Desenvolver a reflexão crítica acerca da variados gêneros textuais por meio de leitura e análises sistematizadas, despertando a criticidade por meio de argumentos e estimulando a produção autoral a partir dessas reflexões.

Aula 1: A música e o poder de persuasão

1.1) Aula expositiva sobre a cantora Beyoncé

Iniciar a aula pedindo para que as/os estudantes compartilhem suas preferências musicais. Falar sobre cantoras/es, duplas, bandas, a música que mais gosta ou que marcou sua vida e argumentar por que gosta tanto da música. Deixar claro que não existe resposta certa ou errada, existe diversidade de opiniões e que cada estudante deve respeitar a opinião do outro.

Ao ouvi-los, perguntar se conhecem a Beyoncé. Se alguém conhecer, pedir para que fale sobre ela ou sobre suas músicas. Apresentar uma imagem da cantora. A ideia é deixa-los falar e ao final o docente pode fazer uma exposição sobre a Beyoncé: fãs, carreira de sucesso, indicações de prêmios e principalmente sobre as letras das músicas que transmitem uma mensagem sobre esperança, paz, justiça e compreensão.

1.2) Atividade 1: Debate

Refletir e compartilhar:

A) O que você sabe ou conhece da Beyoncé?

B) Fale/Escreva o nome de uma música da Beyoncé que você conhece.

C) Vamos partilhar sobre letras de música de nossa preferência e dizer sua opinião do porquê essa música ou trecho te marcou positivamente.

Aula 2: A música e o poder da palavra

2.1) Aula expositiva sobre a música Flawless de Beyoncé

A letra da música Flawless de Beyoncé traz uma mensagem de justiça relacionada às mulheres. Conhecer os nossos direitos e respeitar a diversidade é um passo muito importante para o combate ao preconceito e à discriminação.

"Segundo a definição utilizada pela Organização das Nações Unidas gênero refere-se a papéis, comportamentos e atributos que uma dada sociedade em um dado momento considera apropriado para homens e mulheres, essas características estão relacionadas com um determinado contexto, portanto são mutáveis, e são construídas a partir de um processo de socialização." (https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2017/06/Glossario-ODS-5.pdf)

Momento de trabalhar o trecho da música tanto em aula expositiva de Língua Portuguesa como Língua Inglesa, motivando as/os estudantes com a questão “Vamos aprender mais sobre a letra da música?”.

Fawless – Beyoncé

You wake up, flawless
Post up, flawless
Ride round in it, flawless
Flossin on that, flawless
This diamond, flawless
My diamond, flawless
This rock, flawless
My Roc, flawless
I woke up like this
I woke up like this
We flawless, ladies tell 'em
I woke up like this
I woke up like this
We flawless, ladies tell 'em
Say I, look so good tonight
God damn, God damn
Say I, look so good tonight
God damn, God damn

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2.2) Atividade 2: Roda de Conversa

Refletir e Participar

Pedir às/aos estudantes que façam uma lista diferenciando responsabilidades femininas e masculinas.

"Segundo definições internacionais, igualdade de gênero é definida pela igualdade de direitos, oportunidades e responsabilidade das mulheres e homens, sem que haja nenhuma forma de discriminação por conta do seu sexo de nascimento. Assim, no Brasil, a Constituição Federal de 1988, define em seu artigo 5º, inciso 1: 'homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição'. Isto não significa que homens e mulheres sejam iguais, mas que seus direitos, responsabilidades e oportunidades não devem depender do fato de serem mulheres ou homens." (Texto baseado em ONUBR. “Igualdade de Gêrero”. Glossário de igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. 2016).

Promover uma roda de conversa com as seguintes questões:

• O que você entende por igualdade de gênero?


• O que significa ser homem e o que significa ser mulher na nossa sociedade?


• Você considera que essas definições – “ser homem” ou “ser mulher” – determinam os comportamentos dos meninos e das meninas de alguma forma? Para bem? Para mal?

2.3) Quero Mais

Sugestões de vídeos para refletir sobre como as construções sobre o que devemos ser conforme o nosso gênero afetam a nossa vida diariamente.

Igualdade de gênero. 2016/ONU Mulheres Brasil. Duração: 2min 36s. Disponível em: https:/www.youtube.com/watch?v=ZCGLC-vziRc

Desde cedo, meninos e meninas aprendem o que podem e o que não podem fazer. Eles são levados a acreditar que as suas escolhas são determinadas pelo sexo. Só que isso tem consequências sérias para as mulheres, que se tornam vítimas da desigualdade.

