Vozes Femininas não se calem!

Estado: São Paulo (SP)

Etapa de Ensino: Ensino Fundamental II

Modalidade:

Disciplina: Artes, História

Formato: Híbrido

Sou professora das redes municipal e estadual de São Paulo, desenvolvo projetos na escola voltados para o protagonismo juvenil e defesa dos direitos humanos, sou historiadora e pós-graduada em comunicação e tecnologias na educação.

Objetivos

O principal objetivo deste projeto é engajar os estudantes no combate à violência contra as mulheres, também fazer com que os estudantes desenvolvam autonomia em seus processos de ensino-aprendizagem, adquiram conhecimentos sobre a realidade de violências sofridas pelas mulheres todos os dias e possam refletir e agir frente a este cenário.

Conteúdo

História das Mulheres e das desigualdades sociais, Teatro, Música, Produção Audiovisual, Produção Textual, Produção de Artes Gráficas.

Metodologia

1. Roda de conversa sobre o tema: "O que é violência contra mulher? Você já presenciou algum caso de violência?"

O professor pode exibir alguns vídeos imagens para sensibilizar o debate sobre a temática, salientando a formação do povo brasileiro, o modelo patriarcal e tradicional, imposto pela casa grande, a resistência de mulheres negras e a desigualdade social por elas enfrentadas.

2. A sala será dividida em grupos. Cada grupo pesquisará um dos temas para o próximo encontro:

  • Mapas e indicadores sobre violência contra mulher;

  • Notícias sobre o tema;

  • Músicas que abordam a temática;

  • Instituições que atuam na defesa dos direitos das mulheres;

  • Leis que garantem a igualdade e a defesa das mulheres;

  • Tipos de violência contra a mulher.


3. Em encontros seguintes, cada grupo irá trazer as suas descobertas para socializar com a turma.

  • O professor pode complementar os comentários dos alunos caso necessário. É importante que os estudantes percebam, através dos números, que as mulheres negras são as que mais sofrem com as violências, assim como é importante perceber que as mulheres trans e travestis também fazem parte destes números e sofrem de forma brutal diferentes tipos de violências.

  • Este passo será muito significativo para a construção do projeto, pois a partir das rodas de conversas sobre as temáticas elencadas os estudantes ampliarão de forma significativa seus repertórios.


4. O professor pode completar o debate com outros materiais. Sugerimos três textos muito interessantes - é possível selecionar trechos para utilizar no início das próximas aulas, ou realizar um aula para leitura e roda de conversa sobre os mesmos.

1º texto) sobre o livro Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus e a violência sofrida por mulheres negras nas periferias ao longo do século XX. Trazer Carolina Maria de Jesus para o debate representa reconhecer sua força e sua luta por existir, repleta de significados.
https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/469. Acesso em 27/11/2020.

2º texto) aborda a violência sofrida por mulheres trans no âmbito público e privado, apresentando números e salientando questões relativas a LGBTfobia.
http://www.generonumero.media/maioria-de-agressoes-mulheres-trans-e-travestis-ocorre-dentro-de-casa-revelam-dados-do-ministerio-da-saude/. Acesso em 27/11/2020.

3º texto) aborda a luta e a defesa pelos direitos das mulheres. Este texto apresenta um resumo sobre a temática, destacando a violência contra a mulher como sendo uma das violações dos direitos humanos mais presentes no mundo.
http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/areas-tematicas/violencia. Acesso em 27/11/2020.

5. Plano de Ação: os alunos devem criar uma campanha de combate a violência contra mulheres. Esta poderá ser através das redes sociais a partir da criação de um perfil ou, se possível, presencial, ocorrendo nos espaços da escola, da comunidade e da internet.

A sala será dividida em grupos. Cada grupo trabalhará na produção de conteúdos que visem conscientizar e chamar a atenção para a importância da igualdade de gênero e do combate à violência contra a mulher.

 

6. Com o auxilio do professor(es) de Arte e/ou de História, os alunos poderão produzir vídeos, paródias, textos, posts, cartazes, ilustrações, entrevistas, enquetes e jogos, com o intuito de alimentar a campanha.

Recursos Necessários

Rede de computadores ou celulares, internet.

Duração Prevista

15 aulas.

Processo Avaliativo

A avaliação será processual, a partir do envolvimento dos alunos nas rodas de conversa e na produção de conteúdos para a campanha.

Observações

Gostaria de destacar que várias partes deste projeto foram construídas e colocadas em prática juntamente com os alunos do 9º ano B da EMEF Paulo Duarte. Foram feitas algumas adequações, entretanto a base principal diz respeito ao projeto de final de ano da turma, que deu origem à página no Facebook e no Instagram "Vozes Femininas não se calem!". Os alunos produziram vídeos no estilo tik tok, paródia, textos autorais, artes gráficas, inclusive entrevistaram uma advogada que atua em um centro de acolhida para mulheres. Foi um processo muito rico e cheio de significados, tenho certeza que estes alunos sairão do ensino fundamental sensibilizados e cheios de argumentos para o combate à violência contra mulher.

Referências Bibliográficas

Teles, Maria Amélia de Almeida, 1950. Breve historia do Feminismo no Brasil e outros ensaios São Paulo : Editora Alameda, 2017.

Bell Hooks. O feminismo é para todo mundo ; políticas arrebatadoras Tradução: Ana Luiza Libânio. Rosa dos Tempos, 2017.
https://www.geledes.org.br/questoes-de-genero/violencia-contra-mulher/. Acesso em 20/11/2020
https://www.institutomariadapenha.org.br/. Acesso em 27/11/2020.
http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300683551_ARQUIVO_Genero,patriarcadoescravidao.pdf. Acesso em 27/11/2020.

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