Gênero, Sexualidade e Raça e seus atravessamentos na construção das identidades

Estado: Bahia (BA)

Etapa de Ensino: Ensino Médio

Modalidade: Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional Tecnológica, Educação Regular

Disciplina: Filosofia, Sociologia

Formato: Presencial

Mestranda do Programa de Pós- Graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade –PPGELS – DCH/VI – UNEB - Caetité - Bahia, especialista em Movimentos Sociais, Organizações Populares e Democracia Participativa pela FAFICH/UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais. Licenciada em História pelo DCH- UNEB - Campus VI - Caetité- Bahia. Professora no Colégio Estadual Antônio Figueiredo – Ibiassucê – Bahia (Sociologia, Filosofia, Projeto de Vida, Práticas Integradoras) desde 2017; Relações Públicas e Assessora da Associação Divina Providência; Membro do Coletivo Mulheres Ativas(Ibiassucê-Bahia);Palestrante, facilitadora de Cursos de Capacitação, organizadora de eventos e atuação em Movimentos Sociais. Atuação e interesse nas áreas de História, Educação, Gênero, Movimentos Sociais, Segurança Alimentar, Juventudes, políticas públicas, Controle Social, Território, Convivência com o Semiárido, Associativismo e organização popular comunitária.

Objetivos

Debater as relações de gênero, a sexualidade e a raça e os atravessamentos desses elementos nos processos de constituição das identidades juvenis, buscando combater o sexismo, o racismo, as visões estereotipadas, as desigualdades, os preconceitos e as opressões decorrentes de construções histórico-sociais.

Conteúdo

AULA 1
Gênero como construção histórico-social

AULA 2
Gênero, sexualidade e raça na constituição das identidades juvenis

AULA 3
Machismo, invisibilização das mulheres, violência contra as mulheres, masculinidade frágil

AULA 4
“Patriarcado e seus tentáculos”, Machismo, silenciamento das mulheres, relacionamentos abusivos, violência contra as mulheres e desafios decorrentes da projeção da “felicidade” em outra pessoa e abordagens afins.

AULA 5
Relações de gênero e divisão das tarefas de cuidado

AULA 6
Abordagem interseccional de Gênero, sexualidade, raça e classe e seus atravessamentos quanto à liberdade, Corpo, autoconhecimento, LGBTQI+ (direitos, preconceitos, autoaceitação)

AULA 7
LGBTQIAP+: Direito de ser quem se é/quem quiser

AULA 8
Gênero, Sexualidade e Raça na construção das identidades

Metodologia

AULA 1
Gênero como construção histórico-social

Fazer a dinâmica: Qual a primeira característica que vem em sua mente se eu digo: Mulher / Homem. A seguir deverá problematizar com as seguintes questões: Por que associamos determinadas características e objetos a este ou aquele gênero? Essas identificações vêm prontas ou são constituídas socialmente? Se vêm prontas, vêm de onde? Em que essas identificações ajudam ou atrapalham na constituição da identidade do sujeito?

Problematização: O professor estimulará a participação de alunos(as) a partir das questões postas e poderá formular novas, conduzindo as mesmas e trazendo as reflexões necessárias sobre a abordagem.

Para contextualizar: Apresentar Comentários machistas e feministas retirados da internet, sobre sexualidade e gênero. Os pequenos textos a seguir, devem ser impressos e recortados e entregues a alunxs para que eles realizem a leitura.

Música e Clip: Iza – Dona de Mim
Música: Meninos e Meninas de Legião Urbana

A partir das duas músicas, traçar um paralelo quanto à construção das identidades a partir do gênero, sexualidade e raça, destacando os atravessamentos de todos estes aspectos nessa construção. Utilizar um pequeno fragmento de Guacira Louro, para fundamentar a discussão e caminhar para a conclusão da mesma, nesta primeira aula.

Após a leitura: Iniciar a reflexão sobre o texto, problematizando-o a partir dos aspectos abordados até então e destacando que a sociedade ainda se pauta por uma concepção binária (homens e mulheres) e que precisamos reconhecer e acolher a diversidade que vai além dela e que também está ao nosso redor.

A seguir: entregar para a turma pedaços de papéis coloridos e pedir a turma para que escrevam as suas dúvidas sobre o tema trabalhado, questões observadas, ou seja, seus questionamentos sobre relações de gênero, machismo, LGBTs, feminismo, sexualidade, etc.

Depois, pedir a turma para dobrarem e devolverem os papéis. Esse material será usado para organizar a aula seguinte.

AULA 2
Gênero, sexualidade e raça na constituição das identidades juvenis

No planejamento da aula, realizar a leitura dos “escritos” feitos pelos/as alunos/as na aula anterior e organizá-los em blocos temáticos (Ex: machismo, homo/lesbo/transfobia).

Iniciar a aula com a leitura de alguns dos escritos dos/as alunos/as, realizados na aula anterior, que têm uma relação mais direta com a temática abordada nesta aula e ir problematizando as abordagens desses escritos.

Apresentar imagens (fotos diversas de pessoas- pode ser impressas ou projetadas) de pessoas de vários perfis e ir perguntando quais pessoas são consideradas bonitas e quais são consideradas feias e por quê.

Refletir a partir dessa visualização, sobre o impacto dos “padrões” (hétero, viril, binário, branco, europeu) em nossa vida e na forma como construímos nossas identidades, nos relacionamos com outras pessoas, impactando também, em geral de forma negativa, a nossa saúde mental, emocional e física.

Apresentar o conceito de Identidade de Stuart Hall e contextualizar com a abordagem.

Solicitar ao/às estudantes a seguinte atividade para casa: individualmente, folhear os livros de Filosofia e Sociologia, identificando e construindo um quadro no caderno com o nome das mulheres filósofas e sociólogas, apontando se houver alguma negra e/ou africana, entre elas. Em duplas, pesquisar a história de filósofas, sociólogas, cientistas e juristas mulheres (priorizar mulheres negras), fazer uma síntese e trazer em forma de mini-cartaz para a próxima aula. A mesma dupla deverá fazer uma produção textual sobre a temática abordada na Sequência Didática e entregar na última aula sobre o tema.

Dividir a turma em grupos e já solicitar o trabalho final sobre a temática, a ser apresentado na Aula 8. O trabalho consiste na produção de podcasts, peças, músicas, paródias, artes visuais, cordéis, vídeos, etc) sobre a temática abordada, devendo cada grupo escolher o subtema que irá abordar, sendo que o trabalho será construído a partir da orientação de professores envolvidos.

AULA 3
Machismo, invisibilização das mulheres, violência contra as mulheres, masculinidade frágil

Iniciar a aula solicitando que as duplas apresentem suas pesquisas e paralelamente ir construindo um painel a partir da colagem dos mini-cartazes, na sala de aula.

Problematizar a partir da seguinte questão: Há filósofas e sociólogas mulheres, negras e negros, africanos(as) nos livros didáticos? É possível dimensionar a porcentagem destas? O que isso significa?

Apresentar um resumo das biografias de Angela Davis, Simone de Beavoir e Djamila Ribeiro, enquanto filósofas e pensadoras de diferentes gerações e contextos, escolhendo pequenos trechos de suas obras para uma leitura compartilhada.

Retomar a leitura de mais alguns escritos das(os) alunas(os) realizadas na primeira aula, cuja abordagem tem uma relação mais próxima com a temática dessa aula, ao tempo em vai comentando cada um deles e estimulando a participação dxs alunxs.

Apresentação de curtas:

- Juíza – Porta dos Fundos
A partir do vídeo, problematizar a visão machista que invisibiliza as mulheres nas várias esferas da sociedade, com impacto perverso sobre a vida de mulheres negras.

-Piranho – Porta dos Fundos.
A partir da abordagem reversa, apresentada pelo “Porta dos Fundos” problematizar a visão machista sobre as mulheres, abordando questões como “opressão e vigilância” sobre o corpo das mulheres, associação preconceituosa, pejorativa das mulheres à forma como se vestem, andam, se expressam, etc.

Discorrer sobre a responsabilização das mulheres quanto à violência por elas sofrida, transformando-a de vítima em culpada.

Atividade para casa:
Pesquisar a Lei Maria da Penha, realizar a leitura e destacar alguns pontos que chamaram mais atenção, anotando-os no caderno e gravando um podcast do mesmo para compartilhar no grupo da turma.

AULA 4
“Patriarcado e seus tentáculos”, Machismo, silenciamento das mulheres, relacionamentos abusivos, violência contra as mulheres e desafios decorrentes da projeção da “felicidade” em outra pessoa e abordagens afins.

Iniciar lendo mais alguns escritos das(os) alunas(os) realizadas na primeira aula, cuja abordagem tem uma relação mais próxima com a temática dessa aula, ao tempo em vai comentando cada um deles e estimulando a participação dos/as alunos/as.

A seguir, o/a professor/a deverá retomar a discussão iniciada na última aula, sobre a invisibilização/culpabilização da mulher, enfatizando que isto é uma prática que perpassa as várias esferas da sociedade, decorrente da construção patriarcal ainda vigente em nosso meio.

Charge: Gilmar Machado: Ser Mulher.
Charges violência contra mulheres, 08/06/2016.

Para ilustrar e estimular o debate, será apresentado o caso Mariana Ferrer, por meio de dois vídeos: uma notícia sobre o caso e uma análise sobre o mesmo da Linguista Jana Viscardi.

A partir dos destaques sobre a Lei Maria da Penha, o/a professor/a destacará esta Lei como um importante mecanismo de combate às múltiplas formas de violência contra as mulheres (poderá compartilhar breve Biografia de Maria da Penha).

O/A professor/a deverá convidar dois estudantes para lerem o Cordel Homem de Boa Fé não Bate em Mulher (de autoria da professora que elaborou a presente sequência didática e que consta em Observações).

AULA 5
Relações de gênero e divisão das tarefas de cuidado

Dividir a turma em grupo, entregar trechos do Relatório da OXFAM: “Tempo De cuidar: O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade”, 2020, e solicitar a leitura.

Após o término, cada grupo deverá socializar os principais pontos abordados no texto lido.

- Relembrar a primeira aula, quando da associação de determinados objetos (panelas, panos de prato, etc) às mulheres;
- Problematizar a divisão das tarefas domésticas nas casas dxs estudantes;

O/A professor/a deverá convidar dois estudantes para lerem encenando o Desafio: João e Maria (em Observações).

AULA 6
Abordagem interseccional de gênero, sexualidade, raça e classe e seus atravessamentos quanto à liberdade, corpo, autoconhecimento, LGBTQI+ (direitos, preconceitos, auto-aceitação)

A sala será dividida em grupos e cada grupo irá responder questões sobre o curta: “Eu não Quero Voltar Sozinho“ e Melhores Cenas de “Hoje eu quero voltar sozinho”.

Após apresentar a sinopse e o roteiro de questões a ser respondido, será entregue uma cópia deste aos grupos e a seguir ocorrerá a exibição do filme. Se houver tempo, as questões começarão a ser respondidas em sala; caso não haja, a atividade deverá ser realizada extra-classe pelos grupos.

AULA 7
LGBTQIAP+: Direito de ser quem se é/quem quiser

Os grupos apresentarão as respostas decorrentes da conversação sobre o filme. O professor problematizará e conduzirá as reflexões partilhadas.

AULA 8
Gênero, Sexualidade e Raça na construção das identidades

Apresentação das atividades avaliativas (podcasts, peças, músicas, paródias, artes visuais, cordéis, vídeos, etc) e entrega da produção textual. Havendo tempo, pode-se pedir que um/a ou mais alunos/as leia o seu texto.

Recursos Necessários

AULA 1 - Gênero como construção histórico-social
-Jogos de xadrez, bonecas, carrinhos, panela, bolas, joguinhos de cozinha, batom, chuteira, camiseta azul e camiseta rosa, baton, brinco, flores, etc...
- Quadro e pincel;
- Data show e computador;
- Música e Clip de Iza – Dona de Mim;
- Música: Meninos e Meninas – Legião Urbana;
- As frases a seguir deverão ser impressas e distribuídas entre
estudantes (ver observações)

AULA 2 - Gênero, sexualidade e raça na constituição das identidades juvenis
-Fotografias(imagens diversas) de pessoas de várias cores, classes
sociais e nacionalidades;
Vídeo: Empoderamento Estético e Consciência Racial | Nátaly Neri
(https://www.youtube.com/watch?v=iy1niabC1eQ)
Vídeo: Rita em 5 Minutos: Padrão de Beleza
(https://www.youtube.com/watch?v=fnq9oIefeSQ)
- Conceito de Identidade de Stuart Hall.

AULA 3 - Machismo, invisibilização das mulheres, violência contra as mulheres, masculinidade frágil
-Fita adesiva, pincel atômico e os mini-cartazes construídos em dupla pelxs estudantes;
- Livros didáticos de Filosofia e Sociologia; Computador, Datashow e caixinhas de som;
- Escritos dxs alunxs (feitos ainda na primeira aula) que tem uma relação mais direta com o tema dessa aula;
- Vídeo: Juíza – Porta dos Fundos
https://www.youtube.com/watch?v=nHcQOY-Rews
-Vídeo: Piranho – Porta dos Fundos.
https://www.youtube.com/watch?v=-tpSo_Hb4dM

AULA 4 - “Patriarcado e seus tentáculos”, Machismo, silenciamento das mulheres, relacionamentos abusivos, violência contra as mulheres e desafios decorrentes da projeção da “felicidade” em outra pessoa e abordagens afins.

- Escritos dxs alunxs (feitos ainda na primeira aula) que tem uma relação mais direta com o tema dessa aula;
- Gilmar Machado Barbosa. Ser Mulher. Charges violência contra mulheres, 08/06/ 2016.
https://gilmar.blogosfera.uol.com.br/2016/06/08/charges-violencia-contra-mulheres/
- Vídeos do Caso Mariana Ferrer
Caso Mari Ferrer: Vítima É Humilhada Durante Julgamento|Brasil Urgente
(https://www.youtube.com/watch?v=Jtzkwz7Dbjk)
Caso Marri Ferrer: O patriarcado na justiça – Jana Viscardi (https://www.youtube.com/watch?v=Na-G6Y57CwI)

AULA 5 - Relações de gênero e divisão das tarefas de cuidado
Trechos selecionados do Relatório "Tempo De cuidar: O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade. Documento Informativo da OXFAM - Janeiro De 2020. Disponível em: https://www.oxfam.org.br/justica-social-e-economica/forum-economico-de-davos/tempo-de-cuidar/

AULA 6 - Abordagem interseccional de Gênero, sexualidade, raça e classe e seus atravessamentos quanto à liberdade, Corpo, autoconhecimento, LGBTQI+ (direitos, preconceitos, autoaceitação)

-Curta: “Eu não Quero Voltar Sozinho“
(https://www.youtube.com/watch?v=1Wav5KjBHbI)
-Melhores Cenas de “Hoje eu quero voltar sozinho”
(https://www.youtube.com/watch?v=13yGaYMAnck&t=315s)

AULA 7 - LGBTQIAP+: Direito de ser quem se é/quem quiser
Roteiros dos grupos com as questões respondidas sobre os filmes apresentados na aula anterior.

AULA 8 - Gênero, Sexualidade e Raça na construção das identidades
Computador e Data show e materiais que eventualmente forem solicitados pelxs estudantes a partir daquilo que forem
apresentar.


Duração Prevista

8 aulas de 1 hora cada

Processo Avaliativo

Ficha avaliativa a qual deverá se orientar a partir de um barema, que entre outros elementos que educadorxs considerarem relevantes, deve contemplar:
-Criatividade;
-Relevância do conteúdo abordado para o tema em questão;
-Capacidade de síntese;
- Capacidade de atuar em equipe.

