Objetivo geral: Analisar as estruturas patriarcais presentes na sociedade brasileira que promovem a discriminação e as diversas formas de violência contra as mulheres.

Objetivos específicos a partir da BNCC:
(EF09HI23) Identificar direitos civis, políticos e sociais expressos na Constituição de 1988 e relacioná-los à noção de cidadania e ao pacto da sociedade brasileira de combate a diversas formas de preconceito, como o racismo.
(EF09HI24) Analisar as transformações políticas, econômicas, sociais e culturais de 1989 aos dias atuais, identificando questões prioritárias para a promoção da cidadania e dos valores democráticos.
(EF09HI26) Discutir e analisar as causas da violência contra populações marginalizadas (negros, indígenas, mulheres, homossexuais, camponeses, pobres etc.) com vistas à tomada de consciência e à construção de uma cultura de paz, empatia e respeito às pessoas.
(EF09HI36) Identificar e discutir as diversidades identitárias e seus significados históricos no início do século XXI, combatendo qualquer forma de preconceito e violência.

Redemocratização e construção da cidadania brasileira:
* A Constituição de 1988 e a emancipação das cidadanias (analfabetos, indígenas, negros, jovens etc.);
* A história recente do Brasil: transformações políticas, econômicas, sociais e culturais de 1989 aos dias atuais;
* Os protagonismos da sociedade civil e as alterações da sociedade brasileira;
* A questão da violência contra populações marginalizadas;
* O Brasil e suas relações internacionais na era da globalização.

1ª aula - Atividade inicial: Musica Camila da Banda Nenhum de Nós, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Uv93BI1pQGE.
A proposta da atividade é que os alunos e as alunas escutem e leiam a letra da música e identifiquem o que lhes chama mais a atenção, esperando que eles observem que a letra relata uma relação abusiva contra “Camila”, identificando então a violência contra a mulher.

2ª aula – Promover a discussão com os/as estudantes sobre os conceitos: identidade, diversidade, cidadania, gênero, feminismos e violência de gênero.

Nesta segunda aula a sugestão é que a partir das discussões levantadas pela música Camila a/o docente possa explicar aos estudantes os conceitos chaves para o entendimento deste projeto: gênero, feminismos e violência de gênero. Importante levar em consideração os conhecimentos já adquiridos pelos educandos, buscando ampliá-los, quando não, desmistificar pré-conceitos principalmente quando às questões gênero.

3ª aula – Debater quais são as formas de violência contra a mulher, discutir quais são as formas que eles mais conhecem e que já presenciaram no cotidiano.

Localizar através do Atlas da violência no Brasil quais são os principais índices sobre a violência de gênero contra as mulheres no Brasil. Analisar os dados coletados e realizar a tabulação desses dados em grupos para socialização dos mesmos.

Com esta atividade muitos dados importantes para a análise poderão ser evidenciados, pode-se chamar a atenção para as diferenças dos índices de violência nas diferentes regiões do Brasil, como a questão de etnia/raça e classe social também impacta esses números, além de questionar porque somos um país com índices tão altos de violência contra as mulheres.

4ª aula - Investigar através dos sites institucionais dos governos, de organizações que trabalham com os direitos das mulheres e dos conselhos das mulheres quais são as formas de prevenção/proteção contra a violência de gênero, com foco na violência contra a mulher. Após esta investigação formular um quadro com as violências mais presentes no cotidiano brasileiro e as ações para o combate das mesmas (essas ações podem ser as encontradas nas pesquisas e as que podem surgir a partir do debate dos alunos e alunas);

5ª aula – Os alunos serão convidados a assistir a vídeos que explicam as violências de gênero. Organizar uma roda de conversa com algum profissional da rede de atendimento do município que possa explicar quais são as ações tomadas pelo poder público quanto ao combate e prevenção às violências de gênero (assistente social, promotora ou juíza, delegada/o, presidente do conselho da mulher).

Os alunos podem ser convidados a realizar a escrita de um texto com o tema: "Ninguém solta a mão de ninguém, as ações para a promoção de uma sociedade que respeite todos e todas".

Valorizar a promoção de práticas educativas, como palestras, sobre a violência de gênero que podem ser ministrados pelos concluintes do Ensino Fundamental para os demais alunos e alunas das unidades escolar, ou para os demais membros da comunidade escolar.

Material para reprodução de textos (papel sulfite e fotocópia); recursos audiovisuais; acesso a computador e rede de internet para pesquisa.

O projeto poderá ser desenvolvido entre 6 a 10 aulas de 45 minutos cada, dependendo das atividades desenvolvidas e da possibilidade de realizar palestras.

Os/as alunos podem ser convidados a realizar a escrita de um texto (redação ou crônica) com o tema: "Ninguém solta a mão de ninguém, as ações para a promoção de uma sociedade que respeite todos e todas".

► Sugestão de atividades:

Uma sugestão seria convidar algum membro do Conselho da Mulher do município para conversar com os/as estudantes sobre as ações de enfrentamento das violências contra as mulheres na cidade.

Caso o município tenha Delegacia da Mulher a sugestão é convidar o/a delegado/a para conversar com os/as alunos/as sobre as principais formas de violências contra as mulheres na cidade e sobre o papel da instituição policial nesses casos; Discutir a Lei Maria da Penha nas escolas: http://www.generonumero.media/maria-da-penha-escolas/ https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/1806-9584-2020v28n260485.

O projeto pode ser ampliado com a ajuda do docente de Língua Portuguesa, podendo nesta aula ser proposta a leitura do livro Eu sou Malala que narra à história da jovem paquistanesa que enfrentou os terroristas para conseguir estudar (há várias versões do livro, aqui sugiro: YOUSAFZAI, Malala. Eu sou Malala: Como uma garota defendeu o direito à educação e mudou o mundo. Ed. juvenil. São Paulo: Seguinte, 2015).

► Sugestão de vídeos:

• Turma da Mônica clássica em “Juntos pela Igualdade”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2iSk3DVvlYk&feature=emb_logo. Acesso em: 01 nov. 2020.

• Turma da Mônica Jovem em “Papo reto”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OpFLQt7JELo&feature=emb_logo. Acesso em: 01 nov. 2020.

• Papo Saúde – Violência de Gênero. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_TljnIZMVZE. Acesso em: 01 nov. 2020.

• Série Fala Direito Comigo: violência de gênero. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=U3qR8IYetVE. Acesso em: 01 nov. 2020.

• Empoderamento das mulheres. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6RSc_XYezig. Acesso em: 01 nov. 2020.

ASSIS, Maria Elisabete Arruda de; SANTOS, Taís Valente dos (Org.). Memória feminina: mulheres na história, história de mulheres. Fundação Joaquim Nabuco. Recife: Editora Massangana, 2016. Disponível em: https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2017/03/Mem%C3%B3ria-feminina-mulheres-na-hist%C3%B3ria-hist%C3%B3ria-de-mulheres.pdf. Acesso em: 25 nov. 2020.

OLIVEIRA, Susane Rodrigues. Violência contra mulheres nos livros didáticos de História (PNLD 2018). Rev. Est. Feministas. v. 27, n. 3. Florianópolis, 21 out. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2019000300211&tlng=pt. Acesso em: 25 nov. 2020.

HOOKS, bell. Teoria Feminista: Da margem ao centro. Trad. Rainer Patriota. São Paulo: Perspectiva, 2020.

ATLAS da violência 2020. Ministério da Economia. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/24/atlas-da-violencia-2020. Acesso em: 01 nov. 2020.

Cada professor/a pode incluir aqui a referência dos livros didáticos e paradidáticos utilizados pela sua rede de ensino.