Gênero, Sexualidades e Interseccionalidade na Educação de Jovens e Adultos
Estado: Bahia (BA)
Etapa de Ensino: Ensino Fundamental II
Modalidade: Educação de Jovens e Adultos
Disciplina: Artes, Biologia, Educação Física, Filosofia, Geografia, História, Língua Portuguesa, Matemática
Formato: Presencial
Professor Flávio Barreto de Matos possui graduação em Letras pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2006), doutorando em Educação pela FACED/UFBA, mestrado em Ensino e Relações Étnicos-Raciais pela Universidade Federal da Bahia - UFSB. Especialista em Produção de Mídias para Educação Online - UFBA. Pesquisador das Relações Étnico-Raciais, de Gênero e das Sexualidades dissidentes e integrante do Grupo de Pesquisa Grieta. Atualmente é professor da Educação Básica da Rede Estadual de Ensino na cidade de Una-BA.
Objetivos
- Refletir e descolonizar a prática pedagógica, de forma que assegure aos/às estudantes da EJA o desenvolvimento integral do potencial humano, que seja capaz de garantir o exercício pleno da cidadania ao longo da vida.
- Diagnosticar de que forma aparecem no discurso escolar as normas regulatórias do sexo e da identidade racial;
- Identificar como os atos de currículo podem implicar nas representações das sexualidades e nas identidades étnico-raciais dos atores da EJA;
- Verificar como são tratadas as representações das sexualidades dissidentes e das identidades raciais nos atos de currículo e no discurso da escola;
- Promover a compreensão dos documentos oficiais que legitimam a obrigatoriedade das leis 10.639/03 e 11.645/08.
Conteúdo
2. Perfil dos sujeitos da EJA:
2.1 Social;
2.2 Cultural;
2.3 Etário;
2.4 Regional e local;
2.5 Gênero;
2.6 Identidade étnico-racial.
3. Legislação: ler, estudar, refletir as atribuições dadas aos estudos de gênero, sexualidade e relação étnico-racial na modalidade da Educação de Jovens e Adultos.
3.1 Constituição Federal de 1988;
3.2 LDB 9394/96 – art. 37;
3.3 Lei N° 10.639/03 e 11.645/08;
3.4 Base Nacional Curricular Comum – BNCC;
3.5 Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN;
3.6 Resolução Nº 03, 04 e 07 do CNE/CEB;
3.7 Plano Nacional de Educação PNE (2014 – 2024);
3.8 Plano Municipal de Educação – PME;
3.9 Projeto Político Pedagógico – CMAFA.
4. Educação e sexualidade dissidentes
4.1. Decolonizando o corpo LGBTQ+ (Minicurso);
4.2. Saberes Localizados: A questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial (Texto da autora Donna Haraway).
5. Como operacionalizar o que está nos documentos oficiais?
6. Explorar conflito: perfil dos estudantes/legislação
6.1. Efetivamente o que pode ser feito?
6.2. Quais as concepções de trabalho do professor?
6.3. Como trabalhar?
6.3.1. Pedagogia de Projetos interdisciplinar e comunitário
6.3.2. Circuito de oficinas
7. Desenvolvimento de ações práticas em sala de aula
7.1. Análise e reflexão dos processos formativos.
Metodologia
É preciso então que se lance um novo olhar para o espaço onde as professoras e os professores envolvidos interajam, tornando essa realidade cada vez mais reflexiva, viva e dinâmica, para que se desenvolvam estratégias mais adequadas a cada momento em que surjam dificuldades. Diante disso, a reflexão será pensada como uma prática social, por meio da qual um grupo de professores apoia e sustenta o crescimento dos sujeitos/estudantes.
O processo de formação docente trabalhará com o universo de significados que necessitarão de reflexões e conhecimento sobre o currículo escolar e a prática pedagógica inovadora. Por isso, a realização do presente projeto justifica-se por compreender que este é de suma importância para o (re)conhecimento das diversas representatividades dos sujeitos/estudantes na EJA. “Trata-se, então, de construir dispositivos de formação que permitam otimizar as potencialidades formativas dos estabelecimentos de ensino” (CANÁRIO, 1998, p. 6).
Desse modo, a Formação Docente foi pensada e desenhada seguindo a organização abaixo.
Figura 1: Estruturação do projeto de formação docente da EJA.
- Conhecimento e princípios formativos da base curricular da EJA;
- Reflexão das questões sociais na prática docente e no convívio com o outro;
- Gênero, sexualidade e interseccionalidades;
- Desenvolvimento de ações práticas e efetivas.
Recursos Necessários
Duração Prevista
1. Mesa Redonda: Gênero, sexualidades e Interseccionalidade na EJA.
2. Dos princípios: político e pedagógico.
3. Perfil dos sujeitos da EJA:
4. Legislação: ler, estudar, refletir as atribuições dadas aos estudos de gênero, sexualidade e relação étnico-racial na modalidade da Educação de Jovens e Adultos.
5. Educação e sexualidade dissidentes.
6. Como operacionalizar o que está nos documentos oficiais?
7. Explorar conflito: perfil dos estudantes/legislação.
8. Desenvolvimento de uma ação prática pedagógica, que contemple as questões de gênero, sexualidade e interseccionalidade.
9. Socialização das experiências vivenciadas em sala de aula.
Processo Avaliativo
Desse modo, a noção de engajamento político/educacional frisa o modo como os atores envolvidos nesse processo manifestarão suas opiniões, borrando as práticas institucionais sedimentadas numa matriz colonial em que se evidencia o homem branco, heterossexual, cristão e de classe social privilegiada. Entendemos, assim, que as estratégias pedagógicas são determinantes na formação dos sujeitos/estudantes, à medida que aprendem a lidar com situações adversas, passando a se envolver de modo mais pleno e autoconfiante do seu lugar no mundo.
Como critérios de avaliação levaremos em consideração as participações não discussões dos eixos temáticos, assiduidade, desenvolvimento e aplicação de uma ação pedagógica com a temática Gênero, Sexualidade e Interseccionalide com os alunos da Educação de Jovens e Adultos.
Referências Bibliográficas
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