Os Temas (Trans)versais e seus (Cis)temas
Estado: Rio Grande do Sul (RS)
Etapa de Ensino: Ensino Fundamental II, Ensino Médio
Modalidade: Educação de Jovens e Adultos
Disciplina: Artes, Biologia, Educação Física, Espanhol, Filosofia, Física, Geografia, História, Inglês, Língua Portuguesa, Matemática, Química, Sociologia
Formato: Híbrido
Márcie Vieira é especialista em Metodologia do Ensino de Artes, na pós-graduação lato sensu pela Uninter (2019), tendo como pesquisa de TCC o projeto “Dramaqueer – da pedagogia queer para a dramaturgia teatral”. Graduada em Dança, no curso superior de tecnologia pela UCS (2016), tendo como pesquisa de TCC o projeto “Via-da Sacra, um diálogo entre a performatividade do gênero na performance art”. Atualmente está finalizando a licenciatura em Pedagogia, no curso superior pela Unifacvest (2020), tendo como pesquisa de TCC o projeto “Temas (Trans)versais e seus (Cis)temas”. Durante o período da pandemia em 2020, aprofundou seus estudos sobre Gênero, Sexualidade e Teoria Queer com profissionais de todo território brasileiro, graças aos cursos estarem sendo realizados de forma online/síncrona, estudando com as docentes trans Helena Vieira (Ceará), Sara Wagner York (Rio de Janeiro), Jaqueline Gomes de Jesus (Rio de Janeiro), Dodi Leal (Salvador), Dayanna dos Santos (Recife). Está integrando o Núcleo de Performatividades Transversais, da ELT – Escola de Teatro Livre, em Santo André (SP), coordenado pela transativista Ave Terrena. Dessa forma, deu início a um processo de criação de performances virtuais, intitutadas “Com A”, “Contém Ironia” e “Vocês Estão Me Ouvindo?”, apresentando-as para a Secretaria de Educação de Pernambuco, para a Universidade Federal de Santa Catarina e para a Universidade do Estado da Bahia. Também dirigiu a obra “*Em+2”, monólogo do ator Darlan Gerbing, premiada pela FAC Digital RS. Trabalha como voluntária para a ONG Construindo Igualdade, atuando como professora em atividades culturais de teatro e expressão corporal durante todo ano de 2019 e início de 2020, além de performer em ação performática realizada no Dia do Orgulho LGBTI+, na praça central e produtora de encontros temáticos para falar sobre arte e cultura na comunidade LGBTI+. Atualmente ministra oficina de redação para o Enem de 2021. Atuou como diretora das peças de teatro “Julgo” (2015), “A Menina da Bolsa Vermelha” (2014) e “A Mulher, o Homem e o Guarda-roupa” (2013), do Grupo de Teatro (A)Temporal, realizando temporadas em Caxias do Sul, Flores da Cunha, Farroupilha, participando do Festival Caxias em Cena e Cultura na Festa da Uva. Coordenou o Curso Práticas Teatrais, voltado para adultos, realizado no Teatro Moinho da Estação, trabalhando como diretora e dramaturga das peças de teatro “Perturbadoramente Vivos” (2012), “Breves Encontros” (2015), “Quatervois – Encruzilhada com o Tempo” (2016), realizando apresentações em Caxias do Sul no Teatro Pedro Parenti, no Teatro Moinho da Estação, no Coletivo Labs e na Level. Trabalhou como professora de teatro, para crianças e adolescentes, no Colégio La Salle Caxias, atuando como diretora das seguintes peças teatrais: “Diários” (2010), “As Rosas Inglesas” (2011), “School of Drama” (2012), “Diálogos” (2013), “A Vida é: Comédia, Terror ou Drama” (2014), “Anoitecer” (2015) e “Um Mundo Sem Gigantes” (2016), realizando apresentações no auditório da escola, no Teatro do SESC e na Mostra de Teatro Estudantil, no Teatro Pedro Parenti e no Teatro São Carlos. Além disso, integrou a Cia. Sopro, ao lado da atriz Tefa Polidoro, dirigindo a peça de teatro “(E)terno”, apresentando em Caxias do Sul, Porto Alegre e Florianópolis. Atuou na peça teatral “O Fauno”, apresentando em Caxias do Sul, Flores da Cunha, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. Participou do projeto “Comunidade em Concerto”, do TumTum Instrumental, realizando temporadas em escolas da rede pública e no Teatro do SESC. Possui cursos de aperfeiçoamento nas técnicas teatrais com: Eugênio Barba e Julia Varley (Dinamarca), Lina Della Rocca (Itália), Iramar Eustachio (Suíça), Jeremy James (Austrália), João Fiadeiro (Portugal), Ana Wolf (Argentina), Adriano Iurissevich (Itália), Carlos Simioni (Campinas – SP), Sandra Meyer (Florianópolis – SC) Jezebel De Carli (Porto Alegre – RS), Daniel Veiga (São Paulo – SP), Marcio Abreu (Curitiba – PR), Marithê Azevedo (Brasília – DF), Ave Terrena (São Paulo – SP), entre outros.