The Mask You Live In. 2016. Duração: 6min 40s.
Disponível em: https:/www.youtube.com/watch?v=LS8bwOesLjA

Trailer do documentário sobre a pressão que a sociedade faz sobre aquilo que pode ou não ser considerado “masculino” e como isso pode afetar os jovens.

Aula 3: A música e os livros

3.1) Aula Expositiva sobre Chimamanda Ngozi Adichie

Apresentar imagens de Chimamanda e Beyoncé.

Perguntar aos e às estudantes “O que essas mulheres têm em comum?”.

Refletir sobre o respeito mútuo e o compromisso de fazer desse mundo um lugar melhor, respeitando as diferenças, apontando preconceitos sociais e ressignificando valores.

Após a reflexão propõe-se o momento de leitura consciente, apresentando Chimamanda Adichie e entendendo por que Beyoncé se tornou fã dela.

3.2) Trecho da música de autoria de Chimamanda Adichie:

Fawless – Beyoncé

(Chimamanda Ngozi Adichie)

We teach girls to shrink themselves
To make themselves smaller
We say to girls
"You can have ambition
But not too much
You should aim to be successful
But not too successful
Otherwise you will threaten the man"
Because I am female
I am expected to aspire to marriage
I am expected to make my life choices
Always keeping in mind that
Marriage is the most important
Now marriage can be a source of
Joy and love and mutual support
But why do we teach girls to aspire to marriage
And we don't teach boys the same?
We raise girls to each other as competitors
Not for jobs or for accomplishments
Which I think can be a good thing
But for the attention of men
We teach girls that they cannot be sexual beings
In the way that boys are
Feminist - the person who believes in the social
Political, and economic equality of the sexes

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3.3) Escritora Chimamanda Adichie

15 de setembro de 1977 (Enugu, Nigéria)

Quando criança, Chimamanda Adichie amava ler, principalmente livros da escritora britânica de livros infantis, Enid Blyton. A jovem até escreveu suas próprias histórias baseadas nos personagens de Blyton – todos brancos e vivendo com alegria no campo britânico. Chimamanda, que é nigeriana, não tinha ideia de que africanos negros “podiam realmente existir” em livros. Quando ficou mais velha, ela leu livros dos escritores Chinua Achebe e Camara Layes e percebeu que as garotas parecidas com ela, de pele escura e cabelo crespo, também podiam ser personagens de livro. “Quando criança, você não tem coragem suficiente para mudar as coisas”, diz ela, “até alguma coisa fazer você perceber que pode escrever sua própria história.”

Chimamanda foi criada em Nsukka, Nigéria, onde fica a Universidade da Nigéria. Ela e os irmãos cresceram no campus da faculdade; seu pai era professor e a mãe foi a primeira secretária mulher da universidade.

Chimamanda sempre foi uma aluna exemplar. Ela adorava ciências e os pais a encorajaram a estudar medicina, mas ela nunca se esqueceu do amor pelos livros e por contar histórias.

Aos 19 anos, Chimamanda se mudou para os Estados Unidos para seguir os estudos. A colega de quarto americana ficou animada de conhecer uma pessoa da África, mas tinha expectativas muito estereotipadas. Ela não conseguia acreditar que Chimamanda sabia falar inglês e usar um fogão, e que ouvia música pop. Chimamanda se refere a isso como “o perigo de uma única história” – quando contamos só uma história sobre um grupo específico de pessoas e esperamos que todos sejam assim.

Quando estava no último ano da faculdade, Chimamanda começou a trabalhar em um livro. Ela estava morando com a irmã, cuidando de crianças e fazendo trabalho doméstico, além de estudar. Mal tinha tempo de escrever, então acordava às duas da madrugada para trabalhar no livro. Esse esforço compensou: Hibisco roxo foi publicado quando ela tinha apenas 26 anos e ganhou muitos prêmios. Ela publicou mais três livros, inclusive o romance premiado Americanah. A escrita de Chimamanda se recusa a contar uma única história; mostra o amplo espectro do que quer dizer ser africano, americano, negro, branco, homem e mulher.

Em 2013, Chimamanda ficou surpresa quando a cantora Beyoncé ouviu uma de suas palestras e perguntou se podia incluir uma parte na música “Flawless”. Nela, Chimamanda oferece uma definição para algo muito importante para elas: o feminismo. “Nós ensinamos as garotas a se encolherem, a se tornarem menores. Nós dizemos para as garotas: 'Você pode ter ambição, mas não muito. Você deve querer ser bem-sucedida, mas não demais'. Feminista: uma pessoa que acredita na igualdade social, política e econômica de gênero.” A música tornou-se muito popular, e Chimamanda e Beyoncé levam o crédito de terem apresentado uma nova geração de jovens às ideias básicas do feminismo.

