Recursos Necessários
- Livro “A pior princesa do Mundo”
- Cartolina
- Revistas
- Tesoura
- Cola
- Canetinhas
- Papéis nas cores rosa e azul
- Balas
Duração Prevista
Esta atividade pode ser realizada em três encontros, sendo:
Dia 1:
1º Momento – 30 min
2º Momento – 30 min
Dia 2:
3º Momento – 30 min
Dia 3:
4º Momento – 30 min
5º Momento – 30 min
Dia 1:
1º Momento – 30 min
2º Momento – 30 min
Dia 2:
3º Momento – 30 min
Dia 3:
4º Momento – 30 min
5º Momento – 30 min
Processo Avaliativo
A avaliação será realizada levando em consideração a Base Nacional Comum Curricular e seus objetivos de aprendizagem, partindo de observações e registros realizados durante todo o processo, a fim de garantir que a experiência seja significativa, articulando as propostas da atividade com o desenvolvimento integral das crianças.
Observações
As balas são apenas uma sugestão, mas outros recursos podem ser utilizados de acordo com os interesses das crianças.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
FAFÁ CONTA HISTÓRIAS. A pior princesa do mundo contação de história por Fafá conta. Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7xgx3HxFS9U. Acesso em 15/05/2022.
FEDERICI, Silvia. O Ponto Zero da Revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante, 2018.
FRIEDAN, Betty. Mística feminina. Rio de Janeiro: Vozes, 1971.
KEMP, Anna. A Pior Princesa do Mundo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2018.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
FAFÁ CONTA HISTÓRIAS. A pior princesa do mundo contação de história por Fafá conta. Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7xgx3HxFS9U. Acesso em 15/05/2022.
FEDERICI, Silvia. O Ponto Zero da Revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Elefante, 2018.
FRIEDAN, Betty. Mística feminina. Rio de Janeiro: Vozes, 1971.
KEMP, Anna. A Pior Princesa do Mundo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2018.