Objetivos
Como forma de combater essas desigualdades no espaço escolar, na estrutura do funcionamento da Educação Básica, é possível identificar na Base Nacional Comum Curricular princípios que enfatizam a necessidade do desenvolvimento das noções de respeito e tolerância aos estudantes, em suas competências gerais: "7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns eu respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar da sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza." (BRASIL, 2018, p.9-10).
Assim, para desenvolver a consciência de cidadãs e cidadãos, com direitos e deveres, a Base Nacional Comum Curricular foi desenvolvida como forma de organizar os mais diversos campos pedagógicos no processo de ensino-aprendizagem na educação, que apresentam aspectos da diferença e da diversidade em suas distintas áreas, como já havia sido apresentado e desenvolvido anteriormente pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), que foram estruturados por Áreas e por Temas Transversais. Os Temas Transversais, foco desse estudo, potencializam formas e estratégias de atuar nas questões que surgem no cotidiano de estudantes, introduzindo temas sociais como: Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Ética, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo. Sobre os Temas Transversais, na temática da Orientação Sexual, a historiadora Janine Gomes Silva e o historiador Robson Ferreira Fernandes pontuam: "Há um caderno específico para cada tema, dentre eles, um de Orientação Sexual. O documento é importante para garantir o trabalho com a temática de gênero na Educação Básica. Esse documento é um referencial teórico para o planejamento de professoras/es. Com ele, profissionais da educação podem sentir-se amparados a trabalhar questões como homofobia na escola, visto que a homossexualidade faz parte da orientação sexual." (FERNANDES; SILVA, 2020, p. 93).
Eu, enquanto recém licenciada em Pedagogia, que me preparo para atuar no espaço do ensino básico, considero de suma importância que os Temas Transversais da Educação sejam cada vez mais difundidos e tenham seus projetos e pesquisas atualizados. Cito isso, pois, enquanto uma pessoa transgênera que está em processo de retificação dos documentos, que ainda assino pelo meu nome civil masculino, mas que encontro uma autenticidade no meu nome social feminino de Márcie Vieira, sinalizo que nunca fui acolhida no meu percurso enquanto estudante na Educação Básica. Agora, como futura pedagoga, busco formas para tornar o espaço escolar mais acolhedor para todos os corpos, na suas mais diferentes construções e identidades. Essa diversidade costuma ser recebida com muita divergência de idéias e valores, como apontam os psicanalistas Daniel Kveller, Léo Tietboehl e Rafael Cavalheiro: "Ainda, notamos as demandas e pedidos de ajuda das escolas que têm bastante dificuldade em lidar com as crianças que desafiam ou se situam às margens da norma. Por vezes, em visitas a algumas escolas, somos questionados se não há algo de errado com o menino que quer se maquiar ou se é uma boa decisão deixar a menininha jogar futebol com os meninos em vez de praticar esporte com as demais garotas. Mais ainda, pela maior visibilidade das infâncias e adolescências trans, há um medo – tanto dos pais quanto das escolas –, de que qualquer experimentação que rompa as expectativas relacionadas ao gênero indique a possibilidade de ter filhxs trans." (CAVALHEIRO; KVELLER; TIETBOEHL, 2018, p.236).
Portanto, o desenvolvimento do Estágio Curricular Supervisionado II, realizado através dos estudos dos Temas Transversais, passou a ser esta forma de unir minhas questões pessoais enquanto pessoa trans, que raramente fui acolhida com respeito no espaço escolar, seja como professora ou estudante, mas que agora passo a obter ferramentas pontuais, para possibilitar que mais corpos dissidentes sejam acolhidos, integrados e incluídos na Educação Básica, sejam estudantes ou colegas de profissão.
