Desigualdade de Gênero e Teatro do Oprimido: (re)escrevendo narrativas.

Estado: São Paulo (SP)

Etapa de Ensino: Ensino Médio

Modalidade: Educação de Jovens e Adultos

Disciplina: Artes

Formato: Presencial

Especialista em Educação de Jovens e Adultos pelo IFSP. Realiza mestrado em Psicologia da Intervenção, com tema sobre a ausência à escuta. Além da experiência com ONGs, realiza Teatro do Oprimido há dez anos. Possui interesse especial por temas como: questões de gênero, sexualidade, intolerância religiosa e etnia.

Objetivos

Objetivo geral: 

Discutir, por meio da estética do oprimido, a necessidade de práticas cotidianas de enfrentamento à desigualdade de gênero. 

Objetivos específicos:

Realizar jogos teatrais e dramatizações voltadas sobre igualdade de gênero; 

Mobilizar práticas em teatro do oprimido para refletir sobre intervenções acerca da igualdade de gênero.

Conteúdo


  1. Conceito de esquete;

  2. Teatro do Oprimido;

  3. Oficinas de Teatro: Jogos e dramatização;

  4. Teatro do Oprimido e Tipologias;

  5. Atividades de Intervenção;

  6. Atividades de intervenção;

  7. Atividades de intervenção;

  8. Desfecho.

Metodologia

 

1. Iniciar a aula por meio de uma reflexão sobre situações cotidianas em torno das relações de gênero e uma esquete teatral. O educador pode apresentar à turma a proposta da simulação de alguma situação cotidiana em que se discuta as relações de gênero pelo viés da igualdade. Ex.: turma, vamos pensar em situações cotidianas que a desigualdade de gênero surge de forma naturalizada. Imaginem situações em que um casal tem afazeres domésticos para realizar.  Quem começa? O que as mulheres fazem logo quando chegam ao serviço? E o marido, o que faz quando chega em casa? Quem vai lavar a louça e realizar os serviços domésticos? Cuidar das crianças? E se a mulher reclamar e pedir ajuda ao marido?

  • Importante: se o educador não se sentir confortável em propor a esquete e/ou se perceber que a turma não se sente à vontade para realizar a atividade deste modo, a simulação pode ser substituída por um vídeo. Sugestão: Campanha Call - Instituto Maria da Penha (https://www.youtube.com/watch?v=A6CslhHgTrA)


2. Problematização: escrever na lousa o tema da aula “Qual é o gênero da igualdade?”. A partir da simulação e/ou do vídeo, propor uma roda de conversa para debater as contribuições propostas e apresentar conceitos relevantes: gênero, igualdade, desigualdade, violência. O docente pode, inclusive, mediar a roda de conversa por cartões com essas palavras e receber sugestões do grupo. 

 

3. Ação: relacionar a situação problema a vivências exploradas pelo teatro do oprimido e explicar que por meio das técnicas teatrais podemos entender dinâmicas de desigualdade e opressão, inclusive, de gênero. Apresentar a técnica emjogo da “Princesa e do Dragão” que consiste em organizar a turma em duplas, imaginar uma floresta como parte do espaço e propor necessidades às duas personagens. 

  • Princesa: essa personagem quer apenas passear no bosque. 

  • Dragão: quer assustar a princesa. 


 

Formar as duplas, por meio da escolha espontânea e voluntária da turma. A própria dupla decide quem será a Princesa e  quem será o Dragão. Inicie a atividade com as duplas: a Princesa tentando passear no bosque e o Dragão, importunando. Após a descontração, questionar quais foram os critérios de escolha da dupla, determinando quem seria a Princesa e quem seria o Dragão. Questionar também como ambos se sentiram ao longo da atividade, relacionando com o vídeo/ esquete teatral e em especial a situações cotidianas de desigualdade de gênero.  

 

4. Apresentação da proposta de elaboração de uma Cartilha Coletiva sobre Desigualdade de Gênero. Para tal, apresentar possibilidades de leitura. Debater com a turma. E em seguida, acordar uma produção individual para ser incorporada a essa cartilha. Logo, os estudantes vão escrever textos, individualmente, sobre  a temática, Desigualdade de Gênero, tendo como suporte: as vivências em aula; as leituras realizadas durante a aula e os textos indicados. Sugestões de leitura:

 

 

5. Leitura dos textos produzidos: os estudantes farão a leitura dos textos em voz alta e todos participaram ativamente, por meio do levantamento dos pontos positivos do texto e também de sugestões sobre possíveis pontos de melhoria. 

 

6. Teatro do Oprimido e Tipos Estéticos: a  cada aula, apresentar outras vertentes do Teatro do Oprimido, como, por exemplo, Teatro Imagem, Teatro Jornal e Teatro Fórum. Fomentar as apresentações por meio de esquetes como no primeiro encontro, vídeos, dramatizações e ou leituras dramáticas que aproximem o tema às atividades. Utilizar a sequência didática proposta: teoria, conceito, explanação, ação (vídeos ou esquetes/ simulação), leitura e  escrita como um contínuo processo na elaboração da cartilha.

 

7. Montagem da cartilha: por meio de fotos dos textos, recortes de revistas e colagens os estudantes serão orientados a elaborar uma cartilha, coletivamente, com o material produzido em aula.

Recursos Necessários

Notebook

Celular

Cadernos

Canetas

Sala de aula

Duração Prevista

Nove encontros durante três meses.

Processo Avaliativo

Avaliar o engajamento, participação e as devolutivas durante o desfecho da atividade

Observações

O Teatro do Oprimido parte de conceitos e metodologias freireanas, o que está intimamente ligado ao currículo e propostas da Educação de Jovens e Adultos – EJA. Temas geradores como trabalho, renda, situações de opressão e desigualdade social são abordados em esquetes, peças teatrais e cursos do Teatro do Oprimido. A noção inclusiva, adotada por Augusto Boal, de que todos nós somos “espect- atores”, ou seja, espectadores e atores ao mesmo tempo, favorece a participação ativa dos cursistas em escolas, entidades e associações dos mais diversos tipos. Ao pensar no ambiente escolar, o Teatro do Oprimido tem um papel político e formativo que auxilia a reflexão sobre as questões contemporâneas, bem como favorece a desinibição e  a facilidade de comunicação e  expressão dos participantes.

Referências Bibliográficas

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