Educação domiciliar volta à pauta da Comissão de Educação do Senado

Ciclo de audiências públicas que discutirá Projeto de Lei terá participação de representante da ONG Ação Educativa e ativistas contra a educação domiciliar

Um novo ciclo de audiências públicas, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, promete reacender o debate acerca do Projeto de Lei 1.338/2022, que aborda a viabilidade da educação domiciliar no Brasil. Um dos encontros contará com a presença da coordenadora do projeto Gênero e Educação, iniciativa da ONG Ação Educativa, apoiada pelo Fundo Malala, que defende a promoção da igualdade de gênero, raça e sexualidade na educação.

A ONG Ação Educativa posiciona-se firmemente contra o ensino domiciliar. Segundo Bárbara Lopes, coordenadora do projeto Gênero e Educação, o projeto não considera a relevância da escola como local de sociabilização e um direito essencial de crianças e adolescentes. “A escola é a porta de entrada para uma série de direitos, que vão além da educação. É na escola que muitas crianças e adolescentes encontram segurança alimentar, prevenção e identificação contra abuso sexual e um espaço de convivência, tão necessário para a saúde mental e para a vida democrática”, afirma Bárbara Lopes. Dados do Ministério da Saúde apontam que 68% dos casos de violência sexual contra menores ocorrem em ambiente doméstico.

A pesquisa Educação, Valores e Direitos, lançada em 2022, realizada pela Ação Educativa e pelo CENPEC, identificou que oito em cada dez brasileiros rejeitam o ensino domiciliar. O levantamento também revelou que nove em cada dez pessoas concordam que as crianças devem ter o direito de frequentar a escola mesmo que seus pais não queiram, ou seja, 78% acreditam que os pais não têm o direito de tirar seus filhos da escola para ensiná-los em casa.

A educação domiciliar ameaça os esforços históricos do Brasil em ampliar a escolarização da população desde os anos 1930, ao prejudicar a identificação e enfrentamento à evasão escolar e desresponsabilizar os entes federativos pela oferta educacional. Além disso, cria gastos públicos extras com a fiscalização e adequação de suas estruturas e corpo funcional para acompanhar as atividades.

Manifesto contra a educação domiciliar

Em maio, mais de 400 entidades, incluindo organizações civis, entidades sindicais, de ciência e pesquisa e de defesa de direitos de crianças e adolescentes, lançaram um manifesto contra a regulamentação da educação domiciliar, enfatizando a necessidade de investimentos nas escolas públicas. Hoje, o Manifesto totaliza mais de mil assinaturas.

Das assinaturas, estão entidades como a Articulação Contra o Ultraconservadorismo na Educação, Professores Contra a Escola Sem Partido, Geledés – Instituto da Mulher Negra, e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Segundo essas organizações, é crucial aprimorar a educação escolar regular para superar os desafios impostos pela pandemia, em vez de regulamentar uma modalidade que contraria as finalidades educacionais previstas na Constituição Federal.

+ Saiba mais: Manifesto Contra a Regulamentação da Educação Domiciliar e em Defesa do Investimento nas Escolas Públicas

Tramitação

Serão realizadas três audiências públicas para discutir o PL 1338/2022, que “altera as Leis nos 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), e 8.069, de 13 de julho de 1990, (Estatuto da Criança e do Adolescente), para dispor sobre a possibilidade de oferta domiciliar da educação básica”. A primeira será realizada no dia 1º de dezembro; a segunda ocorre no dia 4 de dezembro e a terceira no dia 12 de dezembro. 


Pesquisa Educação, Valores e Direitos:

A pesquisa analisou a percepção da população sobre educação sexual, cotas raciais, ensino domiciliar e outros temas considerados polêmicos no campo da Educação. Os resultados revelam a falta de adesão ao discurso ultraconservador. Acesse a pesquisa.

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28 de setembro: educação sexual tem papel fundamental na garantia de direitos sexuais e reprodutivos

No Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto, debate sobre o tema está aquecido. Mas educação sexual ainda caminha a passos lentos em termos de políticas públicas no país

Na América Latina e no Caribe, o dia 28 de setembro é um dia especial na luta pelos direitos sexuais e reprodutivos. Nesta data, comemora-se o dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto, data instituída em 1990 por feministas e que orienta ações em toda a região visando qualificar o debate sobre direitos sexuais e reprodutivos de forma ampla. 