SCHATZ, Kate. Mulheres incríveis: artistas e atletas, piratas e punks, militantes e outras revolucionárias que moldaram a história do mundo / Kate Schatz, ilustrações de Miriam Klein Stahl; tradução de Regiane Winarski – Bauru, SP: Astral Cultural, 2017. (págs. 45).

3.4) Atividade 3: Atividade impressa

Refletir e Conhecer

E aí estudante? Vamos brincar?

Faça a atividade denominada “dinâmica da lista” e demonstre seu conhecimento de mundo.

A) Escreva o primeiro nome de alguma personalidade que vier à sua cabeça quando ler as palavras abaixo. Atenção! Pense rápido e escreva o primeiro nome que sua mente buscar.

1. Esportista 6. Autor
2. Música 7. Televisão
3. Política 8. Revolucionário
4. Cientista/inventor 9. Artista
5. Religião 10. Ator

B) Após completar sua lista de personalidades, siga a comando abaixo e risque de sua lista a seguinte ordem:

 Todos os homens brancos.
 Todos os homens negros.
 Todas as mulheres brancas.

C) Observe se na lista que você produziu existe alguma mulher negra. Por que não tem ou quase não tem mulheres negras na lista?

D) Pesquise sobre essas mulheres e descubra por que são tão importantes para nossa história social e cultural. Depois complete o quadro de acordo com a respectiva personalidade.

Benedita da Silva | Marta da Silva
Carolina Maria de Jesus | Maya Angelou
Chiquinha Gonzaga | Oprah Winfrey
Dandara | Ruth de Souza
Katherine Johnson | Tia Ciata

1. Esportista 6. Autora
2. Musicista 7. Apresentadora
3. Política 8. Revolucionária
4. Cientista 9. Artista
5. Religiosa 10. Atriz

3.5) Quero mais

Sugestão de livros:

O Diário de Anne Frank, 1947.

Anne Frank é uma menina judia que, durante a 2ª Guerra Mundial, teve que se esconder para escapar dos nazistas. Depois de pouco mais de dois anos escondida com outras pessoas, eles são descobertos e enviados para campos de concentração. O pai de Anne, Otto Frank, é o único das oito pessoas que sobrevive. Depois de sua morte, Anne torna-se famosa no mundo inteiro por causa do diário que escreveu quando ainda estava escondida.

Carolina de Jesus. Quarto de despejo, 2014.

O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na obra de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.

3.5) Quero mais ainda

Sugestões de filmes:

Estrelas além do tempo. Theodore Melfi – 2016/EUA

Em plena Guerra Fria, EUA e União Soviética disputavam a supremacia na corrida espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial entre brancos e negros. Tal situação é refletida também na Nasa, onde um grupo de matemáticas negras é obrigado a trabalhar à parte. É lá que estão Katherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson, grandes amigas que, além de provar sua competência dia após dia, precisam lidar com o preconceito arraigado para que consigam ascender na hierarquia da NASA. (Classificação Indicativa Ministério da Justiça: Livre)

O Jogo da imitação. Morten Tyldum – 2014/EUA

Biografia do criptoanalista britânico Alan Turing, quem liderou um grupo da inteligência britânica na missão de decifrar os códigos da máquina Enigma usada pela Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. O seu inovador trabalho de computação ajudou a salvar milhões de vidas, mas depois ele foi condenado por sua homossexualidade. (Classificação Indicativa Ministério da Justiça: 12 anos)

Aula 4: A música e a poesia

4.1) Aula Expositiva sobre Cristiane Sobral

Depois de conhecer tantas mulheres incríveis vamos finalizar esse momento de aprendizagem com mais uma mulher inspiradora: a professora, autora e atriz Cristiane Sobral.

"Cristiane Sobral nasceu na zona oeste do Rio de Janeiro, no bairro Coqueiros, em 1974 e hoje mora em Brasília. Entre 1989 e 1998, teve como prioridade sua formação profissional. Iniciou as atividades artísticas em 1989, no Rio de Janeiro, em um curso de teatro do SESC, encerrado com o espetáculo Cenas do Cotidiano. Um ano depois chega a Brasília e começa a atuar em grupos de teatro no ambiente estudantil e monta a peça Acorda Brasil. Aos dezesseis anos ingressa no Ensino Superior, e torna-se a primeira atriz negra a se formar em Interpretação Teatral pela Universidade de Brasília."
http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/203-cristiane-sobral

Agora podemos contemplar um de seus poemas e pensar sobre como devemos combater injustiças sociais em nosso cotidiano para cumprir a definição do artigo 5º, inciso 1: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.

