Trabalhando a transexualidade e a não-binariedade com a literatura infantil

Estado: Santa Catarina (SC)

Etapa de Ensino: Ensino Fundamental I

Modalidade: Educação Regular

Disciplina: Língua Portuguesa

Formato: Presencial

Acadêmico do curso de Pedagogia e professora do curso de Pedagogia.

Objetivos

O objetivo geral do projeto é tratar das temáticas da transexualidade e da não-binariedade, por meio da literatura infantil. Pelo fato de que os sentimentos de não pertencimento ao gênero biológico podem se manifestar no ambiente escolar, objetiva-se oferecer ferramentas para uso na escola.

Objetivos Específicos:

  1. Reforçar conceitos em sala de aula, como respeito, igualdade, equidade, para que as crianças possam compreender que todos, todas e todes pertencem à escola.

  2. Usando a história “O Colorido Cavalo Voador”, evidenciar para as crianças que suas características físicas e sentimentos podem ser diferentes das dos colegas, mas isto não significa que elas devem se sentir mal por isso, ou destratar colegas.

  3. Apresentar os conceitos de transexualidade e não-binariedade aos estudantes de forma sensível e lúdica, usando a metáfora para tratar da pluralidade de identidades.

Conteúdo

Os temas trabalhados serão: transexualidade, não-binariedade, igualdade, respeito, equidade, tolerância, por meio do uso da literatura infantil, em específico, a história "O Colorido Cavalo Voador".

Metodologia

Para se preparar para a aula, a(o) educadora precisa fazer um exercício de olhar para dentro e refletir sobre alguns padrões sociais a respeito do que é considerado “normal” ou não, o que é típico ou atípico. 

A heteronormatividade estabelece a norma de relações afetivo-sexuais, na qual uma família, ou um casal, devem seguir padrões heterossexuais. Entretanto, sabemos que a realidade é composta pela diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero. Portanto, é primordial que a(o) educadora se prepare para falar de forma livre e tranquila sobre o tema,  despindo-se dos seus pré-conceitos e acolhendo as vivências dos estudantes.

Para iniciar a aula, faz-se uma roda com as crianças e conta-se a história "O Colorido Cavalo Voador", podendo fazer uso de fantoches ou figuras, ou fazer a exibição da história por meio de um vídeo.

Após a leitura/exibição da história, a(o) educadora trabalhará com conceitos como respeito, igualdade, felicidade, entre outros. É imprescindível ainda que o (a) educador (a) não exponha nenhuma criança ou use uma delas como exemplo. 

Deve usar a si própria como exemplo para relatar uma característica diferente, como a cor do cabelo, usar óculos, gostar de pintar as unhas, ou usar calças, etc.

Ainda, é também de extrema importância, que a(o) educador(a) indique que se sentir ou ser diferente é normal, e que isto não é motivo para ficar triste, pois afinal de contas, somos todos diferentes, ao mesmo passo, que somos iguais.

(Esta informação tem como intuito evitar que a criança venha a se mutilar, ou até em casos extremos, atentar contra sua vida, algo muito comum na comunidade LGBTQIAP+, infelizmente).

Deve-se promover um debate sobre a igualdade de gêneros, e também, sobre o bullying, ou o deboche no ambiente escolar. Reforçar para as crianças que rir e/ou tirar sarro de colegas é errado, pois isto, além de não ser legal, machuca e fere os sentimentos do colega.

A vivência deve permitir que os estudantes compreendam a transexualidade e a não-binariedade de maneira didática, indicando que há pessoas que não se identificam com o corpo em que nasceram.  E que está tudo bem. 

A evolução para exposição de temas como o uso de pronomes dependerá do julgamento do(a) educador(a), percebendo se a turma está disposta, neste primeiro momento, a trabalhar com este ponto. É possível que haja bastante resistência, e isto deve ser esperado pelo(a) educador(a). Logo, é importante ter paciência e calma, ao expor a temática.

Como atividade de encerramento, pode-se pedir para que as crianças desenhem sua parte favorita da história, ou a parte que mais lhes marcou, e comentem sobre o desenho feito. Isto será interessante no processo avaliativo, para verificar e exteriorizar os sentimentos evocados pela história contada, e acompanhar a percepção das crianças.

Recursos Necessários

Para a realização desta atividade, podem ser utilizados papel de folha A4, ou cartolinas, e materiais para desenhar, como canetas hidrocor (canetinhas), lápis de cor, giz de cera, tinta guache, aquarela, o que as crianças tiverem acesso e à disposição.

Duração Prevista

A previsão desta aula está entre uma e duas horas, sendo ideal desenvolver a temática em uma aula de duas horas.

Processo Avaliativo

A avaliação deve ocorrer por meio da compreensão das crianças sobre os temas tratados: bullying, discriminação, igualdade, respeito. Sabe-se que haverá resistência por parte de algumas crianças e isto é esperado. Não se pode esperar que em uma aula, todas as crianças compreendam conceitos complexos como a transexualidade e a não-binariedade. Todavia, deve-se sim esperar, que compreendam conceitos como respeito e igualdade, que a discriminação, o bullying e o deboche não são legais.

Observações

É esperado que alguns familiares não gostem ou não aprovem o tema abordado, pois ficam preocupados que suas(seus) filhas(os) estejam passando por alguma forma de doutrinação na sala de aula. Não é o caso. O que se espera, é promover um ambiente de igualdade e afetuoso na escola, em que o respeito seja a diretriz de toda a atividade educacional.

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