Conteúdo
Sobre a existência de preconceito e violência contra pessoas LGBTI+ no Brasil, isso se dá por uma constante imposição do binarismo, tanto de gênero quanto de sexo, criando assim uma “matriz heterosexual”, como propõe a filósofa norte-americana Judith Butler (2003), para exemplificar esse quadro regulador, que exige que uma pessoa que nasceu com o sexo biológico macho, que possui o órgão genital pênis, se identifique como um homem, seja heterossexual e comporte-se de forma masculina, criando assim a heteronormatividade e a cisnormatividade compulsória. No Brasil, desde a invasão dos portugueses nas terras que aqui eram habitadas por índios, iniciou-se uma violência relacionada a gênero e orientação afetivo-sexual (naquela época essas categorias não existiam com esses nomes), impondo que nessa terra invadida o comportamento seguisse os padrões do estilo europeu. Com a colonização do Brasil, parte de nossa sexualidade e construção de gênero passou a também ser colonizada. Essa exigência pela heteronormatividade compulsória garantiria a reprodução e povoação do território brasileiro, criando assim mão-de-obra barata e suporte para manter o capitalismo que aqui se
instaurava. Esse padrão moralista seguiu durante séculos, perpetuando a heterossexualidade como uma norma e acusando de pecadores (Igreja), doentes (Medicina), criminosos (Estado) e degenerados aqueles que fugissem dos hábitos e costumes impostos, relacionando-se a qualquer dissidência de gênero e se orientação afetivo-sexual. Porém, após as grandes guerras mundiais, líderes do mundo criam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, garantindo direitos fundamentais a toda pessoa viva. Com o surgimento dos Movimentos Sociais nos anos de 1960, acontece uma revolução sexual. O Brasil estava entrando no sistema ditatorial, intensificando muito a perseguição a todo tipo de existência que hoje podemos definir pela sigla LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, trangêneras, transexuais, travestis e intersexo), exemplo disso é a Operação Tarântula, dos anos de 1980, que visava uma limpeza urbana, “retirando” (lê-se: prendendo, expulsando, violentando e matando) travestis, transexuais e homossexuais. Ainda nos anos 80, com o surgimento da AIDS e HIV, acontece um estigma de que essa doença contagiava apenas pessoas da comunidade LGBTI. Dessa forma, cria-se uma noção de que qualquer dissidência sexual ou de gênero não é natural, é um pecado, doença ou crime, havendo uma moralização dessas pautas através de uma baixíssima representatividade da comunidade LGBTI nas mais variadas esferas sociais: na religião, na política, na educação, na mídia e na cultura, perpetuando com essas violências e preconceitos, existentes até os dias atuais. Como somos uma sociedade que foi construída com base em muitas transformações, alguns dogmas seguem estigmatizados até hoje, mesmo que atualmente, na contemporaneidade, os Direitos Humanos lutem para que de fato todas as pessoas tenham respeito, dignidade e qualidade de vida. Porém, resquícios do que um dia foi a visão da sociedade, ainda surgem dogmas e discriminação, segundo a socióloga Berenice Bento: "A produção de seres abjetos e poluentes (gays, lésbicas, travestis, transexuais, e todos os seres que fogem à norma de gênero) e a desumanização do humano são fundamentais para garantir a reprodução da heteronormatividade. A escola é uma das instituições centrais nesse projeto" (BENTO, 2011, p.549).
Como resultado desse projeto para a manutenção de apenas uma visão que exclui qualquer estudante que não se enquadre na norma vigente de “homem=masculino” e “mulher=feminino”, observamos o descaso da instituição Escola, permitindo que diversos dados que evidenciam a violência no espaço escolar sejam mantidos, repetidos e garantidos, como aponta a mestre em educação Dayanna Louise dos Santos: "A Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil (2016), coordenada pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) em parceria com a Universidade Federal do Paraná, aponta que 60% dos/as estudantes LGBT sentiam insegurança na escola em decorrência de sua sexualidade, 73% foram agredidos verbalmente e 27% fisicamente. Sobre as medidas tomadas pela instituição de ensino, 54% dos/as estudantes alegaram omissão por parte da gestão, ou seja, a conjunção destes fatores favorece a “evasão” escolar, compreendida como afastamento do aluno do sistema de ensino e desistência das atividades escolares, sem solicitar transferência" (SANTOS, 2019, p. 10).
