Aula 1: Gênero, república; democracia

1. Contextualizar os eventos e circunstâncias que levaram à proclamação da República no Brasil, evidenciando a ausência da participação feminina no evento e na historiografia sobre a época;
   


2. Compreender os impactos causados pela proclamação, sobretudo para as classes menos favorecidas da sociedade;
   


3. Aprender sobre o papel da mulher na sociedade da época.

Aula 2: Poder; coronelismo; mandonismo; gênero

1. Entender como as políticas de distribuição de terras e as relações de poder e de trabalho moldavam a sociedade nordestina no início da República;
   


2. Compreender as relações de trabalho a partir das divisões baseadas no gênero;
   


3. Aprender sobre o patriarcado, sua influência na família e na sociedade, e o poder exercido sobre as mulheres da época.

Aula 3: Poder; banditismo social; memória; identidade; violência, gênero

1. Compreender a relação entre o fenômeno da seca, as condições geográficas da região, e o surgimento do Cangaço;
   


2. Entender a influência do patriarcado e o papel da mulher na estrutura familiar na formação do cangaço.

Aula 4: Gênero; identidade, violência, memória

1. Entender como se deu a incursão de mulheres nos bandos;
   


2. Compreender a presença da violência de gênero nos bandos a partir do inconsciente feminino da época;
   


3. Conhecer as relações de poder existentes dentro dos bandos, sob a ótica da estrutura patriarcal de submissão feminina vigente;
   


4. Aprender sobre o protagonismo feminino e a quebra de paradigmas que a presença dessas mulheres causou dentro do cangaço.

Aula 5: Gênero. Memória, identidade, violência

1. Analisar as transformações que a presença feminina trouxe ao cangaço;
   


2. Entender as relações de gênero estabelecidas sob o código do cangaço;
   


3. Compreender as relações de poder estabelecidas entre as mulheres dentro da subcultura do cangaço, e como isso ajudou a modificar as regras de convivência nos bandos, uma vez incluídos dentro de uma cultura patriarcal mais ampla.

As Mulheres no Cangaço:
1 – Brasil na Primeira República;
1.1 – Revoltas na primeira República: Cangaço, uma guerra no Sertão.

Aula 1: A proclamação da República no Brasil.
Aula 2: O Nordeste brasileiro.
Aula 3: O nascimento do Cangaço.
Aula 4: A entrada das mulheres no cangaço.
Aula 5: A presença feminina no cangaço.

Aula 1: A proclamação da República no Brasil

• Leitura coletiva e individual do livro didático, com enfoque na contextualização histórica do evento;
  


• Análise de cópias de uma parte da notícia publicada no jornal Gazeta da Tarde do dia 15 de novembro de 1889;
  


• Debate em grupo para compreensão do contexto social e político do evento;
  


• Debate sobre a ausência de participação feminina na política, e sobre o papel social da mulher na época;
  


• Pesquisa individual sobre as intenções de incluir o voto feminino na primeira Constituição Republicana (1891);
  


• Exposição de slides com imagens e informações para orientação dos debates.

Aula 2: O Nordeste brasileiro

• Exploração dos conhecimentos prévios dos alunos através da atividade dinâmica Brainstorm (tempestade de ideias) sobre características do coronelismo;
  


• Apresentação de slides para apoio visual da exposição oral sobre a formação das oligarquias e surgimento do coronelismo no Nordeste;
  


• Exploração da história local: o coronelismo em Santana do Cariri CE.
  

Aula 3: O nascimento do Cangaço

• Apresentação do cordel “Codinome Lampião”, do autor Sandro Kretus para início do diálogo sobre o surgimento do cangaço e as suas principais características;
  


• Debate em grupo sobre as motivações políticas, sociais, econômicas e climáticas que favoreceram o surgimento do “banditismo social” no Nordeste, e localizar a presença feminina nesse contexto, relacionando o seu papel de mulher sertaneja aos códigos sociais impostos na época;
  


• Leitura compartilhada da poesia “Mulher Sertaneja” – Instituto Água Viva: discussão sobre os aspectos da vida de mulheres sertanejas, suas relações familiares e sociais, e as marcas dessas relações nas suas concepções sobre si mesmas.

