Mulheres extraordinárias

Estado: Rio de Janeiro (RJ)

Etapa de Ensino: Educação Infantil - Pré-Escola

Modalidade: Educação Regular

Disciplina:

Formato: Presencial

Professora do Setor de Educação Infantil do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro; experiência e atuação na Educação Infantil em redes públicas e privadas. Graduada em pedagogia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Especialista em Docência na Educação Infantil pela UFRJ; Mestre em Educação pela UFRJ; Doutoranda em Educação na UFRJ; Integrante do BAFO! Bando de Estudos em Currículo, Ética e Diferença; Vice coordenadora do Grupo de Estudos e Extensão Currículo em Movimento na Educação Infantil - CEIMOV-UFRJ.

Objetivos

Promover a possibilidade de auto-identificação positiva a partir da referência de mulheres extraordinárias.

Conteúdo

A proposta que será apresentada a seguir está pautada numa perspectiva interseccional do trabalho com a Educação Infantil e pretende, no diálogo com a diferença, pensar caminhos possíveis para a construção de uma autoimagem positiva a partir de referenciais que escapem do que habitualmente nos é apresentado como papel social da mulher. Ao pensar nas mulheres extraordinárias junto a uma proposição de auto-identificação das crianças na faixa-etária de pré-escola (4-5 anos) esta ação propõe possibilidades e caminhos para imaginar a vida.

A escolha por propor um referencial a partir de imagens e histórias apenas de mulheres amplia a possibilidade de pensar modos de vida que estejam além das possibilidades heterocentradas onde o gênero masculino aparece não só como figura de sucesso, como também traz implicitamente uma ideia de hierarquia entre gêneros, de modo a produzir a mulher como sexo frágil e os corpos negros e indígenas como subalternos, expurgando a diferença das relações.

Metodologia

1º Momento:


Realizar uma roda de conversa com as crianças perguntando o que elas gostariam de fazer quando crescer e fazer um registro escrito em forma de lista com o nome de cada criança e seu futuro imaginado.

2º Momento:


Contar a história "A greve das princesas", livro infantil de autoria de Thaís Linhares, publicado pela Cortez editora onde diversas pautas do movimento feminista são elaboradas de modo lúdico e divertido, por exemplo: questionando os estereótipos de beleza e fragilidade que compõe a ideia de feminilidade, a necessidade de ter um príncipe e a heteronormatividade. Além destes temas o livro apresenta diferentes mulheres extraordinárias e suas histórias, reivindicando que suas vidas sejam devidamente conhecidas. Ao longo da contação indagar com as crianças quais das personagens são conhecidas por elas.

3º Momento:


Em outro espaço fazer uma exposição das fotografias reais das personagens do livro, com um breve texto sobre sua história ao lado. Brincando com as crianças, convide-as para visitar um museu imaginário criado em um espaço da escola, chame-o de museu das mulheres extraordinárias. Deixe que as crianças explorem as imagens livremente e conte a elas as histórias de cada mulher a partir de seus movimentos de interesse. Coloque na exposição um espelho bem grande onde as crianças possam se olhar e se comparar com as mulheres extraordinárias que estão na exposição. É importante observar que as personagens do livro apresentam diferenças étnicas, profissionais, sociais e de suas lutas políticas. Ao longo da exposição instigue as crianças a perceberem suas proximidades de características físicas e de suas ideias de profissão.

4º Momento:


Disponibilize para as crianças câmeras fotográficas ou celulares e convide-as a escolher a imagem de uma das mulheres com as quais se identificam, seja fisicamente ou por seus interesses. Em seguida, oriente-as a se aproximarem do espelho, ofereça para as crianças uma folha dividida ao meio, lápis de cor e giz de cera e solicite que as crianças desenhem de um lado a mulher que mais se identificou e do outro lado da folha peça que façam um autorretrato.

5º Momento:


Monte uma exposição que pode ser na sala ou externa a sala que convide a todes da escola a olharem os desenhos das crianças, as fotos produzidas por elas e as imagens junto as histórias das mulheres extraordinárias.

Recursos Necessários


  • Cartolina

  • Canetinha

  • Folhas A4

  • Livro "A greve das princesas"

  • Fotografias

  • Câmeras fotográficas e/ou celulares

  • Espelhos

Duração Prevista

A proposta pode ser desenvolvida em três dias, em aproximadamente 2h e 45min. no total:

1º dia: duração aproximada de 1 hora


  • Roda de conversas e contacto de histórias (1º momento)

  • Lista "O que você gostaria de ser quando crescer" (1º momento)

  • Contação da história "A greve das princesas" (2º momento)


2º dia: duração aproximada de 1 hora


  • Visita à exposição (3º momento)

  • Produção dos autorretratos e das fotografias (4ºMomento)


3º dia: duração aproximada de 45 minutos

  • Montagem do mural (5º momento)

Processo Avaliativo

Como realizado habitualmente na Educação Infantil, a avaliação acontecera de modo processual com base na observação das reações das crianças em relação a sua auto-imagem, bem como a partir da observação do modo com as crianças produzem seu autorretrato, não havendo a possibilidade de avaliar se existe certo errado, mas percebendo as reações e interações das crianças com as propostas.

Referências Bibliográficas

COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo, v. 5, n. 1, p. 6-17, 2017.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-moderna. 2014.

LINHARES, Thaís. A greve das princesas. Cortez: 2018

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