O estabelecimento do 28/09 como dia de luta veio durante um encontro feminista, o 5.º Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho (EFLAC), realizado naquele ano na Argentina. Os registros são de que a escolha foi uma sugestão de brasileiras, em alusão à Lei do Ventre Livre, também aprovada neste dia em 1871. Lei que simboliza a “capacidade inacreditável das elites brasileiras de retardarem as decisões necessárias para a superação das desigualdades, do racismo e da escravidão”, como lembra Sonia Corrêa, ativista feminista e uma das coordenadoras do Observatório de Sexualidade e Política (SPW). Lembrança importante, já que a luta pela justiça reprodutiva é também uma luta de justiça racial. 

“Para as mulheres negras, o dia 28 tem o sentido de marcar a luta e centralizar a injustiça reprodutiva que atravessa séculos. Ainda hoje as mulheres, e especialmente as mulheres negras, não têm garantida a liberdade para escolher como viver, nem têm o suporte para isso, e tampouco para tomar decisões sobre maternidade e sexualidade. Essa é uma discussão sobre liberdade, mas também sobre controle, desigualdade, subordinação e hierarquização”, ressalta Lúcia Xavier, ativista pelos direitos humanos e coordenadora geral da ONG Criola. 

Desde 1990, como destaca a pesquisadora Sonia Corrêa, foram perdas e ganhos no âmbito legal. Países da região primeiro tiveram uma tendência a restringir o direito ao aborto em suas legislações (até meados dos anos 2000), o que foi seguido pela expansão do acesso a esse direito, sendo o México o exemplo mais recente. E o compromisso feminista em pautar direitos sexuais e reprodutivos, em particular o direito ao aborto seguro, teve resultados expressivos. Sonia destaca que, se hoje as forças ultraconservadoras estão mais bem organizadas e financiadas, as mobilizações feministas pelo acesso a esses direitos também estão muito mais fortes. “Essa, em particular, é uma trajetória muito virtuosa. Nos anos 90, não poderíamos imaginar o quanto o tema do aborto teria entrado no debate público e social e como teria se ampliado o número de pessoas e redes atuando no feminismo e além dele. Não dá para fingir que não existem as sombras, mas os ganhos em mobilização são realmente muito significativos”.

Educação é chave 

A efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas passa, também, pela educação. Cerca de 20 mil crianças entre 10 e 14 anos dão à luz todos os anos no Brasil. E não são raros os casos de crianças e adolescentes que entendem que estão sendo vítimas de violência sexual após a abordagem do assunto na escola. Mas mais do que identificar violências e prevenir gestações indesejadas ou infecções sexualmente transmissíveis, a educação sexual também pode trabalhar a autonomia e as identidades das e dos jovens. 

Apesar disso, está longe de ser uma realidade no Brasil. Uma reportagem de 2022 da Gênero e Número mostrou que, além de não haver uma diretriz nacional, apenas 3 estados orientam suas escolas a terem disciplinas de educação sexual – e, em geral, as iniciativas pelo Brasil estão mais focadas em combater violências ou evitar gestações/ISTs. 

As juventudes, no entanto, estão mobilizadas. Segundo Laura Molinari, uma das coordenadoras da campanha Nem Presa Nem Morta (NPNM), referência na luta para transformar o debate e as leis sobre o aborto no Brasil, elas estão engajadas com a campanha desde sua criação. “É uma juventude que consome bastante conteúdo digital e que não está necessariamente organizada em coletivos e movimentos. Também atingimos bastante pessoas nas universidades e no mercado de trabalho, especialmente na saúde”, diz. 

A NPNM tem como princípios que todas as pessoas têm direito de acessar informações para cuidar de si e exercer a cidadania de forma consciente, e que a legalização do aborto deve ser acompanhada do livre debate e incentivo a políticas de educação sexual nas escolas; além de políticas de combate à violência contra meninas, mulheres e pessoas que gestam. Laura Molinari reforça que “a educação não é só uma maneira de falar sobre isso – o que já seria uma necessidade e um desafio -, mas é sobre criar espaços que respeitem as escolhas das juventudes, que respeitem os corpos e a autonomia que precisam ter para tomar as melhores decisões possíveis sobre suas vidas”.