Aula 4: A entrada das mulheres no cangaço

• Vídeo documentário: Feminino Cangaço – produzido pelo Centro de Estudos Euclides da Cunha (CEEC);
  


• Roda de conversa para debate sobre o documentário e leitura do texto “Mulheres no Cangaço: sertanejas, mulher-macho e corpos dóceis” (Caroline de Araújo Lima) para orientação do debate.

Aula 5: A presença feminina no cangaço

• Apresentação do filme “Corisco e Dadá” de 1996, dirigido por Rosemberg Cariry;
  


• Proposta de atividade final, a ser realizada em duplas: realização de uma entrevista com mulheres idosas da comunidade, que possuam memórias vividas ou contadas do coronelismo na cidade.

Esta sequência didática foi desenvolvida seguindo as indicações de tempo/aula abaixo. A previsão pode ser para mais, ou para menos, a depender do envolvimento da turma durante os debates propostos.

Aula 1: 2h/aula
Aula 2: 2h/aula
Aula 3: 2h/aula
Aula 4: 2h/aula
Aula 5: 2h/aula

Aula 1:

A avaliação dessa aula será realizada mediante participação da/do aluna/aluno na aula, sua capacidade de argumentação, envolvimento e respeito pelo tema. A pesquisa que será apresentada na aula seguinte também servirá de item avaliativo, onde será julgado a capacidade de síntese e interpretação crítica da/do estudante.

Aula 2:

A avaliação dessa aula acontecerá através da participação das/dos alunas/alunos, suas relações interpessoais e desempenho nas atividades propostas, além do respeito pelo tema demonstrado no decorrer da aula.

Aula 3:

Para a avaliação dessa aula será observado o desempenho das/dos estudantes na oralidade, por meio de sua capacidade de expressar opiniões.
Serão avaliados as suas relações interpessoais e o respeito pelo tema.

Aula 4:

As/os alunas/os serão avaliados a partir das respostas/ações devolvidas (feedback) após a apresentação do documentário. Serão avaliadas a participação e expressão de opiniões das/dos estudantes durante a roda de conversa, além do respeito demonstrado pelo tema.

Aula 5:

Para a avaliação final será considerada suas habilidades de comunicação, escrita e capacidade de síntese, mediante análise das apresentações das entrevistas realizadas. As/os alunas/os ainda serão avaliadas/os no quesito respeito ao tema, e capacidade de trabalho em grupo.

Nesta aula sugere-se ainda uma avaliação dos/as estudantes sobre o projeto. Dessa forma o/a professor/a poderá adaptar a proposta melhorando suas estratégias de ensino, material ofertado, e/ou metodologia adotada.

CÂMARA, Y.R.; CÂMARA, Y. M. Maria Bonita e Dadá: uma breve releitura do cangaço por meio da presença determinante do elemento feminino. Revista Entrelaces, Fortaleza CE, Ano IV, nº 05, p.57-74, 2015.

DEL PRIORE, M. História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2000.

FREITAS, A. P. S. A Presença Feminina no Cangaço: Práticas e representações (1930-1940). 2005. 242f. Dissertação (Mestrado em História: História e Sociedade). Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2005.

JUNIOR, I. J. N. G. De Maria Déa a Bonita: a “Dona” do rei do cangaço. In: Seminário Internacional Enlaçando Sexualidades, V., 2017, Salvador, Bahia. Sexualidades e relações de gênero: Produção e gestão do conhecimento: Realize, p. 3-7.

LEAL, V. N. Coronelismo Enxada e Voto. 7ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

LIMA, C. A. Cangaceiras em um Click: Imagens e representações do feminino no cangaço. Ponta de Lança, São Cristóvão, v.12, n. 22, jan.-jun. 2018.

SANTOS, A. T. A construção do papel social da mulher na Primeira República. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/14404/14404. Acesso em: 27/01/2019.

RÊGO, A. H.. Família e coronelismo no Brasil: uma história de poder. São Paulo: Editora Girafa, 2008.

VECCHI, L. et al. Cangaço: Insurgentes do Nordeste, Origens no Século XIX. 2015. 43f. Trabalho de Graduação (Graduação em História) - Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, 2015.