Gênero e direitos das mulheres no ensino de Sociologia

Estado: Rio de Janeiro (RJ)

Etapa de Ensino: Ensino Fundamental II, Ensino Médio

Modalidade: Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional Tecnológica

Disciplina: Artes, Filosofia, Língua Portuguesa, Sociologia

Formato: Híbrido

Mestra em Sociologia em Rede Nacional pelo PROFSOCIO UNESP Marília; Pós-graduação (nível especialização): CESPEB/Modalidade Ensino de Sociologia - UFRJ; Pós-graduação (nível especialização) em Gênero e Saúde - UFF; Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais - UFRJ; Professora de Sociologia da SEEDUC RJ desde 2005; Fui Supervisora do PIBID UFRJ no Subprojeto Multidisciplinar do Núcleo Ciências Sociais e Filosofia no C. E. Antonio Prado Junior, de abril de 2018 a fevereiro de 2019; Fui bolsista pela FAPERJ na pesquisa "O grêmio e outros espaços-tempos de diálogo político da juventude contemporânea: possibilidades na educação escolar" (2015-2016), sob orientação da Prof. Dra. Miriam Soares Leite; Atuei como professora substituta no Colégio Pedro II em 2007-2008 (Unidade Humaitá) e 2012-2013 (Unidade Centro); Lecionei Sociologia no Instituo Pio XI (2009-2013); De abril de 2014 a julho de 2020 coordenei projetos na área de cinema e educação no NuCiNi - Prefeitura Municipal de Niterói.

Objetivos

Esta proposta de trabalho visa apresentar às professoras e professores que lecionam Sociologia na educação básica uma adaptação da metodologia Tela Crítica, de Giovanni Alves, como ferramenta pedagógica para a abordagem da temática “gênero e direitos das mulheres”. A partir da narrativa do filme Kbela, de Yasmin Thayná, serão relacionado conceitos e teorias de autoras das Ciências Sociais, abordando algumas das principais pautas do movimento feminista contemporâneo, inclusive algumas demandas do feminismo interseccional. Utilizando a referida metodologia, é apresentado o relatório de análise dos filme, ao qual é feito sob a perspectiva teórica do feminismo decolonial.

Conteúdo

Kbela é um filme que trabalha com metáforas simbólicas, mas que diversas vezes torna explicita a violência cotidiana vivida nos corpos de mulheres negras. Demonstrando uma notável preocupação com a fotografia e com a trilha sonora, o filme apresenta, de maneira sensível e poética, elementos que representam a cultura negra, como o canto iorubá, trazendo a discussão sobre a ancestralidade da população negra, representada na indumentária de origem africana, e a valorização da estética a partir dos cabelos crespos como forma de empoderamento das mulheres negras e como um ato de resistência contra o embranquecimento.

Metodologia

O objetivo primordial do Projeto Tela Crítica, segundo seu próprio idealizador, Giovanni Alves, é discorrer sobre problemas cruciais da sociedade burguesa por meio de filmes. Sendo assim, a proposta consiste num projeto pedagógico de Sociologia e cinema, no qual a arte está a serviço da consciência social crítica. A metodologia proposta no Tela Crítica tem como função pedagógica-política ressignificar as imagens em movimento, explicitando seu conteúdo crítico e habilitando as individualidades pessoais de classe - e aqui incluo também as de gênero e direitos das mulheres - a darem uma resposta humana positiva à barbárie do capital.

A metodologia Tela Crítica, na prática, consiste na operação crítico-hermenêutica que parte da estrutura fílmica para o arcabouço analítico. Isso quer dizer que, na análise do filme, podem-se apreender alguns subsídios narrativos particulares, objetos de interpretação hermenêutica. De acordo com Alves, eles compõem o todo da estrutura narrativa do filme e contêm um complexo de sugestões temáticas. Muitas vezes, os elementos narrativos são detalhes particulares de situações do cotidiano inscritas em cenas significativas do filme, ou aspectos essenciais da personalidade de personagens que compõem a narrativa fílmica. Portanto, é importante discriminar, numa análise fílmica, as cenas significativas e as personagens-chave com relação ao eixo temático estruturante da narrativa.

O autor diz ainda ser importante situar o filme no conjunto das obras do diretor, no caso deste trabalho, das diretoras e/ou de seus respectivos grupos e/ou coletivos, para depois situá-lo no interior do gênero fílmico do qual provêm (ficção, documentário etc.), além do valor dos argumentos apresentados, a estrutura narrativa, o eixo temático essencial, o complexo de subtemas e os elementos significativos do filme.

Segundo Alves, é a partir da totalidade concreta mais ampliada que se pode apreender o sentido, o significado e a perspectiva daquilo que é transmitido. Contudo, adverte Alves, o significado de uma obra fílmica não se esgota pelas intenções de seu autor, pois novos significados podem ser extraídos do filme conforme a temporalidade histórico-cultural no interior da qual estão inseridos os sujeitos-receptores.

Alves sugere distinguir debate crítico de análise crítica do filme: o primeiro seria a realização de debate pós-exibição para ilustrar uma aula, conceito ou tema, enquanto o princípio pedagógico do Tela Crítica seria a análise crítica no sentido pleno da palavra, isto é, um exercício que pressupõe um tratamento crítico mais intensivo e extensivo do filme. Para isso, apresenta-se sob uma dinâmica que exige muitas horas disponíveis de preparação por parte da professora e de estudantes, como também de sua execução, como, por exemplo, a exibição repetida do mesmo filme por três vezes, cada qual com uma finalidade específica.

Recursos Necessários

1) Para atividades presenciais: sala esquipada para projeção audiovisual; Pacote de acesso a internet que permita entrar nas plataformas, onde estão hospedados os filmes (presencial e/ou híbrido); textos impressos (presencial) ou em arquivos de pdf (híbrido);

2) estudantes de licenciatura em Cinema e/ou Sociologia;

Duração Prevista

8 encontros com duração de 2 horas cada.

Processo Avaliativo

Produção de relatórios de análises de filmes a serem escolhidos por professoras e professores.

Observações

A formação é voltada para professoras e professores.

Referências Bibliográficas

ALVES, Giovanni. Tela Crítica - A Metodologia. São Paulo: Práxis, 2010.
RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
_______________ . SUR 24 - v.13 n.24 • 99 - 104 \| 2016, diponível em: https://sur.conectas.org/wp-content/uploads/2017/02/9-sur-24-por-djamila-ribeiro.pdf acessado em 8 de dezembro de 2019.
_______________ . O que é lugar de fala? Belo Horizonte (MG): Letramento, 2017. Coleção: Feminismos Plurais.
XAVIER, Giovana (org.). Catálogo Intelectuais Negras Visíveis [livro eletrônico]. Rio de Janeiro: Malê, 2017. Disponível em: https://www.intelectuaisnegras.com/copia-vista-nossa-palavra-flip-2016

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