Um projeto realizado em Salvador e Recife trabalha nessa perspectiva. O Ayomide Odara – que significa “Minha alegria chegou” em iorubá – surgiu em 2020 visando fortalecer adolescentes e jovens negras, tendo suas permanências nas escolas como horizonte. Através da educomunicação e inspirado em metodologias feministas, negras e comunitárias, o projeto aborda temas como ancestralidade, o impacto do racismo, patriarcado e outras opressões que afetam o acesso e permanência nas escolas, bem como a efetivação dos direitos humanos de maneira mais ampla.

“Percebemos que é importante falar sobre autoestima, que elas gostam do diálogo entre diferentes gerações de mulheres negras e também a importância de nos aproximarmos das famílias” resume Érika Francisco, assistente social e coordenadora do projeto. Ela também reforça o aprendizado mútuo entre a equipe e as jovens – até agora, mais de 120 já passaram pelo Ayomide Odara. 

A iniciativa, antes online e agora realizada de forma híbrida, separa as turmas por faixa etária – de 8 a 13 anos e de 14 a 19 -, com discussões compatíveis com cada uma delas. As dinâmicas e diálogos disparam reflexões sobre raça, identidade, gênero, movimento de mulheres negras e outros temas. “Ao falar de raça, gênero e sexualidade, é importante entender os cruzamentos entre essas dimensões. Falamos a partir do racismo, que é estrutural e que perpassa a experiência dessas meninas”, diz a coordenadora do Ayomide Odara. 

Especificamente em relação aos direito sexuais e reprodutivos, Erika Francisco diz que o ponto de partida é uma abordagem mais positiva (autonomia, independência, formação de identidade), e que as dúvidas mais “clássicas” sobre sexualidade, contracepção e temas correlatos surgem naturalmente e aí são debatidas. “Expressamos que elas têm a autonomia para decidir se, quando e como se reproduzir. Que têm o direito a decidir, à informação, e a viverem suas vidas e sexualidades livremente, sem discriminação, violência ou culpa. Isso não é ensinar a fazer sexo, até porque a sexualidade da criança não é a mesma do que a do adulto. Elas são muito focadas em aprender e conhecer o próprio corpo”, explica Érika. 

Tema em voga 

 Os direitos sexuais e reprodutivos estão em pauta no momento porque o Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a discutir a descriminalização do aborto – até o momento, a ministra Rosa Weber foi favorável à ação que pede pela descriminalização. Laura Molinari, do NPNM, ressalta que tão importante quanto o voto da ministra foi a mobilização que possibilitou que a ação fosse protocolada no STF. “Esse é um momento muito importante para movimentar toda a sociedade, mostrar que aborto não é assunto só de feministas. É do serviço de saúde, é das amigas, primas, tias, mães e filhas que precisam lidar com essa situação, seja porque engravidaram sem se planejar, seja porque estão acolhendo alguém nessa situação. E é uma questão do Estado, de mostrar que assim como uma mulher não engravida sozinha, ela também não tem uma gravidez não planejada à toa”. 

Mês da Visibilidade Trans: tempo de celebrar e seguir na luta

Data foi criada para celebrar décadas de resistência e para evidenciar o quanto ainda é necessário avançar em direitos para a população transvestigênere.

Foto Catherine Coden SOMOS

Há 19 anos, no dia 29 de janeiro, era lançada a campanha Travesti e Respeito em Brasília. O ato aconteceu no Congresso Nacional e foi um o marco para a luta por direitos da população trans e contra a transfobia. E assim, foi instituído o Dia Nacional da Visibilidade Trans. 

A fim de celebrar e evidenciar a luta das pessoas trans e travestis por direitos, o primeiro mês do ano é considerado, também, o mês da visibilidade trans: Janeiro Lilás.

