Meninas também jogam futebol

Estado: São Paulo (SP)

Etapa de Ensino: Educação Infantil - Pré-Escola

Modalidade:

Disciplina:

Formato: Presencial

Ilustradora e pesquisadora na Universidade Estadual de Campinas, possui paixão pelo esporte e suas potencialidades para transformação social. Procura unir a interdisciplinaridade de suas atuações e interesses para propor diferentes possibilidades educativas, como materiais literários, didáticos, etc. Enquanto pesquisadora na área de educação e ciências sociais, investiga o futebol de mulheres e seus desafios para a democratização. Como ilustradora, Nathalia se expressa com a arte para criar elementos e materiais visuais para a área de educação.

Objetivos

Valorizar e incentivar a prática futebolística desde a infância para distintas meninas e mulheres se reconhecerem e romperem com as masculinidades hegemônicas desta prática.

Objetivo Específicos:

Vivenciar e incentivar a prática esportiva

Conteúdo


  • Futebol praticado por mulheres.

  • Representatividade no esporte brasileiro.

  • Vivência esportiva e relações de gênero no esporte.

Metodologia

Essa sequência didática envolve duas intervenções pedagógicas que podem ser divididas em duas/quatro aulas. (São sugestões que podem varias de acordo com o planejamento e organização do espaço a ser ofertadas).

Foram pensadas três atividades coletivas para abordar tais conteúdos: a primeira é a contação de histórias, a segunda o teatro de fantoches e a terceira a oficina de bolas de futebol, ambas caminham com intuito de incentivar a prática do futebol desde a infância como espaço para todes, dissociando a modalidade a um espaço de preservação de uma masculinidade hegemônica para meninos e homens, incentivando a todes a interagirem com o esporte também.

1) Contação de História

A atividade é permeada pela contação da história: : “Meninas também jogam futebol” de Nathalia Servadio, abrindo o cenário para debater as questões de gênero na educação infantil.

  • Descrição da obra: Cristini, uma menina que amava sua bola e jogava como uma menina, era rápida e habilidosa, jamais desistia de qualquer partida. Porém, algumas pessoas não entendiam isso e sempre a questionavam com grosseria. Mas isso não fazia Cristini abaixar a cabeça. Entretanto, chegou o dia em que essa história mudou.


Segundo o referencial teórico proposto, a contação de histórias desta temática pode contribuir para a promoção de equidade de oportunidades esportivas entre meninos e meninas em uma modalidade marcada pelas desigualdade de gênero no país. Fazendo com que ocorra a possibilidade de um desenvolvimento integral nas crianças, refletindo e não reproduzindo estereótipos presentes nesta modalidade.

2) Teatro de Fantoches

A atividade consiste na elaboração coletiva de um teatro de fantoches envolvendo a temática do futebol praticado por mulheres, a partir da contação de história do livro infantil: “Meninas também jogam futebol”, no qual a personagem principal Cristini percorre suas inseguranças e estabelece possibilidades de se reconhecer nesta prática esportiva;

O planejamento consiste na construção de:

  • Um Teatro de fantoches (com a participação principal das crianças);

  • Roteiro da peça;

  • Apresentação.


 

Intervenções:

Ao contar a história com os fantoches, instigue as crianças a participarem e palpitarem sobre as inquietações da personagem principal da história. Por exemplo: Problematizando se alguém conhece, meninas que jogam futebol; e que são as mulheres que, na atualidade, jogam futebol.

Tais problematizações contribuem para representatividade e rompimento de estigmas e normas de gênero que são muitas vezes perpetuados desde a infância. Diminuindo a possibilidades de exclusão das crianças nas práticas corporais/esportivas como o futebol, que não ocorrem somente por questões de gênero, mas também por outros marcadores como, a idade, força e a habilidade, etc.

Assim, criando um espaço educativo para as crianças, onde elas vão criando novas conexões cognitivas, aperfeiçoando ideias e ponto de vista a partir de novas formas de expressar o corpo (OLIVEIRA,2020).

3) Oficina de bolas de futebol

A oficina consiste em uma aula lúdica e de experimentação com a bola (elemento imprevisível).

Recolha materiais recicláveis que possam funcionar como possíveis ideias para bolas e crie junto com as crianças (ou já prepare anteriormente).

Possibilitem que as crianças experimentem os objetos e estimulem elas a usarem os pés de diferentes formas.

Uma sugestão: brinquem de siga o mestre, onde as crianças possam criar formas de conduzir as bolas criadas; faça intervenções quando necessário;

Ao estudar os conteúdos da BNCC podemos observar que as práticas corporais são entendidas como uma forma possível de expressão do corpo/sujeitos, e que deve ser estimulada e não cercada de pré-conceitos e das possibilidades expressivas dos sujeitos. Neste caminho, essa oficina se faz importante principalmente para estimular as crianças a vivenciar brincadeiras com a bola no pé sem restrição por gênero entre outros marcadores. Pois, meninos em nossa sociedade são incentivados a praticar brincadeiras mais agressivas e mais livres; jogar bola na rua, soltar pipa, rolar, etc., perpetuando uma masculinidade hegemônica presente em nossa sociedade. As meninas, por exemplo, são muitas vezes desencorajadas de praticar tais brincadeiras, ao propor oficinas e atividades como essa, estimulamos a resistência desta masculinidades hegemônicas e a possibilidade de romper com essa hegemonia e respeitamos as múltiplas possibilidade de expressão do corpo. Ampliando a flexibilidade, lateralidade, ritmo entre outros.

Assim, na educação infantil esta oficina pode contribuir também para estimular a autonomia das crianças, criando novas visões de mundo e corpo (OLIVEIRA, 2020).

 

 

Recursos Necessários

Na primeira atividade, sugerimos a utilização de recursos básicos para construção do cenário e personagens, instigando a criatividade dentro também dos limites econômicos e de tempo;

Como por exemplo: palitos de sorvete, tecido, espuma, isopor, garrafas, bonecos, etc;

Na segunda atividade sugerimos: juntar doações de meia, tampas de garrafa , bolas de diferentes tamanhos (de preferência materiais leves), jornais, etc.

Duração Prevista

Sugerimos de dois a quatro encontros, em média de 30 a 45 minutos.

A apresentação da peça final sugerimos aplicá-la e separar um dia para ela.

Processo Avaliativo

Consiste em observar como as crianças compreendem a temática proposta e avaliar suas reflexões e de que forma vivenciaram as atividades: se houveram dificuldades, medos e potencialidades.

Observações

O livro Meninas também jogam futebol podem ser encontrado aqui: https://lojavirtual.giostrieditora.com.br/Infantil/meninas-tambem-jogam-futebol

Caso tenha dificuldades econômicas de acessá-lo, contatar a autora: nathaliaservadio@gmail.com para versão do texto em formato de e-book gratuito.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP no 15/2017. Dispõe sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: 2017ª

GOELLNER, Silvana Vilodre. Mulheres e futebol no Brasil: entre sombras e visibilidades. Revista brasileira de educação física e esporte, v. 19, n. 2, p. 143-151, 2005.

OLIVEIRA, Zilma Ramos et al. O trabalho do professor na Educação Infantil. Editora Biruta, 2020.

SERVADIO Nathalia; GALATTI, Larissa. Meninas também jogam futebol. Editora Giostri, São Paulo, 2019.

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