Pode-se observar, a partir destes dados citados por Santos (2019), que o ambiente educacional no Brasil é um espaço de manutenção das violências físicas e simbólicas, para os corpos dissidentes em decorrência da sexualidade e gênero. Assim, realizando esse recorte específico de pesquisa, observando como as questões de gênero e sexualidade podem ser trabalhadas no Ensino Básico, irei propor algumas possibilidades de atuação para que professores possam operar com a temática da Orientação Sexual, a partir dos Temas Transversais, presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais, articulando a promoção da saúde, acolhimento e respeito entre estudantes e equipe docente.
Metodologia
1)Sexo Biológico: trata-se das definições biológicas referentes às características cromossômicas, hormonais, gonodais (órgãos sexuais internos) e órgãos genitais, entre: a) o sexo macho: identificado como XY, produzindo testosterona, possuindo testículos e o órgão genital pênis; b) sexo fêmea: identificado como XX, produzindo estrogênio, possuindo ovários e o órgão genital vagina; e c) sexo intersexo: podendo ser identificado como quatro principais categorias: c1) intersexo 46XX que possui órgãos internos da fêmea (os ovários), mas uma genitália externa de macho; c2) intersexo 46XY, possuindo órgãos internos de macho (testículos), mas com genitália ambígua ou de fêmea; c3) intersexo gonodal verdadeiro, que possui ovários e testículos no mesmo corpo interno, tendo a genitália de macho e fêmea ou ambígua; c4) intersexo complexo ou indeterminado, possuindo um cromossomo sexual extra, como XXY ou XXX, podendo trazer níveis hormonais sexuais diferentes. Exemplo: a Síndrome de Klinefelyer, ela faz parte de uma das categorias para definir o intersexo complexo ou indeterminado, fazendo com que a pessoa seja aparentemente uma pessoa do sexo macho, mas como níveis hormonais diferentes, produzindo em níveis semelhantes a testosterona e o estrogênio, vindo a ser uma pessoa estéril (sem capacidade de produzir espermatozóides para a reprodução), causando a ginecomastia (criação da glândula e tecido mamário). Considero importante pesquisar coisas referentes a sexo biológico, justamente por romper com o binarismo, ensinando que apenas que existem sexo masculino e feminino, mesmo hoje a medicina tenha catalogado mais de 49 tipos e variações de intersexualidade.
2) Gênero é a construção social e cultural que atribui e impõe determinadas características comportamentais para pessoas do sexo macho = masculino = homem, que serão diferentes das características comportamentais para pessoas do sexo fêmea = feminino = mulher. Dentro de uma construção binária, seria apresentado esses dois gêneros: homem e mulher. Ainda teríamos a 3) Identidade de Gênero, diferenciando as pessoas cisgêneras, onde o sexo biológico está alinhado ao gênero atribuído ao nascimento (ex.: mulher cisgênera possuí o sexo biológico da fêmea e se identifica como uma mulher); das pessoas transgêneras, onde o prefixo trans significa “além de”, logo essa pessoa identifica que seu gênero está além daquilo que foi determinado ao nascimento (ex.: mulher transgênera possui o sexo biológico do macho e se identifica como mulher). Também existe a identidade de gênero travesti, que é uma identidade feminina, de contexto político brasileiro. Ainda, sabemos que possuem as pessoas que não se enquadram dentro dessa estrutura binária, podendo serem denominadas como não-binárias, agêneras, gênero fluído e queer.
O queer é parte dos Estudos Queer ou Teorias Queer, que parte de diversos estudos desenvolvidos por pesquisadores na área da filosofia, sociologia, educação, psicologia, antropologia, entre outros, para buscar formas de protagonizar corpos considerados abjetos pela sociedade. Corpos que sofrem abjeção são aqueles cuja materialidade não é vista como real, logo seus corpos não existem, assim fazendo com que pessoas que sofrem abjeção sejam constantemente violentadas, seja através de mortes sociais ou mortes físicas. Para então iniciarmos movimentos que buscam decolonizar o pensamento queer e buscar na nossa história, enquanto país latino-americano, como se dá essas propostas dos estudos queers, que iniciam de um olhar para as sexualidade dissidentes, que escapavam a norma heteronormativa, para trazer reflexões sobre a dissociação entre gênero e sexo biológico e, então, incluir a interseccionalidade para pensarmos nesses eixos ligados a raça, etnia e classe social.