Para Lua Quinelatto, travesti e graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a importância de se ter uma data como essa está justamente na memória. Não se pode esquecer de que 90% das pessoas trans seguem na prostituição como única possibilidade de trabalho, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

O acesso a educação – ou a permanência na escola – ainda é um ponto de atenção: cerca de 80% das mulheres travestis não conseguem terminar o Ensino Médio, conta a estudante. E isso impacta diretamente no acesso ao Ensino Superior:

O sistema de ensino é também uma engrenagem na manutenção das opressões e na manutenção das desigualdades. Não existem políticas de permanência para esses corpos [transvestigêneres] nas escolas. Como vão chegar nas universidades? É preciso pensar na reformulação desde a base, para que as próximas gerações de travestis e pessoas trans possam ocupar em peso a Universidade. 

Lua Quinelatto

+ Leia também: Manifesto Meninas Decidem: pelo direito à educação!

A luta nunca parou e não vai parar

O Brasil é extremamente perigoso para quem não é cisgênero. Ainda de acordo com a Antra, segue sendo o país que mais mata pessoas trans no mundo pelo 14º ano consecutivo. Em 2022, mais de 130 pessoas trans foram assassinadas no território nacional.

Com Bolsonaro, o conservadorismo avançou a passos largos e autorizou uma série de violências ainda maiores do que as já experienciadas pela população trans nos últimos anos. Para Lua, serviu também para escancarar como a sociedade brasileira é transfóbica.

No início de 2023, porém, com o novo Governo Lula, o país volta a acenar para uma agenda de retomada da garantia dos direitos humanos. É instituída a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, sob o guarda-chuva do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania.

Para assumir a pasta, foi escolhida Simmy Larrat, “paraense, amazônida, travesti, militante pelos direitos humanos e pela causa das pessoas LGBTQIA+”. Simmy é a primeira travesti a assumir um cargo de segundo escalão no governo federal.

É preciso de comprometimento público com nossas demandas, mas, para além disso é preciso acabar com a instituição família – a família instituída pelo sistema capitalista para a reprodução do capital – que continua expulsando nossos corpos e assassinando diariamente.

Lua Quinelatto

É uma conquista para o movimento LGBTQIA+, sobretudo para a população trans. Porém, Lua Quinelatto reforça que a luta deve continuar, pois, ainda que no âmbito federal tenha tido avanços, o Executivo não governa sozinho e é preciso frear os retrocessos dos últimos anos.

Para conhecer e inspirar

A luta da população transvestigênere vem de longe. Muito está sendo feito por movimentos e coletivos em diversas partes do Brasil para garantir direitos, trazer visibilidade para a existência e denunciar violências.

A estudante Lua destaca três iniciativas de âmbito nacional para inspirar, são elas: a ANTRA, principal e mais antigo movimento de luta da população trans; o FONATRANS, que tem uma perspectiva racializada; e a Mães pela diversidade, organização não-governamental formada por mães e pais de pessoas LGBTQIA+.

O movimento organizado de travestis nasce na luta, se forja na luta. E é de extrema importância que continue na luta, porque não há outra solução senão a organização e a luta.

Lua Quinellato

Todos os anos, a ANTRA lança o Dossiê: Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras. O balanço traz um panorama sobre a realidade das violências sofridas e dos direitos humanos violados da população trans e travesti no país. O lançamento mais recente, com dados referentes ao ano de 2022, aconteceu no último dia 27 de janeiro na sede do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

+ Clique aqui e acesse o Dossiê: Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras de 2023

Cinco ideias para falar sobre direitos humanos em sala de aula

A partir da perspectiva de gênero, planos de aula e sequências didáticas trazem formas para trabalhar a temática em diferentes disciplinas e etapas de ensino. Confira!

Montagem com uma mulher segurando uma placa onde se lê 'Escola sem mordaça', e há outras duas pessoas protestando. A imagem tem algumas intervenções coloridas.

No dia 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um marco para a história dos direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais, o documento foi redigido a muitas mãos e estabelece a proteção universal de tais direitos a todos os povos. Tem como fundamentos básicos a liberdade, a justiça e a paz no mundo. 

Dois anos depois, em 1950, a Declaração é oficializada e cria-se, assim, o Dia Internacional dos Direitos Humanos. A data se torna, então, um momento para celebrar as conquistas e também para denunciar retrocessos e pautar a necessidade de avanços. É também momento de  reafirmar que o trabalho para a garantia dos direitos humanos é de toda sociedade: indivíduos, governos, organizações. 

E como trabalhar com a temática em sala de aula a partir da perspectiva de gênero? Separamos algumas ideias para inspirar práticas pedagógicas em todas as etapas de ensino – desde a educação infantil até o ensino médio – passando por disciplinas variadas. Confira abaixo:

1. Era uma vez… uma Pessoa – Introdução aos Direitos Humanos numa Perspectiva de Gênero

O plano de aula para crianças de cinco anos tem como objetivo promover discussões e reflexões sobre lugares de gênero e como afetam as escolhas no dia a dia, e  também sobre como lidar com as diferenças de forma respeitosa e dialogada. Confira aqui.

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. No centro da imagem há uma menina negra sentada em uma cadeira lendo um livro. Na capa do livro, há uma flor e está grafado 'futuro'. Ao fundo, há dois quadros na parede: um com um punho cerrado e outro com o espelho de vênus. Ilustradora: Barbara Quintino.
Ilustração: Barbara Quintino (@Barah.ilustra)

2. Arco-íris, Cores e Afetos

Pensado para a educação infantil, o plano de atividade tem como principais objetivos possibilitar que as crianças não só explorem o universo das cores e composições cromáticas, mas que conheçam, de maneira lúdica, a temática de orientação sexual e identidades de gênero, bem como o movimento LGBTQIAP+ e também as diversas composições familiares.  Saiba mais detalhes aqui!

3. Representatividade de mulheres na política: utilizando razão e porcentagem

Este plano de aula de matemática vale para Ensino Fundamental II tanto para educação regular quanto para educação de jovens e adultos. Por meio da matemática, a ideia é promover uma análise crítica sobre a participação política e discutir as desigualdades enfrentadas por mulheres e pessoas negras em cargos de decisão. Confira o plano completo aqui!

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. Na imagem há várias pessoas de braços levantados. Algumas delas portam cartazes em que é possível ver os dizeres: 'eu, mulher negra resisto', 'na luta por respeito'. Ilustradora: Barbara Quintino.
Ilustração: Barbara Quintino (@Barah.ilustra)

4. Fala, Mulher

Para ser utilizado nas disciplinas de Geografia, História e Língua Portuguesa, o plano de aula Fala, Mulher é para educação de jovens e adultos. Seus principais objetivos são conhecer, registrar e valorizar as experiências das alunas, por meio de relatos, bem como reunir, por meio de pesquisas, histórias de mulheres que viveram em outros contextos espaço-temporais, ressaltando as dimensões de gênero, étnico-raciais e de classe social. Leia o plano na íntegra.

5. Mais do que uma hashtag, vidas negras importam

A sequência didática com oito aulas de História e Sociologia para educação de jovens e adultos. Tem como proposta promover a compreensão histórica da escravidão no Brasil e suas consequências nos dias de hoje, trazendo para a discussão questões de gênero e raça, violência policial e outras formas de violência ocasionadas pelo racismo. Confira todas as informações aqui!

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. Na imagem, é possível ver diferentes composições de famílias. Ilustradora: Barbara Quintino.
Ilustração: Barbara Quintino (@Barah.ilustra)

Edital Igualdade de Gênero: confira nova lista de planos disponíveis

Desde 2020, o Edital vem buscando promover experiências de profissionais da educação sobre igualdade de gênero nas escolas. A segunda lista de planos aprovados da última edição segue disponível no site Gênero e Educação.

Ilustração de plano de aula do edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. No centro da imagem há uma menina negra sentada em uma cadeira lendo um livro. Na capa do livro, há uma flor e está grafado 'futuro'. Ao fundo, há dois quadros na parede: um com um punho cerrado e outro com o espelho de vênus. Ilustradora: Barbara Quintino.

Em celebração ao Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, o projeto Gênero e Educação disponibiliza 13 novas propostas pedagógicas publicadas em seu Banco de Planos público. Aprovadas durante o Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica 2022, as últimas propostas estavam sob revisão e receberam recomendações do Comitê de Seleção para complementação e ajustes.

A fim de reunir e divulgar mais propostas focadas no trabalho com crianças e adultos, a segunda edição do Edital convidou profissionais, grupos de pesquisa, coletivos e organizações a construírem e inscrevem planos de aulas, planos de atividade, práticas cotidianas, sequências didáticas ou relatos de experiência sobre atividades comprometidas com a igualdade de gênero na Educação Infantil e na Educação de Jovens e Adultos. 

Confira a lista das novas propostas que  já estão no site Gênero e Educação:

Educação Infantil

  • Construção de gênero: narrativas de crianças dançantes
    Virginia Costa Alves
  • O Cravo brigou com a Rosa: repensando as relações de gênero na cantiga de roda
    Renata Santos Pedreira
  • Beleza, gênero e criança quilombola: infância sem preconceito no Quilombo Catucá – Bacabal/MA
    Vanderlucia Cutrim de sousa
  • Meninas também jogam futebol
    Nathalia Cristina Servadio
  • Pipo e Fifi: conhecer para prevenir
    Cristiane Pereira Lima e Léia Teixeira Lacerda
  • Uma profissão para uma princesa
    Daniela Maria Granja Peixoto
  • Era uma vez… uma pessoa – introdução aos direitos humanos numa perspectiva de gênero
    Glauce Stumpf
  • Arco-Íris, Cores e Afetos
    Luciana Lage de Souza

Educação de Jovens e Adultos

  • A importância das aulas de inglês na desconstrução da desigualdade de gênero
    Jussara Barbosa da Silva Gomes e Larissa de Pinho Cavalcanti
  • Identidade: Quem sou Eu? Quem somos nós
    Severino Alves Reis
  • Desigualdade de Gênero e Teatro do Oprimido: (re) escrevendo narrativas.
    Elisângela Cristina Siqueira de Melo
  • Fanzine como potência educativa no combate à violência doméstica
    Marcielly Cristina Moresco
  • Contracepção: Responsabilidade Compartilhada
    Maíra Mello Rezende Valle e Daiany Assunção de Sá

Sobre o Edital Igualdade de Gênero

O Edital teve seu início em 2020, convidando escolas, universidades, organizações da sociedade civil, coletivos juvenis, movimentos sociais e profissionais de educação de todo o país a enviarem planos de aula, planos de atividade, projetos interdisciplinares e sequências didáticas didáticas. Em seu lançamento, o Gênero e Educação contou com mais de 270 inscrições.

Com inscrições abertas em novembro de 2021, a segunda edição do edital focou na Educação Infantil e na Educação de Jovens e Adultos. Foram recebidas mais 80 propostas, das quais 26 foram aprovadas pelos Comitê de Seleção para integrarem o banco de planos de aula do Gênero e Educação.

Assista a cerimônia de reconhecimento público das propostas criativas do Edital de 2022:

Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica 2022 – Cerimônia de Reconhecimento Público

Vem aí: Edital Igualdade de Gênero 2023

Agora, o Banco de Planos conta com mais de 120 propostas disponíveis para download em PDF gratuito. Em março de 2023, estará aberto o período de inscrições para a terceira edição do Edital Igualdade de Gênero na Educação Básica. Desta vez,  escolas, universidades, organizações da sociedade civil, coletivos juvenis, movimentos sociais e profissionais da educação de todo o país poderão participar enviando propostas de atividades pedagógicas e relatos de experiência voltados para toda a educação básica – da educação infantil até o ensino médio – e que estejam comprometidas com a igualdade de gênero nas instituições de ensino.

Para mais informações ou dúvidas, acompanhe as redes sociais da Ação Educativa, a página Gênero e Educação ou entre contato com o projeto via e-mail: generoeeducacao@acaoeducativa.org.br 

Malala comemora 25 anos com lista de 25 ações pela educação de meninas

A Nobel da Paz completa 25 anos nesta terça (12/07) com o mesmo desejo que inspirou a sua luta ainda quando criança: que todas as meninas completem 12 anos de educação formal e possam aprender e liderar.

