Cultura afro-brasileira e indígena na Educação Infantil
Estado: Paraná (PR)
Etapa de Ensino: Educação Infantil - Creche
Modalidade: Educação Regular
Disciplina:
Formato: Presencial
Sou educadora e atuo em um CMEI etapa da Educação Infantil, 0 a 3 anos. Meu foco maior é no estudo das infâncias e com leituras de apropriação tenho tensionado a importância de refletirmos sobre infâncias plurais. Participo de um grupo no Instagram que discute a educação infantil aqui na minha cidade. Gosto do brincar lá fora, do contato com a natureza e com diferentes materiais na minha prática pedagógica.
A experiência
Levar para sala referência leituras com personagens protagonistas indígenas e negros, compartilhar a cultura desses povos, afirmar positivamente a identidade de crianças negras e indígenas com, por exemplo, imagens, bonecas, abordagem sobre tipos de cabelo.
Pessoas envolvidas
Crianças de dois a três anos, turma de Infantil 3.
Relato de experiência
Durante o ano, são feitas leituras de histórias que tenham personagens negros e indígenas, com a preocupação de que os autores tenham comprometimento com a educação para as relações étnico-raciais.
Nas paredes da sala de aula, as imagens trazem diferentes raças e culturas que temos no nosso país. Na educação infantil, nós temos atividades de atenção pessoal que inclui o cuidado com os cabelos das crianças. Antes, tínhamos apenas uma escova e um creme, agora temos vários para atender aos diferentes cabelos da sala, com intuito de que as crianças sejam empoderadas de sua beleza.
Estratégias adotadas
O caminho que adotei sempre inicia na leitura de histórias significativas. As leituras são de deleite para que tragam prazer e formação de leitores. Porém, a identificação da criança negra em um personagem com um enredo convidativo, constrói a identidade de forma significativa. A partir daí, as crianças são convidadas a entrar em contato com repertórios das culturas africanas e indígenas, com pintura com tintas naturais, musicalização, comidas, etc. O que levei em consideração é que a educação é parte fundamental no combate ao racismo, mas, muitas vezes, essa prática não é feita, seja por desconhecimento, falta de formação e pelo racismo estrutural.
Dificuldades encontradas
Resistência das colegas de outras salas que ainda discursam que estas práticas ao invés de combater reforçam ainda mais o racismo. Falta de livros, falta de formação. Busquei o meu conhecimento por iniciativa própria.
Principais aprendizagens
Embora ainda bem pequenas, as crianças passaram a reproduzir em suas brincadeiras, suas ações, as histórias e as práticas propostas em sala. Uma vez, vi duas meninas brincando de salão de beleza, respeitando o cabelo da outra e tratando com carinho o cabelo crespo, ondulado e cacheado. As crianças não nascem racistas, somos nós adultos que ensinamos a elas. O que poderia ser feito diferente, creio que é ampliar ainda mais meu repertório para contemplar as diferentes culturas.
Referências bibliográficas
Movimento Negro Educador, por Nilma Lino.
Branquitude Crítica e Branquitude Acrítica, por Lourenço Cardoso.
O Pacto da Branquitude, por Cida Bento.
Um Curumim, uma Canoa, por Yaguare Yama.
Curumim, por Tiago Hakiy.
Cada um com seu Jeito, Cada Jeito é de um, por Lucimar Rosa Dias.
Canções: Amawole, Funga Alafia, Tangara Mirim.