Observações

FRASES MACHISTAS

-Edir Macedo aparece nas redes sociais justificando porque não deixou que as duas filhas fizessem faculdade. O líder da Igreja Universal do Reino de Deus declarou que Cristiane e Viviane, caso cursassem o ensino superior, seriam as “cabeças” do relacionamento – liderança que, segundo o dono da Record TV, é papel do homem.

“Você vai fazer até o ensino médio. Depois, pode fazer faculdade. Mas, até o seu casamento, você vai ser apenas uma pessoa de ensino médio. Se a Cristiane fosse doutora e tivesse um grau de conhecimento elevado e encontrasse um rapaz que
tivesse um grau de conhecimento baixo, ele não seria o cabeça. Ela seria a cabeça”(Edir Macedo).

“Você deveria ter sido linda quando era mais nova” Isso é sinal que agora eu não sou mais linda. Sempre quando alguém fala isso para mim, olho para o espelho e fico me
imaginando mais nova. Ao ver as marcas da velhice no meu rosto, me bate uma tristeza...(Cleide Ribeiro, 55 anos, cabeleireira).

FRASES FEMINISTAS

- “Educar e estudar é um dever revolucionário!” (bellhooks)

-“Se eu luto contra o machismo, mas ignoro o racismo, eu estou alimentando a mesma estrutura” (Djamila Ribeiro).

-“Precisamos encorajar mais mulheres a se atreverem a mudar o mundo” (Chimamanda Ngozi Adichie)

Anotações complementares:

Os papéis a serem entregues para estudantes escreverem podem ser de cores variadas, mas sempre do mesmo tamanho. Para garantir a não identificação(manter privacidade e estimular a liberdade de expressão), apenas o/a professor/a deve ler/ver os escritos.

 

ANEXOS:

 

HOMEM DE BOA FÉ, NÃO BATE EM MULHER
Da série Semana da Mulheres...
Alideia Oliveira Rodrigues - Professora, Feminista, Mestranda do PPGELS -UNEB
(Escrito em 2015)

VOCÊ QUE SE ACHA O MACHO,
E VIVE BATENDO NO PEITO.
QUE CANTA EM CASA DE GALO;
E QUE É O TAL SUJEITO,
QUERO SABER SE É BOM MESMO
OU SE ISTO É PRETEXTO.

PRETEXTO PARA ESCONDER,
O QUE ANDA FAZENDO COM A MULHER,
USANDO DE VIOLÊNCIA, FÍSICA, PSICOLÓGICA
BATE COM MÃO,COM PÉ,COM O QUE TIVER,
FERINDO DE VÁRIAS MANEIRAS

A QUEM LHE ACHAVA DE BOA FÉ.

E CHEGA EM CASA MACHÃO,
GRITANDO COM VALENTIA!
ISSO É MACHEZA É NADA;
ISSO É PURA COVARDIA.
QUERO VER GRITAR COM UM HOMEM MAIOR QUE VOCÊ;
COM JUIZ, POLÍCIA OU LÁ NA DELEGACIA.

E QUASE SEMPRE FAZ ISSO,
NA FRENTE DAS CRIANÇAS;
FAZENDO UM REBOLIÇO;
TRAZENDO DESESPERANÇA;
E DIA A DIA DESEDUCANDO
QUEM PRECISA DE SEUBOM EXEMPLO
E DE SUA CONFIANÇA.

E AMEAÇA A MULHER,
DIZENDO TU É COITADA!
E ELA AS VEZES FICA QUIETA;
SEM FORÇA PARA ENCARAR A PARADA,
POIS TU DISSE QUE SE ELA REAGIR
“OS FILHOS, NÃO TE APOIAM EM NADA”.

MAS COITADO VAI SER TU,
QUANDO TEU DIA CHEGAR.
BASTA UM SINALZINHO SÓ;
PARA MARIA DA PENHA TE PEGAR;
AÍ QUERO VER VALENTIA, LÁ NA DELEGACIA;
QUANDO O DELEGADO TE ENCARAR.

ENTÃO, PORQUE NÃO MUDAR,
ENQUANTO AINDA HÁ TEMPO?
COMECE LOGO A PENSAR;

A DIMINUIR ESSE SOFRIMENTO;
POIS A VIOLÊNCIA MALTRATA OS OUTROS;
E NO FUNDO LHE TRAZ DESALENTO.

PROCURE RESPEITAR SUA COMPANHEIRA;
A QUEM CONVIVE COM VOCÊ E A SEUS FILHOS TAMBÉM;
VIOLÊNCIA SÓ PIORA TUDO;
E NAL FAZ BEM A NINGUÉM.
QUE TAL MELHORAR A CONVIVÊNCIA,
SENDO COMPREENSIVO, PARCEIRO E SENDO UM HOMEM DE BEM?

A VIDA É MUITO CURTA;
PARA SER TAL MAL VIVIDA.
ALÉM DO MAIS NINGUÉM SABE
O QUE NOS ESPERA NA OUTRA VIDA;
VAMOS APROVEITAR A CHANCE DE VIVER BEM.
QUER APROVEITAR ESTA CHANCE OU PREFERE VÊ-LA PERDIDA?

 

JOÃO E MARIA – ALIDEIA OLIVEIRA RODRIGUES - JULHO 2017

JOÃO: Ô MARIA, Ô MARIA, QUEM DISSE QUE EU TE QUERIA?...
EU QUERIA MESA PRONTA E CAMA FEITA TODO DIA...
Ó MARIA, Ó MARIA , QUEM DISSE QUE EU TE QUERIA
E U QUERIA UMA MULHER À MINHA DISPOSIÇÃO...
BASTA FAZER O QUE EU MANDAR E NÃO PRECISA PENSAR NÃO... BASTA FAZER O QUE EU MANDAR E NÃO PRECISA
PENSAR NÃO...
Ó MARIA, Ó MARIA , QUEM DISSE QUE EU TE QUERIA, EU QUERIA CASA LIMPA, CASA LIMPA TODO DIA...
JOÃO: MARIA, Ó MARIA MARIA NÃO PRECISA SE PREOCUPAR.
PARA ME AGRADAR É SÓ FAZER O QUE EU MANDAR

MARIA: Ó JOÃO, Ô JOÃO, QUEM DISSE QUE EU TE QUERIA...EU QUERIA ME LIVRAR DA BRABEZA DO PAPAI
EU QUERIA ERA PEGAR UMA LINHA E ESCAPOLIR, O JOÃO EU ME CASEI PRA DE CASA EU FUGIR
Ô JOÃO, Ô JOÃO, QUEM DISSE QUE EU TE QUERIA...EU QUERIA LIBERDADE PARA VIVER TODO DIA
BRIGAS DO PAI TODO DIA...

JOÃO: Ô MARIA Ô MARIA QUEM DISSE QUE EU TE QUERIA..
EU QUERIA CASA LIMPA E ROUPA LAVADA TODO DIA...
MARIA: MAS Ó JOÃO, Ó JOÃO... EU NÃO TE QUERIA NÃO...EU QUERIA LIBERDADE LONGE DE PAI  E DE IRMÃO...
JOÃO::Ô MARIA Ó MARIA EU MUITO TE ELOGIAVA, MAS MARIA EU QUERIA AS ROUPAS QUE TU PASSAVAS..
MARIA:Ô João, ô João, mas o tempo enfim passou... E tu mudaste comigo...então brotou um amor!
Tu ágoras já me dengas, cuida e faz cafuné. Lava louça, oia os minino e posso ir onde eu quiser.
JOÃO: Ô MARIA, Ô MARIA, POIS ASSIM É BEM MIÓ! EU TE AJUDO E TU ME AJUDAS E ESTÁ CADA DIA MELHOR.
JOÃO E MARIA: PRA VIVER, PRA VIVER BEM, O SEGREDO É PARTILHAR: AS DORES E AS FLORES E TUDO QUE A VIDA
MANDAR! HOMEM NÃO PRECISA ACHAR QUE MANDAR VAI FAZER BEM! O BOM MESMO É PARTILHAR E SEGUIR
APROVEITAR A VIDA BEM

Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Edição 23. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Guacira Lopes Louro - Petrópolis, RJ. Uma perspectiva pós-estruturalista: Vozes, 1997.

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