Gênero e Educação - Malala comemora 25 anos com lista de 25 ações pela educação de meninas. Imagem da Malala e sentada em uma sala de aula. Créditos da Imagem: Divulgação/Fundo Malala

A Nobel da Paz Malala Yousafzai completa 25 anos nesta terça-feira (12/07) com um pedido de presente especial: doações para apoiar o trabalho do Fundo Malala e de Ativistas pela Educação em dez países, incluindo o Brasil. Malala ainda preparou uma lista de 25 ações que qualquer pessoa pode tomar para avançar o direito à educação de todas as meninas. 

Além do Brasil, o Fundo Malala atua no Afeganistão, Bangladesh, Etiópia, Índia, Líbano, Nigéria, Paquistão, Tanzânia e Turquia por meio de diversos programas, incluindo a Rede de Ativistas pela Educação. No Brasil, a Rede é formada por 11 ativistas e suas organizações que trabalham a nível local, nacional e global em defesa de mais recursos e mudanças políticas necessárias para garantir educação pública de qualidade a todas as meninas. Mais informações no Instagram da @RedeMalala

Confira a lista de 25 ações pelo direito à educação das meninas elaborada por Malala: 

Hoje, eu completo 25 anos! Eu sei, também não consigo acreditar. Parece que foi ontem que me formei no ensino médio, ansiosa por tudo o que o mundo tinha a oferecer. Mas, no meu aniversário de 25 anos, ainda quero o que eu desejava naquela época: que as meninas de todos os lugares tenham a oportunidade de frequentar a escola, aprender e liderar.

Em homenagem aos meus 25 anos, aqui estão 25 ações que você pode tomar agora para apoiar a educação de meninas:

1. Faça uma doação para o Fundo Malala e ajude-nos a apoiar jovens mulheres e Ativistas pela Educação em todo o mundo

2. Peça aos líderes dos seus países que defendam as meninas fora da escola no Afeganistão

3. Você administra uma empresa? Contrate jovens mulheres

4. Invista no futuro das meninas e doe uma porcentagem de seus lucros para colocar as meninas na escola

5. Se você é uma jovem mulher, ocupe espaços e levante sua voz na sua comunidade ou trabalho

6. Comece um clube do livro e leia histórias centradas nas experiências das meninas

7. Pesquise um país onde as meninas estão fora da escola e ensine a um familiar ou amigo o que você aprendeu

8. Conheça os líderes locais de educação em sua comunidade

9. Leia sobre as ligações entre a educação das meninas e as mudanças climáticas

10. Celebre as conquistas de meninas e mulheres

11. Siga ativistas feministas nas redes sociais

12. Use suas redes sociais para cobrar governantes

13. Conte a crianças histórias de mulheres poderosas ao longo da história

14. Organize uma exibição de filme ou documentário sobre educação de meninas e equidade de gênero

15. Organize um evento de perguntas e respostas em seu trabalho ou escola centrado na educação de meninas – e garanta que elas estejam no painel para falar sobre suas experiência

16. Fale com sua/seu professor favorito, compartilhando como contribuiu positivamente para sua vida. E marque @malala na postagem

17. Amplifique as vozes das garotas encaminhando um artigo do blog @on.assembly para alguém

18. Participe de palestras ou assista a vídeos  de fontes confiáveis ​​sobre a história da discriminação, desigualdade de gênero e econômica ou colonialismo em seu país e em nosso mundo

19. Crie uma história do Instagram ou um vídeo do TikTok dedicado a aumentar a conscientização sobre a educação das meninas

20. Compartilhe sua própria história com a educação e o que a escola fez por você

21. Entre em contato com sua escola ou conselho local de educação e peça que os currículos escolares em sua comunidade sejam inclusivos e favoráveis ​​ao clima

22. Procure informações sobre práticas de advocacy

23. Não se silencie diante de injustiças!

24. Seja um consumidor consciente. Compre de marcas e empresas que trabalham para acelerar o progresso de meninas e mulheres

25. Fale com as garotas, não sobre elas. Eles entendem muito sobre os desafios que nosso mundo enfrenta. Todos nós podemos aprender com suas ideias e experiências