Escuridão da vitória
Cristiane Sobral

Cobertor em madrugada fria
Um manto de escuridão em todo o meu corpo
Deixando pra trás
As tentações enganosas do embranquecimento

Vou descansar no colo da mãe África
Entrar na escuridão cheia da paz
Nunca mais verei a luz da maldade
Nunca mais verei a claridade que ofusca os meus olhos

Por favor, entendam o meu escurecimento
Abandonei a convicta e confortável clareza das coisas

A escuridão brilhará com a certeza da vitória.

SOBRAL, Cristiane. Não vou mais lavar os pratos / Cristiane Sobral. Brasília: 2016.

4.2) Atividade 4: Produções Autorais

Refletir e Produzir

"Exigir respeito pela sua dignidade é exigir não ser tratado(a) como um objeto, e sim como um ser humano, não devendo ser humilhado(a) ou desumanizado(a), essa exigência de respeito à dignidade pode ser direcionada a um único indivíduo pessoalmente, adotando assim um caráter “subjetivo” de valor próprio, ou então um caráter “objetivo” quando direcionado a uma comunidade."

SPIJKERS, Otto. The United Nations. The Evolution of global values and the International Law, Cambridge: Intersentia, 2011, p.297.

Agora é a sua vez de demonstrar de que maneira você irá contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e sem preconceitos.

Faça uma produção escrita ou artística sobre o que aprendeu. Inspire-se nos textos, música ou poema estudados e demonstre sua opinião, suas reflexões, suas paixões, suas crenças, suas indignações, suas soluções e muito mais.

Pense num tema (título), escolha uma das sugestões abaixo e mãos à obra!!

• Produção de texto;


• Produção de Poema;


• Produção de desenho;


• Charges;


• Quadrinhos.

Acreditamos em seu potencial criativo. Seja uma cidadã ou um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres, transforme primeiro a sua vida para que assim possamos nos encontrar num futuro melhor com ideais de amor e igualdade.

“Feminist – the person who believes in the social
Political, and economic equality of the sexes”
Chimamanda Adchie

Para aulas presenciais:

• Data show;


• Caixa de som;


• Sala com cadeiras em círculo para roda de conversa;


• Atividades Impressas.

Para aulas on-line:

• Uso de tecnologias com recursos do Classroom;


• Riqueza de imagens;


• Sugestões de links;


• Uso de Templates.

4 aulas duplas ou 8 simples (1 aula = 45 min.)

Obs.: o número de aulas pode ser ampliado de acordo com as sugestões de livros e filmes sugeridas na metodologia.

Com os Livros Não vou mais lavar os pratos de Cristiane Sobral e Mulheres Incríveis de Kate Schatz é possível aumentar o número de aulas para reflexões e debates sobre Gênero, Raça e Direitos Humanos para aulas destinadas a Projetos Interdisciplinares, podendo também ampliar conhecimentos em parceria com docentes da área de Artes, História e Geografia.

• Currículo em Movimento do Distrito Federal: Ensino Fundamental - Anos Iniciais - Anos Finais. 2ª Edição. Brasília, 2018.

• GALLO, Janaina Soares. Caderno Pedagógico Metodológico. Janaina Soares Gallo, Clara Ramírez Barat e Amanda Petraglia. São Paulo, fevereiro de 2019.

• SOBRAL, Cristiane. Não vou mais lavar os pratos / Cristiane Sobral. Brasília: 2016.

• SCHATZ, Kate. Mulheres incríveis: artistas e atletas, piratas e punks, militantes e outras revolucionárias que moldaram a história do mundo / Kate Schatz, ilustrações de Miriam Kleim Stahl; tradução de Regiane Winarski – Bauru, SP: AstralCultural, 2017.

• Sites Pesquisados:
http://portal.mj.gov.br/ClassificacaoIndicativa/EscolhaTipo.jsp

https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Images

https://www.cheatsheet.com/entertainment/does-beyonce-still-identify-as-alter-ego-sasha-fierce.html/
https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2017/06/Glossario-ODS-5.pdf

https://www.cheatsheet.com/entertainment/does-beyonce-still-identify-as

https://www.vagalume.com.br/