4) Orientação Sexual refere-se a quem ou como uma pessoa possui ou não uma atração, desejo e afeto por outra pessoa, seja de forma romântica ou sexual. Pode ser: a) Heterossexual: se atrai pela pessoa do gênero oposto, como homem x mulher; b) Homossexual: se atrai pela pessoa do mesmo gênero, como homem x homem = gay ou mulher x mulher = lésbica; c) Bissexual: se atrai tanto por pessoas do mesmo gênero e do gênero oposto, como uma mulher x homem ou mulher e homem x homem ou mulher; d) Assexual: não possui atração sexual por nenhum dos gêneros, mas pode ser assexual romântico, desenvolvendo o desejo de afeto, sem a prática sexual; e) Pansexual: possui atração pela relação que desenvolve com a pessoa, independente de sexo biológico, gênero, se é cisgênero ou transgênero, não-binário; entre outras orientações afetivo-sexuais, que podem ser tão vastas quanto a subjetividade do ser humano.
Com essas conceituações bem seguras para as professoras e os professores, das diferenças entre: 1)Sexo Biológico, 2) Gênero, 3) Identidade de Gênero e 4) Orientação Sexual, incluindo de fato toda a diversidade para que os Temas Transversais possam ir além de atividades que debatem apenas as doenças sexualmente transmissíveis, sem sequer explorar as diferentes formas em que o relacionamento sexual e afetivo possam se manifestar em cada sujeito. Dessa forma, passa a ser possível investigar e propor atividades para refletir todo o campo da Igualdade de Gênero, o Feminismo, os Estereótipos de Gênero, como essas temáticas irão interferir na vida e no futuro de cada estudante, inclusive na escolha de suas profissões.
Recursos Necessários
Duração Prevista
Aula 1 - Apresentação do projeto e provocações iniciais sobre gênero, identidade de gênero, sexo biológico e orientação afetivo-sexual;
Aula 2 - Aula expositiva sobre gênero;
Aula 3 - Aula expositiva sobre identidade de gênero;
Aula 4 - Aula expositiva sobre expositiva sobre sexo biológico;
Aula 5 - Aula expositiva sobre orientação afetivo-sexual;
Aula 6 - Debate com todos estudantes sobre igualdade de gênero, estereótipo de gênero, feminismo e LGBTIfobia em nossa sociedade atual.
Processo Avaliativo
Observações
Referências Bibliográficas
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BUTLER, Judit. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CAVALHEIRO, Rafael; KVELLER, Daniel; TIETBOEHL, Léo. Quem tem medo de criança queer? Alguns questionamentos às normatividades em psicanálise. Periódicus, ISSN: 2358-0844, n. 9, v. 1, maio-out. 2018, p. 234-247.
FAVERO, Sofia et al. A ciência que vigia o berço: diferentes leituras de “saúde” frente a crianças trans e crianças intersexo. ISSN: 2595-3206. v. 3 n. 9 (2020): REBEH V.3 N.9 (2020)
FERNANDES, Robson Ferreira; SILVA, Janine Gomes da. Ensino de história e o projeto “gênero e diversidade na escola”: os cartazes como fontes para as subjetividades. Fronteiras: Revista de História. ISSN: 2175-0742, v. 22, n. 39, p. 86-106, Jan.\Jun. 2020.
JESUS, Jaqueline Gomes; GASPODINI, Icaro Bonamigo. Heterocentrismo e ciscentrismo: crenças de superioridade sobre orientação sexual, sexo e gênero. Revista Universo Psi, Taquara, 2020, 1(2), 33-51.
SANTOS, Dayanna Louise dos. “Sobrevivi para contar”: trajetórias escolares trangêneras na educação de jovens, adultos e idosos (EJAI). 2019. 147f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Educação, Pós Graduação em Educação, Curso de Mestrado em Educação, Recife, 2019.