Foram realizadas rodas de conversa, escuta, discussão e reflexão, motivadas pela oportunidade de combater o racismo e outras discriminações, promovendo a positivação da saúde mental dos adolescentes e jovens e a melhora da autoestima.

Os Facilitadores, o Público-alvo, Palestrante convidado (opcional).

As atividades/ações basearam-se nas seguintes finalidades:
– Resgate da cultura afro-brasileira e a difusão dos costumes e tradições africanas;
– A conservação e aprimoramento da tradição e da cultura yorùbá, por meio de palestras e orientações e incentivo ao desenvolvimento de pesquisas visando resgatar o conhecimento da história e cultura afro-brasileira;
– Intermediar junto aos órgãos públicos e associações locais públicos a interlocução para o atendimento dos anseios das comunidades em alto risco de vulnerabilidade, em especial os adolescentes e jovens afrodescendentes;
– Promoção do ensino da história e cultura afro-brasileira, em concordância com a Lei 10.639/03;
– Organização de ações culturais direcionadas a cultura e história africana e afro-brasileira;
Incentivo à arte, cultura e educação.

O projeto justifica-se por oportunizar a difusão da valorização do negro na formação cultural da nação brasileira, além disso, justifica-se por relacionar o cuidado à saúde mental do público-alvo a ser atingido. As discriminações, em especial étnico-raciais, incidem de diferentes formas quando observado do ponto de vista etário, sendo relevante na adolescência e juventude, causando impactos subjetivos de maior gravidade. Por isso, entendemos ser pertinente a disseminação da cultura africana, para favorecer a consolidação da identidade e da autoestima do adolescente e jovens afro-brasileiros, através do reconhecimento de sua ascendência, muitas vezes imperceptível e invisibilizada em nossa sociedade.

As atividades foram realizadas nas instituições públicas de ensino ou nas sedes de associações parceiras localizadas nas regiões periféricas do município.
As principais motivações eram desfazer preconceitos de forma deliberada, deliberada promovendo a igualdade de oportunidades e implementação nos grupos escolares de práticas que valorizem culturas historicamente marginalizadas. Em outras palavras, objetiva-se o resgate da memória étnico-racial, ligada, entre outras coisas, aos temas da identidade e diversidade cultural, promovendo desta forma a positivação da saúde mental de adolescentes e jovens em condição de vulnerabilidade social.

A maioria das atividades foi desenvolvida na cidade de Cubatão. O município tem o maior número de habitantes negros (pretos e pardos) autodeclarados, tanto na Região Metropolitana da Baixada Santista como no Estado de São Paulo, quando considerado o mesmo número de habitantes e também, pelo fato de a cidade ter mais da 60% da população residente em áreas marginalizadas e/ou periféricas e invadidas. Inicialmente, apresentamos a proposta na Secretaria de Cultura, e desenvolvemos em “in loco”, ou seja, nas escolas da rede pública de ensino”, sempre na dinâmica de roda de conversa, rodas de escuta e ações culturais práticas, tendo como “pano de fundo” o combate ao racismo, o incentivo a potencialização da autoestima, baseada em exemplos de personalidades negras de destaque na sociedade. Posteriormente, com o fim da parceria com a Secretaria de Cultura, o projeto se mantém, em parceria com associações de classe, projetos sociais e outros com interesses na mesma causa.

As dificuldades foram na questão da abordagem da religiosidade dentro das culturas negras, preferimos nos podar, o que se caracterizou como um erro, pois foi essa uma grande contribuidora para a disseminação da cultura africana na sociedade brasileira.

Primeiro, a praticar a escuta e entender que, muitas vezes, mesmo que inconscientemente, praticamos a comunicação violenta, contribuindo cada vez mais para o isolamento de um público em alta vulnerabilidade, que precisa de acolhimento. Vivemos em uma cidade, onde o índice de intolerância religiosa, ainda é muito alto, e quando falamos em culturas negras a religiosidade é muito aflorada e, muitas vezes, deixamos nos podar. O que poderíamos ter feito diferente é ter criado (pensado, planejado) estratégias eficazes para o enfrentamento.

Livro:

BISPO, Alexandre Araújo; BEVILACQUA, Juliana Ribeiro da Silva; SANTOS, Renata Aparecida Felinto dos. Cultura Afro. São Paulo: DCL, 2010.
Artigos Online:
2. CARVALHO, Tamires de. Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais Mc’s. Disponível em: https://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-sobrevivendo-no-inferno-dos-racionais-mcs/. Acesso em: 27 dez. 2021.

DAMASCENO, Rafaela. Entre o ritmo e a poesia: um mergulho na história do rap. Disponível em: https://www.letras.mus.br/blog/historia-do-rap/. Acesso em: 16 dez. 2021.
ROCHA, Camila. A influência dos Racionais MCs no ativismo da periferia. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/08/25/A-influ%C3%AAncia-dos-Racionais-MCs-no-ativismo-da-periferia. Acesso em: 18 dez. 2021.
Músicas no YouTube:
5. Arte Negra. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x7QoLwuncfg&list=PL3R2o8zv11_Cz_v1PyTzSi81jyxu1SoS-. Acesso em: 2023.

Kizomba Festa da Raça. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XiwR7b_herA. Acesso em: 2023.
Zé do Caroço. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hSXIO0t4OlQ. Acesso em: 2023.
Dia de Graça. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MyAsM8v0x08. Acesso em: 2023.
100 Anos De Liberdade – Realidade Ou Ilusão? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zZa0ExQ4bEk. Acesso em: 2023.