Somas e subtrações da vida de meninas em tempos de pandemia!
Estado: São Paulo (SP)
Etapa de Ensino: Ensino Fundamental II
Modalidade: Educação Regular
Disciplina: Matemática
Formato: Remoto
Professora efetiva da rede municipal de educação na cidade de São Paulo, com graduação e mestrado na USP. Também atua como pesquisadora na Observatóri@ dos Direitos e Cidadania da Mulher.
Objetivos
O isolamento social e o distanciamento da escola enquanto espaço físico e presencial acabou aprofundando uma realidade na vida de muitas meninas periféricas - e, sobretudo, negras - que é a responsabilidade na gerência dos afazeres domésticos e de cuidado. Estas responsabilidades acabam interferindo no rendimento escolar. As atividades propostas tem como objetivo renovar esse vínculo entre atividades escolares e alunas, potencializando suas sensibilidades dessas alunas frente a realidade em que vivem.
Conteúdo
A proposta quer instigar as alunas a reflitir a partir de suas lentes e sensibilidades sobre as somas e subtrações que a pandemia trouxe para o espaço vivido, o espaço do cotidiano.
A ideia é que as mesmas sejam as sujeitas de suas narrativas, abordando e lançando olhar sobre seus cotidianos, a partir de perguntas disparadoras como:
A proposta é impulsionar o protagonismo das meninas na produção de conteúdos a partir de suas rotinas longe da escola, e a partir dos primeiros resultados, problematizar, debates, refletir as opressões que estruturam a sociedade.
A ideia é que as mesmas sejam as sujeitas de suas narrativas, abordando e lançando olhar sobre seus cotidianos, a partir de perguntas disparadoras como:
- Sem a escola o que mudou?
- Quais as tarefas que foram adicionas em sua rotina? E quais foram subtraídas?
- As tarefas são distribuídas por igual entre meninos e meninas, homens e mulheres em sua casa?
A proposta é impulsionar o protagonismo das meninas na produção de conteúdos a partir de suas rotinas longe da escola, e a partir dos primeiros resultados, problematizar, debates, refletir as opressões que estruturam a sociedade.
Metodologia
- Criação de um grupo de WhatsApp com as participantes do projeto;
- A partir das perguntas disparadoras mencionadas anteriormente, e levando em consideração as dificuldades enfrentadas diante do ensino remoto, impulsionar os fluxos narrativos de suas rotinas com a elaboração de um diário, que pode ser feito em texto ou enviando áudios de WhatsApp. A ideia é que registrem tudo que é realizado, ouvido e observado por elas desde o momento que acordarem até o momento em que forem dormir. Essa etapa é fundamental e contínua, pois elas trarão todas as suas vivências e observações.
- A tabulação dessas informações permitirá os primeiros resultados a respeito das tarefas centrais que cercam suas rotinas nesse contexto de pandemia;
- Compartilhamentos de músicas e poesias para impulsionar as reflexões sobre o tema desigualdade de gênero, trabalho doméstico infantil e racismo. Esses conteúdos permitem debates e criação de repertório no processo criativo do trabalho final.
- Construção constante de versos rimados a partir de cada narrativa diária.
- Realizado a versão final das narrativas, cada participante de dentro de sua casa irá filmar suas rotinas a partir dos versos construídos por elas.
- Resultado final: Exibição de um vídeo a partir dos olhares e registros das alunas de dentro de suas casas e rotinas no contexto da pandemia.
Recursos Necessários
Aparelho de celular com câmera, aplicativo de WhatsApp e internet.
Duração Prevista
Devido à falta de acesso e ao precário recurso técnico disponível para acessarem conteúdos digitais e para a própria comunicação, pois a internet banda larga não é uma realidade na vida de todos os estudantes, a previsão é de três meses para conclusão das atividades.
Processo Avaliativo
O processo de avaliação é contínuo e processual. As etapas realizadas durante os 3 meses, o envolvimento das participantes, a construção diária, o compartilhamento e a construção coletiva, serão consideradas como fases da elaboração de criação do resultado final.
Observações
O uso de diários de atividades para medir o tempo dedicado ao trabalho doméstico não remunerado é uma metodologia empregada internacionalmente. No Brasil, foi utilizada pelo IBGE em 2001. Para saber mais: http://www.codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/NT-Diferencas-no-uso-do-tempo-entre-mulheres-e-homens-no-Distrito-Federal-resultados-preliminares-da-Pesquisa-Uso-do-Tempo-em-Trabalhos-Nao-Remunerados.pdf
Referências Bibliográficas
Escolas Fechadas: mais trabalho doméstico para as meninas, disponível em: https://www.nexojornal.com.br/ensaio/debate/2020/Escolas-fechadas-mais-trabalho-dom%C3%A9stico-para-as-meninas
"Tá cansada de quê?": pensando sobre meninas e o trabalho doméstico, disponível em https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/elania-francisca/2020/10/30/ta-cansada-de-que-pensando-sobre-meninas-e-o-trabalho-domestico.htm
Milton Santos. Da totalidade ao lugar, 2005, Editora Edusp.
Bell Hooks. Ensinando a Transgredir - A Educação Como Prática da Liberdade, 1994.
Bell Hooks. Ensinando o Pensamento Crítico, sabedoria como prática.
Estatuto da Criança e do Adolescente, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
Lei de diretrizes e bases da educação nacional, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
"Tá cansada de quê?": pensando sobre meninas e o trabalho doméstico, disponível em https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/elania-francisca/2020/10/30/ta-cansada-de-que-pensando-sobre-meninas-e-o-trabalho-domestico.htm
Milton Santos. Da totalidade ao lugar, 2005, Editora Edusp.
Bell Hooks. Ensinando a Transgredir - A Educação Como Prática da Liberdade, 1994.
Bell Hooks. Ensinando o Pensamento Crítico, sabedoria como prática.
Estatuto da Criança e do Adolescente, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
Lei de diretrizes e bases da educação nacional, disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm