Oficina temática: Direitos das mulheres
Estado: Bahia (BA)
Etapa de Ensino: Ensino Médio
Modalidade: Educação de Jovens e Adultos, Educação Regular
Disciplina: Biologia, Geografia, História, Língua Portuguesa, Matemática, Sociologia
Formato: Presencial
Docente na UFSB. Doutora em Educação pela USP. Mestra em Educação pela UFU. Especialista em Direitos Humanos pelo CLACSO. Graduada em Direito pela UFU. Graduada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Coordenadora de projetos e programa de extensão em Direitos Humanos em perspectiva interseccional, intercultural e antirracista. Atuou como servidora pública na Secretaria da Educação de SP de 2012 a 2018. Atuou como pesquisadora e voluntária em projetos no sistema prisional e socioeducativo, militante pelo direito à educação.
Objetivos
Conteúdo
- Gênero, identidade de gênero e raça;
- Estereótipos e marcadores sociais da diferença;
- História da Maria da Penha, que dá nome à Lei 11340/2006, a partir do livro "Sobrevivi, Posso contar";
- Masculinidades e enfrentamento à violência contra a mulher;
- Equipamentos e iniciativas públicas de proteção à mulher.
Metodologia
Perguntas problematizadoras:
O que é ser homem? O que é ser mulher? O que é ser homem trans? O que é ser mulher trans? O que é ser homem negro? O que é ser mulher negra?
Discussão de estereótipos e marcadores sociais da diferença, a partir de uma atividade de desenho coletivo com 2 grupos, em que um discute e representa em um papel pardo (com colagens, desenhos e frases) o que é ser mulher e o outro sobre que é ser homem, com olhar interseccional (classe, raça, gênero, orientação sexual, saúde, idade, etc). Cada grupo socializa com todos a produção e debate.
2ª parte:
Apresentação de indicadores históricos e sociais de desigualdade de gênero, racial e social, com base em pesquisas do IBGE/PNAD, apontando conexões entre racismo e machismo.
A seguir debate sobre a história de Maria da Penha, que dá nome à Lei 11340/2006 e a um Instituto no Brasil, com base no livro "Sobrevivi, Posso contar". Nesta etapa, é importante correlacionar outras legislações ligadas aos direitos das mulheres na história mundial, nacional e ações locais, como a Lei do Feminicídio.
- Participação de colaboradora externa - defensora pública que atua no município atendendo homens julgados pela Lei Maria da Penha, a fim de trazer o olhar jurídico e social relacionado ao agressor e as necessárias ações pela construção de novas masculinidades e de enfrentamento à violência contra a mulher em todos os âmbitos. Distribuição de cartilhas gratuitamente disponíveis (exemplo: Defensoria). Interação e dúvidas.
- Identificação, em roda de conversa, dos equipamentos e iniciativas públicas conhecidas do grupo no território de proteção à mulher (como CRAM, assistência social, saúde, trabalho, cultura, sistema de justiça, etc), ao lado de campanhas e ações nacionais como "Chega de fiu fiu" e documentário "O Silêncio dos homens".
- Fechamento com a música e clipe da artista Elza Soares "Maria da Vila Matilde" e exposição dos cartazes feitos no início da oficina pelas paredes da escola.
Recursos Necessários
Duração Prevista
Processo Avaliativo
Observações
A atividade foi implantada, em 2019, na escola CIEPS (Porto Seguro, Bahia) no âmbito de projeto de extensão, articulado à pesquisa, por equipe docente e discente da UFSB, que contou com 12 encontros no total (semanais), com diferentes temáticas antirracistas, antimachistas e promotoras de direitos humanos em perspectiva intercultural. Pode ser necessário aumentar o tempo de atividade.
Referências Bibliográficas
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: . Acesso em 10 de agosto de 2020.
______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelecem diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: . Acesso em 10 de agosto de 2020.
______. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012. Estabelece Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. Disponível em: . Acesso em 10 de agosto de 2020.
______. Lei 11340, 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providênciashttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
______. Lei 13104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104.htm
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Direito à Educação, Diversidade e Educação em Direitos Humanos. In: Educação e Sociedade. Campinas, v. 33, n. 120, p. 715-726, jul.-set. 2012. Disponível em: . Acesso em 10 de agosto de 2020.
FREIRE, Paulo. Por uma Pedagogia da Pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. In: BRASIL. Educação Anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03. Brasília: MEC - Secretaria de Educação Continuada e Alfabetização e Diversidade, 2005, p. 39-62.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
______. Teoria Feminista: da margem ao centro. São Paulo: Perspectiva, 2019.
MAIA, Maria da Penha. Sobrevivi, posso contar. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2012.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Poderá o direito ser emancipatório? Revista Crítica de Ciências Sociais, 65, maio 2003, p. 3-76. Disponível em: . Acesso em 10 de agosto de 2020.
Sites:
https://www.letras.mus.br/elza-soares/maria-da-vila-matilde/
https://www.youtube.com/watch?v=6SWIwW9mg8s
https://www.geledes.org.br/
http://generoeeducacao.org.br/
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/genero/20163-estatisticas-de-genero-indicadores-sociais-das-mulheres-no-brasil.html?=&t=o-que-e
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/25223-mercado-de-trabalho-reflete-desigualdades-de-genero
https://www.institutomariadapenha.org.br/
http://chegadefiufiu.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4377.htm
http://defensoria.ba.def.br/portal/arquivos/downloads/cartilha_Lei_Maria_da_Penha.pdf
http://www.defensoria.ba.def.br/wp-content/uploads/2018/12/folder-conversando-sobre-masculinidades-web.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=NRom49UVXCE
https://www.uol.com.br/ecoa/reportagens-especiais/causadores-major-denise-santiago/index.htm